A construção da personagem Tita a partir de sua relação com a cozinha em "Como agua para chocolate" (1989), de Laura Esquivel
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9748.v4i1p12-23Palavras-chave:
Literatura hispano-americana, Personagem feminina , CozinhaResumo
O presente artigo tem como finalidade analisar a construção da personagem feminina Tita do romance Como agua para chocolate (1989), de Laura Esquivel, através do ambiente no qual está inserida desde seu nascimento: a cozinha. A protagonista é a filha mais nova de três irmãs, sua Mamãe Elena é uma mulher extremamente rígida, que após a perda de seu marido, assume o controle do rancho e da educação das filhas. Na condição de caçula, Tita é obrigada a seguir uma tradição familiar que lhe proíbe de se casar para cuidar da mãe. Diante dessa circunstância marcada pela submissão, Tita inicia uma trajetória de luta, impulsionada pela von- tade de romper não somente com a tradição castradora, mas também com os valores do patriarcado que marginalizam e silenciam a voz feminina. Desse modo, a cozinha – espaço de confinamento e submissão da mulher – propicia um papel de extrema importância na transformação da protagonista.
Downloads
Referências
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. André Barbault et al. (Col.). Carlos Sussekind (Coord.). Trad. Vera da Costa e Silva. 21. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007.
ESCAJA, Tina. Reinscribiendo a Penélope: mujer e identidad mejicana en Como agua para chocolate. Revista Iberoamericana. v. 66, n. 192, p. 571-86, jul./sep. 2000.
ESQUIVEL, Laura. Como agua para chocolate. Buenos Aires: Debolsillo, 2009.
ESQUIVEL, Laura. Como água para chocolate. Trad. Olga Savary. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
MIRANDA, Kátia Rodrigues Mello. A pedra e a água: uma leitura comparada de Pedro Páramo (1955), de Juan Rulfo, e Como água para chocolate (1989), de Laura Esquivel. Tese de Doutorado em Letras, Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Assis, 2013.
SACRAMENTO, Adriana Rodrigues. A culinária de sentidos: corpo e memória na literatura contemporânea. Tese de Doutorado em Literatura. Universidade de Brasília, Brasília, 2009. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/4926>. Acesso em: 26 ago. 2016.
SANTOS, Ana Cristina dos. Algumas reflexões sobre a voz feminina na moderna narrativa hispano-americana. In: Anuario Brasileño de Estudios Hispánicos, nº 9, 1999, p. 117-128. Disponível em <http://www.educacion.gob.es/exterior/br/es/publicaciones/anuario/abeh99.pdf>. Acesso em: 5 de maio de 2015.
SHOWALTER, Elaine. A crítica feminista no território selvagem. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da literatura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 23-57.
ZOLIN, Lúcia Osana. Literatura de autoria feminina. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (Org.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 2. ed. Maringá: Eduem, 2005. p. 275-83.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Ao enviar qualquer trabalho para publicação nesta revista, o(s) autor(es) se compromete(m) com a originalidade, se responsabilizando por qualquer litígio que surja desta publicação, assim como pela utilização de imagens, citações, transcrições e referências em seu texto, eximindo a Revista Entrecaminos e sua Comissão Editorial de qualquer responsabilidade sobre seu conteúdo.
De mesmo modo, com o envio de material para publicação, o(s) autor(es) cede(m) seus direitos à revista; entretanto, a Revista Entrecaminos autoriza publicações do texto em outros meios, seja de forma parcial ou total, desde que se faça referência à publicação original.
Ao enviar seu trabalho, portanto, o(s) autor(es) manifesta(m) sua conformidade con la política editorial da revista e as presentes condições.