Impactos da reabilitação de pessoas com deficiência no mercado detrabalho brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-53575542dagPalavras-chave:
Mercado de trabalho, Serviços de reabilitação, Políticas públicas inclusivas, Saúde pública, Populações vulneráveisResumo
Este estudo analisa os impactos do tratamento de reabilitação de pessoas com limitação funcional e com deficiência no mercado de trabalho brasileiro. Utilizando os microdados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, foram adotadas estratégias quase-experimentais para analisar os efeitos da reabilitação em duas dimensões de interesse: emprego e rendimento por hora de trabalho. Os resultados revelam que a reabilitação, especialmente quando realizada por meio do convênio de saúde ou particular, tem um impacto significativo e positivo na probabilidade de emprego, principalmente entre as pessoas com deficiência mais severa. Este tipo de tratamento também resulta em aumentos no rendimento do trabalho tanto no mercado formal quanto informal. Em contrapartida, o tratamento fornecido pelo sistema público de saúde, embora aumente a probabilidade de emprego, não se traduz em melhorias salariais.
Downloads
Referências
Aakvik, Arild, James J. Heckman, e Edward J. Vytlacil. 2005. “Estimating treatment effects for discrete outcomes when responses to treatment vary: an application to Norwegian vocational rehabilitation programs”. Journal of Econometrics, Experimental and non-experimental evaluation of economic policy and models, 125 (1): 15–51. https://doi.org/10.1016/j.jeconom.2004.04.002.
Abadie, Alberto, e Guido W. Imbens. 2011. “Bias-Corrected Matching Estimators for Average Treatment Effects”. Journal of Business & Economic Statistics 29 (1): 1–11. https://doi.org/10.1198/jbes.2009.07333.
Adamecz-Völgyi, Anna, Petra Zsuzsa Lévay, Katalin Bördős, e Ágota Scharle. 2018. “Impact of a Personalised Active Labour Market Programme for Persons with Disabilities”. Scandinavian Journal of Public Health 46 (19_suppl): 32–48. https://doi.org/10.1177/1403494817738421.
Adriano, Cássio, Nogueira, Eveline, e Alencar, Francisco. 2020. “A informalidade como fator de risco à saúde do trabalhador.” Em Políticas de vulnerabilização social e seus efeitos: Estudos do programa de pós-graduação em psicologia social da Universidade Federal do Ceará (UFC), 310. Fortaleza: Imprensa Universitária UFC. https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/53270/3/2020_liv_jppbarros.pdf#page=41.
Amorim, Guilherme, e Breno Sampaio. 2016. “Communication Networks and Protests: Investigating the ‘Occupy Movement’ in the United States”. SSRN Electronic Journal, abril. https://doi.org/10.2139/SSRN.2764162.
Austin, Peter C. 2009. “Balance diagnostics for comparing the distribution of baseline covariates between
treatment groups in propensity-score matched samples”. Statistics in Medicine 28 (25): 3083–3107. https://doi.org/10.1002/sim.3697.
Becker, Kalinca. 2019. “Deficiência, Emprego e Salário no Mercado de Trabalho Brasileiro”. Estudos Econômicos (São Paulo) 49 (março):39–64. https://doi.org/10.1590/0101-41614912klb.
Becker, Sascha O., Andrea Ichino, Sascha Becker, e Andrea Ichino. 2002. “Estimation of average treatment
effects based on propensity scores”. Stata Journal 2 (4): 358–77.
Bewley, H., R. Dorsett, e G. A. Haile. 2007. The Impact of Pathways to Work. Vol. 435. Leeds, UK: Corporate
Document Services. http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/20130314010347/http://research.dwp.gov.uk/asd/asd5/rports2007-2008/rrep435.pdf.
Caliendo, Marco, e Sabine Kopeinig. 2008. “Some Practical Guidance for the Implementation of Propensity
Score Matching”. Journal of Economic Surveys 22 (1): 31–72. https://doi.org/10.1111/j.1467-6419.2007.00527.x.
Campolieti, Michele, Morley KL Gunderson, e Jeffrey A. Smith. 2014. “The effect of vocational rehabilitation
on the employment outcomes of disability insurance beneficiaries: new evidence from Canada”. IZA Journal of Labor Policy 3 (1): 10. https://doi.org/10.1186/2193-9004-3-10.
Cattaneo, Matias D. 2010. “Efficient semiparametric estimation of multi-valued treatment effects under ignorability”. Journal of Econometrics 155 (2): 138–54. https://doi.org/10.1016/j.jeconom.2009.09.023.
Costa, Rayssa Alexandre. 2019. “Mercado de trabalho e deficiência: o efeito da mudança de ocupação sobre os profissionais reabilitados”. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo. https://doi.org/10.11606/T.11.2020.tde-22012020-102422.
DiPrete, Thomas A., e Markus Gangl. 2004. “Assessing Bias in the Estimation of Causal Effects: Rosenbaum
Bounds on Matching Estimators and Instrumental Variables Estimation with Imperfect Instruments”. Sociological Methodology 34 (1): 271–310. https://doi.org/10.1111/j.0081-1750.2004.00154.x.
Dugoff, Eva H, Megan Schuler, e Elizabeth A Stuart. 2014. “Generalizing observational study results:
applying propensity score methods to complex surveys.” Health services research 49 (1): 284–303. https://doi.org/10.1111/1475-6773.12090.
Emran, M. Shahe, e Zhaoyang Hou. 2013. “Access to Markets and Rural Poverty: Evidence from Household Consumption in China”. Review of Economics and Statistics 95 (2): 682–97. https://doi.org/10.1162/REST_a_00354.
Fiuza-Moura, Flávio, e Katy Maia. 2015. “Considerações empíricas acerca da aplicação do procedimento de
Heckman: Há viés de seleção amostral na indústria brasileira?” Economia & Região 3 (2): 131–44. https://doi.org/10.5433/2317-627X.2015V3N2P131.
Franchi, Emanuele Farencena, Viviane Dutra Piber, Clarissa Maciel Selau, Michelle Hillig Schmidt, Priscila da
Silva Soares, e Louise Bertoldo Quatrin. 2017. “Prevalência de pessoas com deficiência física e acesso ao serviço de reabilitação no Brasil”. Cinergis 18 (3): 169–73. https://doi.org/10.17058/cinergis.v18i3.8783.
Garcia, Vinicius Gaspar, e Alexandre Gori Maia. 2014. “Características da participação das pessoas com deficiência e/ou limitação funcional no mercado de trabalho brasileiro”. Revista Brasileira de Estudos de População 31 (2): 395–418. https://doi.org/10.1590/S0102-30982014000200008.
Germundsson, Per, Johanna Gustafsson, Martin Lind, e Berth Danermark. 2012. “Disability and Supported Employment: Impact on Employment, Income, and Allowances”. International Journal of Rehabilitation Research 35 (3): 263. https://doi.org/10.1097/MRR.0b013e3283544d3c.
Handouyahia, Andy, Tony Haddad, e Frank Eaton. 2013. “Kernel Matching versus Inverse Probability Weighting: A Comparative Study”. International Journal of Mathematical and Computational Sciences 7 (8): 1218–33.
Heckman, James J. 1979. “Sample Selection Bias as a Specification Error”. Econometrica 47 (1): 153.
https://doi.org/10.2307/1912352.
Hirano, Keisuke, Guido W. Imbens, e Geert Ridder. 2003. “Efficient Estimation of Average Treatment Effects
Using the Estimated Propensity Score”. Econometrica 71 (4): 1161–89.
https://doi.org/10.1111/1468-0262.00442.
IBGE. 2018. “Releitura dos dados de pessoas com deficiência no Censo Demográfico 2010 à luz das recomendações do Grupo de Washington”. Nota Técnica 01/2018.
IBGE. 2021. “Pesquisa Nacional de Saúde 2019”. Cilos de Vida. Brasil.
IBGE. 2023. “Pessoas com deficiência 2022 - PNAD Contínua”. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Pesquisas por Amostra de Domicílios e Grupo de Trabalho Pessoas com Deficiência. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102013_informativo.pdf.
Imbens, Guido W. 2000. “The Role of the Propensity Score in Estimating Dose-Response Functions”. Biometrika. Oxford University PressBiometrika Trust. https://doi.org/10.2307/2673642.
Kassouf, Ana Lúcia. 2005. “Acesso aos serviços de saúde nas áreas urbana e rural do Brasil”. Revista de Economia e Sociologia Rural 43 (1): 29–44. https://doi.org/10.1590/S0103-20032005000100002.
Khandker, Shahidur, Gayatri B. Koolwal, e Hussain Samad. 2009. Handbook on Impact Evaluation. The World Bank. https://doi.org/10.1596/978-0-8213-8028-4.
Lewbel, Arthur. 2012. “Using Heteroscedasticity to Identify and Estimate Mismeasured and Endogenous Regressor Models”. Journal of Business & Economic Statistics 30 (1): 67–80. https://doi.org/10.1080/07350015.2012.643126.
Orr, Larry L., Stephen H. Bell, e Ken Lam. 2007. Long-term impacts of the New Deal for Disabled People.
Research report, no. 432. Leeds: Corporate Document Services.
Pesor, Renee, e Kaire Põder. 2023. “Evaluation of Active Labor Market Policy Reform: Employment Outcomes of Vocational Rehabilitation Services”. Journal of Occupational Rehabilitation, março, 1–12. https://doi.org/10.1007/s10926-023-10102-w.
Rehwald, Kai, Michael Rosholm, e Bénédicte Rouland. 2015. “Does Activating Sick-Listed Workers Work?
Evidence from a Randomized Experiment”. Working Papers, Working Papers, , novembro. https://ideas.repec.org//p/hal/wpaper/hal-01228454.html.
Rocha, Sonia Regina Gomes da, e Rodolfo Castro. 2023. “Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde em um programa de reabilitação para pessoas com deficiência visual”. Revista Brasileira de Oftalmologia 82 (abril):e0013. https://doi.org/10.37039/1982.8551.20230013.
Rosenbaum, Paul R. 2002. Observational studies. Springer.
Rosenbaum, Paul R., e Donald B. Rubin. 1983. “The Central Role of the Propensity Score in Observational
Studies for Causal Effects”. Biometrika 70 (1): 41. https://doi.org/10.2307/2335942.
Rubin, Donald B. 2001. “Using Propensity Scores to Help Design Observational Studies: Application to the
Tobacco Litigation”. Health Services and Outcomes Research Methodology 2 (3): 169–88. https://doi.org/
1023/A:1020363010465.
Santos, Camila Teófilo dos, Maria Eloisa Famá D’Antino, Silvana Maria Blascovi Assis, Étria Rodrigues, Zodja
Graciani, e Susi Mary de Souza Fernandes. 2018. “A inserção da pessoa com deficiência na reabilitação profissional: revisão de literatura”. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento 18 (1). http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/view/11756.
Scharle, Ágota, e Márton Csillag. 2016. Disability and Labour Market Integration: Analytical Paper. LU: Publications Office of the European Union. https://data.europa.eu/doi/10.2767/26386.
Schmick, Ethan. 2022. “Vocational Rehabilitation and Labor Market Outcomes: Evidence from World War I
Veterans”. Social Science History 46 (1): 119–42. https://doi.org/10.1017/ssh.2021.40.
Souza, Kelienny. 2015. “Avaliação do acesso aos serviços de reabilitação física para vítimas de acidentes de
trânsito: caminhos para melhoria da qualidade do sistema de saúde.” Dissertação de Mestrado, Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRG.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/20194.
StataCorp. 2019. Stata Tratment-Effects Reference Manual: Potential Outcomes/Counterfactual Outcomes.
Release 16. Statistical Software. Texas: College Station. https://www.stata.com/manuals16/te.pdf.
Stucki, Gerold, Marita Stier-Jarmer, Eva Grill, e John Melvin. 2005. “Rationale and principles of early rehabilitation care after an acute injury or illness”. Disability and Rehabilitation 27 (7–8): 353–59. https://doi.org/10.1080/09638280400014105.
Takahashi, Mara Alice Batista Conti, e Aparecida Mari Iguti. 2008. “As mudanças nas práticas de reabilitação profissional da Previdência Social no Brasil: modernização ou enfraquecimento da proteção social?” Cadernos de Saúde Pública 24 (11): 2661–70. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008001100021.
Tigre, Robson, Breno Sampaio, e Tatiane Menezes. 2017. “THE IMPACT OF COMMUTING TIME ON
YOUTH’S SCHOOL PERFORMANCE”. Journal of Regional Science 57 (1): 28–47. https://doi.org/10.1111/
jors.12289.
Travassos, Claudia, Evangelina X. G. de Oliveira, e Francisco Viacava. 2006. “Desigualdades geográficas e sociais no acesso aos serviços de saúde no Brasil: 1998 e 2003”. Ciência & Saúde Coletiva 11 (dezembro):975–86. https://doi.org/10.1590/S1413-81232006000400019.
Weathers, Robert R., e Michelle Stegman Bailey. 2014. “The Impact of Rehabilitation and Counseling Services on the Labor Market Activity of Social Security Disability Insurance (SSDI) Beneficiaries”. Journal of Policy Analysis and Management: [The Journal of the Association for Public Policy Analysis and Management] 33(3): 623–48. https://doi.org/10.1002/pam.21763.
Wooldridge, Jeffrey M. 2010. Econometric analysis of cross section and panel data. London: MIT Press.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Daniel Morales Martínez, Alexandre Gori Maia, Guirlanda Maria Benevides

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A submissão de artigo autoriza sua publicação e implica o compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico.
A revista não paga direitos autorais aos autores dos artigos publicados.
Dados de financiamento
-
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Números do Financiamento nº 2024/15363-6 e 2020/09838-0 -
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Números do Financiamento nº 303222/2022-0
Atualizado em 14/08/2025