Adília Lopes plural
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v17i34p41-63Palavras-chave:
Adília Lopes, Biografema, Ficcionalização, Intertextualidade, Vita novaResumo
Leitura da poética de Adília Lopes a partir das ficções que a poetisa faz de si. Relações entre vida-texto e poesia-intertexto em poemas nos quais o sujeito poético está sempre a compartilhar experiências de leitura no papel. Grafias biografemáticas sensoriais, fundamentalmente inspiradas em seu mentor Roland Barthes, entrelaçam sua poesia às memórias auditivas, gustativas, olfativas, táteis e visuais. As feições de “Adílias” plurais circunscritas em poemas em prosa, ou micronarrativas, se tornam uma constante em sua poética, sobretudo a partir da obra Manhã (2015) até seu último livro Choupos (2023). Essas multifacetadas ficções do eu adiliano constituem, a nosso ver, a sua fragmentada, plural e sensorial vita nova.
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