O Brasil depois do Plano Real

Autores

  • Paulo Nogueira Batista Junior Fundação Getúlio Vargas

DOI:

https://doi.org/10.11606/1413-8050/ea222319

Palavras-chave:

Plano Real, estabilização, contas externas, política cambial

Resumo

Quatro anos depois do seu lançamento, uma avaliação de conjunto do Plano Real revela resultados ambíguos e paradoxais. O grande sucesso no combate à inflação foi alcançado sem as mudanças profundas no regime fiscal-monetário que muitos consideravam indispensáveis para a estabilização da moeda brasileira. Contudo, a persistente sobrevalorização cambial e a aceleração da abertura às importações produziram grandes desequilíbrios externos e rápido crescimento dos passivos internacionais do país. Além disso, a falta de rigor no controle das contas públicas e as elevadas taxas de juro internas conduziram à ampliação do déficit fiscal e da dívida pública interna de curto prazo. Em consequência, a economia brasileira tornou-se financeiramente vulnerável e muito dependente da disponibilidade de recursos externos. A consolidação da estabilidade monetária e a retomada do crescimento econômico pressupõem o equacionamento dos problemas financeiros do setor público e, em especial, a remoção do desequilíbrio estrutural nas contas externas.

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Publicado

1999-03-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Batista Junior, P. N. (1999). O Brasil depois do Plano Real. Economia Aplicada, 3(especial), 95-107. https://doi.org/10.11606/1413-8050/ea222319