Reflexos da maternidade: a relação entre o ensino infantil e o trabalho da mulher
DOI:
https://doi.org/10.11606/1980-5330/ea184462Palavras-chave:
oferta de trabalho feminino, creche, Propensity Score MatchingResumo
O objetivo do trabalho é investigar os efeitos de possuir filhos no ensino infantil para mulheres que possuem dependentes de zero a cinco anos, no que tange à probabilidade de participar do mercado de trabalho e de conseguir um emprego. Usando dados da PNAD (2011 a 2015) e aplicando o método de Propensity Score Matching para os modelos Logit e Logit Sequencial, os resultados indicam que as mulheres cujos filhos frequentam o ensino infantil possuem um aumento de cerca de 8% na probabilidade de participação no mercado de trabalho e de cerca de 3% na probabilidade de estarem empregadas.
Downloads
Referências
AGUIAR, Mark; HURST, Erik. Measuring trends in leisure: The allocation of time over five decades. Quarterly Journal of Economics, v. 122, n. 3, p. 969–1006, 2007.
ANDERSON, Patricia M.; LEVINE, Philip B. Child care and mothers’ employment decisions. Cambridge, MA: NBER, 1999. (NBER Working Paper 7058). Disponível em: https://www.nber.org/papers/w7058.
ÁNGELES, Gustavo et al. Evaluación de impacto del programa estancias infantiles para apoyar a madres trabajadoras. Informe Final de la Evaluación de Impacto. Instituto Nacional de Salud Pública, México, 2011.
ATTANASIO, Orazio; VERA-HERNANDEZ, Marcos. Medium-and long run effects of nutrition and child care: evaluation of a community nursery programme in rural Colombia. London: Institute for Fiscal Studies, 2004. (Working Paper EWP04/06).
BAKER, Michael; GRUBER, Jonathan; MILLIGAN, Kevin. Universal child care, maternal labor supply, and family well-being. Journal of Political Economy, v. 116, n. 4, p. 709–745, 2008.
BAKER-HENNINGHAM, Helen; LÓPEZ BÓO, Florencia. Early childhood stimulation interventions in developing countries: a comprehensive literature review. IZA Institute of Labor Economics, 2010.
BARBOSA, Ana Luiza Neves de Holanda; COSTA, Joana Simões de Melo. Oferta de creche e participação das mulheres no mercado de trabalho no Brasil. Mercado de trabalho: conjuntura e análise, n. 62, p. 23–35, abr. 2017.
BARROS, Ricardo P. et al. The impact of access to free childcare on women’s labor market outcomes: evidence from a randomized trial in low-income neighborhoods of Rio de Janeiro. Washington, DC: World Bank, 2011.
BAUERNSCHUSTER, Stefan; SCHLOTTER, Martin. Public child care and mothers’ labor supply - Evidence from two quasi-experiments. Journal of Public Economics, v. 123, p. 1–16, 2015.
BECCHIO, Giandomenica. Behavioral economics, gender economics, and feminist economics: friends or foes? Journal of EconomicMethodology, v. 26, n. 3, p. 259–271, 2019.
BECKER, Gary S. A Treatise on the Family. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2009.
BERLINSKI, Samuel; GALIANI, Sebastian. The effect of a large expansion of preprimary school facilities on preschool attendance and maternal employment. Labour Economics, v. 14, n. 3, p. 665–680, 2007.
BERNDT, Ernst R. The Practice of Econometrics; Classic and Contemporary. Reading, MA: Addison-Wesley, 1996.
BIANCHI, Suzanne M. et al. Is anyone doing the housework? Trends in the gender division of household labor. Social Forces, v. 79, n. 1, p. 191–228, 2000.
BIAZETTI, Marilia Barbosa Lima. Efeito da presença de filhos na oferta de trabalho e nos salários das mulheres brasileiras. [S. l.: s. n.], 2017.
BIRCH, Elisa-Rose. Studies of the labour supply of Australian women: What have we learned? Economic Record, v. 81, n. 252, p. 65–84, 2005.
BLAU, David; TEKIN, Erdal. The determinants and consequences of child care subsidies for single mothers in the USA. Journal of Population Economics, v. 20, n. 4, p. 719–741, 2007.
BLAU, David M.; ROBINS, Philip K. Child-care costs and family labor supply. Review of Economics and Statistics, v. 70, n. 3, p. 374–381, 1988.
BLOOD JR., Robert O.; WOLFE, Donald M. Husbands and wives: the dynamics of family living. Oxford: Free Press Glencoe, 1960.
BRINES, Julie. Economic dependency, gender, and the division of labor at home. American Journal of Sociology, v. 100, n. 3, p. 652–688, 1994.
BROWNING, Martin; CHIAPPORI, Pierre-André; WEISS, Yoram. Economics of the Family. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.
BUIS, Maarten L. The consequences of unobserved heterogeneity in a sequential logit model. Research in Social Stratification and Mobility, v. 29, n. 3, p. 247–262, 2011.
CALDERON, Gabriela. The effects of child care provision in Mexico. [S. l.: s. n.], 2014.
CAMPOS, Ana Luisa Malatesta de; SILVA, Maria Micheliana da Costa. Access to early childhood education and time allocation of mothers. [S. l.: s. n.], 2020.
COLTRANE, Scott. Research on household labor: Modeling and measuring the social embeddedness of routine family work. Journal of Marriage and Family, v. 62, n. 4, p. 1208–1233, 2000.
CONTI, Gabriella; HECKMAN, James J. The economics of child well-being. In: BEN-ARIEH, A. et al.Handbook of Child Well-Being. Dordrecht: Springer, 2014.
COSTA, Joana Simões de Melo. Determinantes da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro. [S. l.: s. n.], 2007.
DEDECCA, Cláudio Salvadori. Tempo, trabalho e gênero. In: costa, Ana Alice et al. Reconfiguração das relações de gênero no trabalho. São Paulo: CUT Brasil, 2004. p. 21–52.
DEGRAFF, Deborah S.; ANKER, Richard. Gênero, mercados de trabalho e o trabalho das mulheres. Séries Demográficas, v. 2, p. 163–197, 2015.
DEUTSCH, Ruthanne. Does Child Care Pay? Labor Force Participation and Earnings: Effects on Access to Child Care in the Favelas of Rio de Janeiro. Washington, DC: IDB, 1998.
FINSERAAS, Henning; HARDOY, Inés; SCHØNE, pål. School enrolment and mothers’ labor supply: evidence from a regression discontinuity approach. Review of Economics of the Household, v. 15, n. 2, p. 621–638, 2017.
FUWA, Makiko. Macro-level gender inequality and the division of household labor in 22 countries. American Sociological Review, v. 69, n. 6, p. 751–767, 2004.
GOLDIN, Claudia. Life-cycle labor-force participation of married women: Historical evidence and implications. Journal of Labor Economics, v. 7, n. 1, p. 20–47, 1989.
GREENSTEIN, Theodore N. Economic dependence, gender, and the division of labor in the home: A replication and extension. Journal of Marriage and Family, v. 62, n. 2, p. 322–335, 2000.
GREENWOOD, Jeremy; SESHADRI, Ananth; YORUKOGLU, Mehmet. Engines of liberation. Review of Economic Studies, v. 72, n. 1, p. 109–133, 2005.
GUIGINSKI, Janaína; WAJNMAN, Simone. A penalidade pela maternidade: participação e qualidade da inserção nomercado de trabalho das mulheres com filhos. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 36, 2019.
GUIGINSKI, Janaína Teodoro. Mercado de trabalho e relações de gênero: associação entre a presença de filhos e as condições de acesso ao trabalho das mulheres. 2015. Dissertação (Mestrado em Demografia) – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
GUSTAFSSON, Siv; STAFFORD, Frank. Child care subsidies and labor supply in Sweden. Journal of Human Resources, p. 204–230, 1992.
HALLMAN, Kelly et al. Mothers’ work and child care: findings from the urban slums of Guatemala City. Economic Development and Cultural Change, v. 53, n. 4, p. 855–885, 2005.
HECKMAN, James J. Effects of child-care programs on women’s work effort. Journal of Political Economy, v. 82, n. 2, s136–s163, 1974.
IBGE. Em média, mulheres dedicam 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas. 2020. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia- sala- de- imprensa/2013- agencia-de- noticias/releases/27877-em- media- mulheres-dedicam-10- 4-horas-por-semana-a-mais-que-os-homens-aos-afazeres-domesticos-ou-ao-cuidado-de-pessoas.Acesso em: 1 out. 2023.
IBGE. Pesquisa nacional por amostra de domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.
KABEER, Naila. Women’s Empowerment and Economic Development: A Feminist Critique of Storytelling Practices in “Randomista” Economics. Feminist Economics, v. 26, n. 2, p. 1–26, 2020.
KILLINGSWORTH, Mark R.; HECKMAN, James J. Female labor supply: A survey. Handbook of Labor Economics, v. 1, p. 103–204, 1986.
KITTERØD, Ragni Hege; LAPPEGÅRD, Trude. A typology of work-family arrangements among dual-earner couples in Norway. Family Relations, v. 61, n. 4, p. 671–685, 2012.
LEME, Maria Carolina; WAJNMAN, Simone. Efeitos de período, coorte e ciclo de vida na participação feminina no mercado de trabalho brasileiro. In: WAJNMAN, Simone; MACHADO, Ana Flávia. Mercado de trabalho: uma análise a partir das pesquisas domiciliares no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
LENNON, Mary Clare; ROSENFIELD, Sarah. Relative fairness and the Division of housework: The importance of options. American Journal of Sociology, v. 100, n. 2, p. 506–531, 1994.
MADALOZZO, Regina; MARTINS, Sergio Ricardo; SHIRATORI, Ludmila. Participação no mercado de trabalho e no trabalho doméstico: homens e mulheres têm condições iguais? Revista Estudos Feministas, v. 18, n. 2, p. 547–566, 2010.
MELO, Hildete Pereira de; CONSIDERA, Claudio Monteiro; DI SABBATO, Alberto. Os afazeres domésticos contam. Economia e Sociedade, v. 16, n. 3, p. 435–454, 2007.
MONTALI, Lilia; LIMA, Marcelo Tavares. A divisão sexual do trabalho e a desigualdade no mercado de trabalho segundo gênero: implicações para a superação da pobreza. In: congresso latino-americano de estudos do trabalho. v. 7, p. 02–05.
NAGAKURA, Daisuke; KOBAYASHI, Masahito. Testing the sequential logit model against the nested logit model. Japanese Economic Review, v. 60, n. 3, p. 345–361, 2009.
NORES, Milagros; BARNETT, W. Steven. Benefits of early childhood interventions across the world:(Under) Investing in the very young. Economics of Education Review, v. 29, n. 2, p. 271–282, 2010.
OLIVEIRA, Pedro Rodrigues de; SCORZAFAVE, Luiz Guilherme; PAZELLO, Elaine Toldo. Desemprego e inatividade nas metrópoles brasileiras: as diferenças entre homens e mulheres. Nova Economia, v. 19, n. 2, p. 291–324, 2009.
PAZELLO, Elaine Toldo; FERNANDES, Reynaldo. A maternidade e a mulher no mercado de trabalho: diferença de comportamento entre mulheres que têm e mulheres que não têm filhos. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA, 31.
PERISTA, Heloísa. Género e trabalho não pago: os tempos das mulheres e os tempos dos homens. Análise Social, p. 447–474, 2002.
PSACHAROPOULOS, George; TZANNATOS, Zafiris. Case studies on women’s employment and pay in Latin America. Washington, DC: World Bank, 1992.
QUEIROZ, Vívian dos Santos; ARAGÓN, Jorge Alberto Orellana. Alocação de tempo em trabalho pelas mulheres brasileiras. Estudos Econômicos (São Paulo), v. 45, n. 4, p. 787–819, 2015.
RAMOS, Lauro; AGUAS, Marina Ferreira Fortes; FURTADO, Luana Moreira de Souza. Participação feminina na força de trabalho metropolitano: o papel do status socioeconômico das famílias. Economia Aplicada, v. 15, n. 4, p. 595–611, 2011.
ROSENBAUM, Paul R.; RUBIN, Donald B. Reducing bias in observational studies using subclassification on the propensity score. Journal of the American Statistical Association, v. 79, n. 387, p. 516–524, 1984.
ROSERO, José; OOSTERBEEK, Hessel. Trade-offs between different early childhood interventions: Evidence from Ecuador. Amsterdam: Tinbergen Institute, 2011. (Discussion Paper 11-102/3).
SEVILLA-SANZ, Almudena; GIMENEZ-NADAL, Jose Ignacio; FERNÁNDEZ, Cristina. Gender roles and the division of unpaid work in Spanish households. Feminist Economics, v. 16, n. 4, p. 137–184, 2010.
SIMONSEN, Marianne. Availability and price of high quality day care and female employment. Aarhus: Aarhus University, 2006. (Economics Paper n. 8).
SOARES, Cristiane. A distribuição do tempo dedicado aos afazeres domésticos entre homens e mulheres no âmbito da família. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 16. Anais. Caxambu: ABEP, 2019.
WAJNMAN, Simone. Gender roles in family and earnings differences in Brazil. In: IUSSP INTERNATIONAL POPULATION CONFERENCE, 27., 2013, Busan. Annals. Busan: IUSSP, 2013.
YAHMED, Sarra Ben. Formal but less equal. Gender wage gaps in formal and informal jobs in urban Brazil. World Development, v. 101, p. 73–87, 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Economia Aplicada

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.