Autoposição e autodestruição na filosofia de Schelling

Autores

  • Marília Cota Pacheco Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2016.119102

Palavras-chave:

Natureza, Mitologia, Abfall, Nature, Mythology,

Resumo

Falar da possibilidade ou não de aniquilação da natureza, pelo próprio homem, é no limite uma polêmica infindável se considerarmos que a não sustentabilidade dos recursos naturais implica a aniquilação da própria humanidade. O tema por si mesmo expõe uma contradição, porquanto todo imaginário individual, enquanto um ideal, contém a noção de autopreservação. Mas o fato é que em nossos dias tal possibilidade atingiu um alto grau de probabilidade. Então podemos nos perguntar: como isso aconteceu? Neste trabalho, iremos falar sobre a possibilidade, ou não, de aniquilação da natureza, através da noção de Schelling de autoposição do espírito como liberdade incondicionada. Primeiramente, buscaremos esclarecer as razões pelas quais chegamos ao impasse de nossos dias apresentando a dificuldade com a qual Schelling se depara ao considerar o Eu como princípio no texto Sistema do Idealismo Transcendental.
Em seguida, a passagem para sua filosofia da identidade como uma tentativa de mostrar como o indivíduo da consciência empírica pode ser livre e, ao mesmo tempo, estabelece uma relação histórico-universal válida para o todo da diversidade de consciências finitas. Num terceiro momento apresentaremos a sua noção de Abfall (“Filosofia e Religião”) através da qual o autor demonstra como o universal é intuído pelo particular. Por fim, considerando a dialética da imaginação implícita na noção de Abfall, tentaremos indicar uma direção norteadora sobre a questão da preservação da natureza e, por conseguinte, do homem.

 

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Publicado

2016-08-16

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Pacheco, M. C. (2016). Autoposição e autodestruição na filosofia de Schelling. Discurso, 46(1), 187-204. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2016.119102