OS NAVIOS “SEM NENHUM DESTINO” E A CIDADE DIVIDIDA EM "AS PALAVRAS INTERDITAS" (1950-1951), DE EUGÉNIO DE ANDRADE

Autores

  • Joana Souto Guimarães Araújo Universidade de São Paulo - USP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v5i9p110-124

Palavras-chave:

Totalitarismo, Censura, Abjeção, Alegoria, Signo

Resumo

Sob regime violento e autoritário, a poesia de Eugénio de Andrade se escreve, em As palavras interditas (1950-1951), pela negativa e pela ausência, referindo-se a tudo aquilo que não pode ser dito em um Portugal debaixo de forte censura e repressão. Sua poesia aponta para um cenário devastado, fragmentado, despido de humanidade. Sem levantar bandeiras políticas, demonstra a necessidade de ação por meio da expressão do amor, tornado cada vez mais improvável no contexto totalitário em que os afetos são controlados e as relações sociais rigorosamente dirigidas. Assim, pelo avesso, pelo silêncio e pelos caminhos instáveis do não dito, a poesia eugeniana se empenha em dizer um amor proibido. Em nossa análise, pretendemos acompanhar alguns dos principais poemas do livro, como o poema de abertura e aqueles organizados ao redor de signos recorrentes como o do “navio”, que, sem direção, flutua e corta o ambiente noturno da cidade.

 

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Biografia do Autor

  • Joana Souto Guimarães Araújo, Universidade de São Paulo - USP

    Mestranda em Literatura Portuguesa pelo Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da Universidade de São Paulo. Bolsista da FAPESP.

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Publicado

2013-06-02

Como Citar

Araújo, J. S. G. (2013). OS NAVIOS “SEM NENHUM DESTINO” E A CIDADE DIVIDIDA EM "AS PALAVRAS INTERDITAS" (1950-1951), DE EUGÉNIO DE ANDRADE. Revista Desassossego, 5(9), 110-124. https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v5i9p110-124