Negacionismo epistêmico
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.202539113.009Palavras-chave:
Negacionismo epistêmico, Lei, Especialistas, Imposturas científicas, DaubertResumo
A ideia, aparentemente trivial, de que há circunstâncias em que o exercício da lei não pode prescindir da opinião dos especialistas é alvo de críticas contundentes há pelo menos 150 anos. O “negacionismo epistêmico” se faz presente sempre que se critica essa ideia sob a alegação de que existem atributos intrínsecos à ciência que a tornam inócua quando acionada para ajudar na solução de disputas judiciais. O que se nega, nesse caso, não é necessariamente o valor epistêmico da ciência, mas a possibilidade de este efetivamente se fazer valer quando se conta com ele para a obtenção de respostas que, em princípio, somente a ciência pode oferecer. Como pode essa modalidade especial de negacionismo irromper no debate público e, uma vez presente, como ela se afigura? São essas as perguntas que me movem neste ensaio.
Downloads
Referências
AYALA F. J.; BLACK, B. Science and the Courts. American Scientist, v.81, n.3, p.230-9, May-June 1993.
BERRY, H. The medical expert, junk reasoning, and junk science in personal injury litigation. Tort Trial & Insurance Practice Law Journal, v.40, n.4, p.1101-43, 2005.
FELDMAN, H. L. Science and Uncertainty in Mass Exposure Litigation. Law Texas Review, v.74, n.1, p.1-48, 1995.
GIANELLI, P. C. “Junk Science”: The Criminal Cases. The Journal of Criminal Law and Criminology, v.84, n.1, p.105-28, 1993.
GOLAN, T. Laws of men and laws of nature: the history of scientific evidence expert testimony in England and America. Cambridge (MA): Harvard University Press, 2004.
HAACK, S. Trials & Tribulations: Science in the Courts. Daedalus, v.132, n.4, p.54-63, 2003.
HAND, L. Historical and Practical Considerations regarding Expert Testimony. Harvard Law Review, v.15, n.1, p.40-58, 1901.
HILBERT, J. The Disappointing History of Science in the Courtroom: Frye, Daubert, and the Ongoing Crisis of “Junk Science” in Criminal Trials. Oklahoma Law Review, v.71, p.759-81, 2019.
HUBER, P. Junk Science and the Jury. University of Chicago Legal Forum, Issue 1, Article 10, p.273-302, 1990.
HUBER, P. Galileo”s Revenge: Junk Science in the courtroom. New York: BasicBook, 1991.
JASANOFF, S. What judges should know about the sociology of science. Jurimetrics, v.32. n.3, p.345-59, 1992.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Renan Springer de Freitas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Estudos Avançados não celebra contrato de cessão de direitos autorais com seus colaboradores, razão pela qual não detém os direitos autorais dos artigos publicados. Os interessados em reproduzir artigos publicados na revista devem necessariamente obter o consentimento do autor e atribuir devidamente os créditos ao periódico.