Como os economistas discordam: um ensaio metodológico sobre o "contexto da descoberta" em economia
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0101-41612007000200006Palavras-chave:
história do pensamento econômico, metodologia, contexto da descobertaResumo
Este artigo insere-se na área de metodologia das investigações da história do pensamento econômico, isto a partir de uma perspectiva plural, considerando a diversidade de abordagens teóricas como a tônica do conhecimento sobre os fenômenos econômicos. Apresenta-se uma sugestão de método para o estudo do nascimento de escolas do pensamento econômico, aqui chamado de "contexto da descoberta" em economia. Argumenta-se sobre as relações entre a realidade social, específica, histórica e geograficamente, e as teorias e novas abordagens que surgem nesses contextos. A metodologia sugerida envolve desde a caracterização das escolas de pensamento por meio dos conceitos de Kuhn e Lakatos, até o tratamento que deve ser dado à questão do anacronismo, presente em qualquer trabalho de historiografia intelectual. Enfim, um modelo interpretativo é desenhado, com o intuito de utilizá-lo em posteriores pesquisas sobre autores e escolas de pensamento econômico.Downloads
Referências
Alencar, E. Introdução à lógica matemática. São Paulo: Makron Books, 1992.
Backhouse, R. Explorations in economic methodology: from Lakatos to empirical philosophy
of science. London: Routledge, 1998.
Barnes, B. Scientific knowledge and sociological theory. London: Routledge & Kegan
Paul, 1974.
Blaug, M. Metodologia da economia: ou como os economistas explicam. São Paulo:
EDUSP, 1993.
Blaug, M. No history of ideas, please, we’re economists. Journal of Economic Perspectives,
v. 15, n. 1, 2001.
Bloor, D. Science and social imagery. London: Routledge & Kegan Paul, 1976.
Caldwell, B. Beyond positivism: economic methodology in the nineteenth century. London: George Allen & Unwin, 1982.
Coats, A. W. Is there a “structure of scientific revolutions” in economics? Kyklos, v. 22, 1969.
De Marchi, N. Introduction. In: De Marchi, N., Post-Popperian methodology of economics:
recovering pratice. Boston: Kluwer, 1992.
Dobb, M. Theories of value and distribution since Adam Smith: ideology and economic
theory. New York: Cambridge University Press, 1973.
Dow, S. The methodology of macroeconomic thought: a conceptual analysis of schools of
thought in economics. 2a Edição. Cheltenham: Edward Elgar, 1996.
Earp, F. S. Um pouco além de Thomas Kuhn. Revista de Economia Política, v. 16, n. 1 (61), 1996.
Febvre, L. El problema de la incredulidad em siglo XVI: la religión de Rabelais. México: Uteha, 1959.
Feyerabend, P. K. Against method. 1a Edição. New York: Verso Books, 1993.
Foucault, M. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1981.
Hands, W. Reflection without rules: economic methodology and contemporary science
theory. New York: Cambridge University Press, 2001.
Heilbroner, R.; Milberg, W. The crisis of vision in modern economic thought. New York:
Cambridge University Press, 1995.
Holton, G. A imaginação científica. (trad. port.). Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
Holton, G. Thematic origins of scientific thought: Kepler to Eistein. Ed. rev. London: Harvard University Press, 1988.
Keynes, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982.
Knorr-Cetina, K. The manufacture of knowledge. New York: 1981.
Kuhn, T. A estrutura das revoluções científicas. 8a Edição. São Paulo: Perspectiva, 2003.
Kuhn, T. Reflections on my critics. In: Lakatos, I.; Musgrave, A., Criticism and the
growth of knowledge: proceedings of international colloquium in philosophy of
science. London: Cambridge University Press, 1970a.
Kuhn, T. Second thoughts on paradigms. In: Suppes, P. (ed.), The structure of scietific theories. Urbana: 1970b.
Lakatos, I. Falsification and the methodology on scientific research programmes.
In: Lakatos, I.; Musgrave, A. Criticism and the growth of knowledge: proceedings
of international colloquium in philosophy of science. London: Cambridge University Press, 1970.
Lakatos, I. A história da ciência e suas reconstruções racionais. São Paulo: Edições 70, 1999.
Latsis, S. J. Method and appraisal in economics. New York: Cambridge University Press, 1976.
Lawson, T. Reorienting economics. London: Routledge, 2003.
Loasby, B. J. Public science and public knowledge. Research in the History of Economic
Thought and Methodology, v. 4, 1986.
Mäki, U. Social conditioning of economics. In: De Marchi, N., Post-Popperian methodology
of economics: recovering pratice. Boston: Kluwer, 1992.
Mastermann, M. The nature of a paradigm. In: Lakatos, I.; Musgrave, A., Criticism
and the growth of knowledge: proceedings of international colloquium in philosophy
of science. London: Cambridge University Press, 1970.
Myrdal, G. Value in social theory: a selection of essays on methodology. London:
Routledge & Kegan Paul, 1958.
Paula, J. A. et al. Nações e estilos de economia política. Textos para Discussão, n. 160.
Cedeplar/UFMG, 2001.
Paula, J. A. Walras no Journal des Économistes: 1860-65. Revista Brasileira de Economia,
v. 56, n. 1, 2002.
Peacock, M. Explaining theory choice: an assessment of the critical realist contribution
to explanation in science. Journal for the Theory of Social Behaviour, v. 30,
n. 3, 2000.
Peacock, M. No methodology without ontology! Reorienting economics. Journal of Economic Methodology, v. 11, n. 3, 2004.
Peters, F. E. Termos filosóficos gregos. (trad. port.). 2a Edição. Lisboa: Fundação C. Gulbekian, 1983.
Popper, K. R. The logic of scientific discovery. New York: Harper Torch Books, 1968.
Robinson, J. Filosofia económica. Rio de Janeiro: Zahar, 1964.
Schumpeter, J. A. História da análise econômica. vol. 1. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1964.
Shapin, S. History of science and its sociological reconstructions. History of Science, v. 20, 1982.
Stengers, I. A invenção das ciências modernas. São Paulo: Editora 34, 2002.
Viera, J. G. S.; Fernandez, R. G. A estrutura das revoluções científicas na economia e a
revolução Keynesiana. 2004. Mimeografado.
Viskovatoff, A. Rationalism and mainstream economics. Journal of Economic Methodology,
v. 10, n. 3, 2003.
Whitley, R. The intellectual and social organization of the sciences. Oxford: Oxford
University Press, 1984.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2007 Marco Antonio Ribas Cavalieri
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A submissão de artigo autoriza sua publicação e implica o compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico.
A revista não paga direitos autorais aos autores dos artigos publicados.
O detentor dos direitos autorais da revista é o Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo.