A educação infantil em tempo de SARS-CoV-2: a (re)organização dos fazeres docentes
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202248254817porPalavras-chave:
Educação infantil, Covid-19, Organização dos fazeres docentes, Atendimento não presencial de criançasResumo
O artigo decorre e faz parte de uma ampla pesquisa transnacional de convênio de cooperação científica entre uma universidade pública italiana e uma federal brasileira que visa identificar e analisar alguns elementos de organização pedagógica constituintes dos fazeres de professoras da educação infantil brasileiras na implementação do atendimento não presencial (ou remoto) em instituições de educação infantil, em razão da pandemia de covid-19. Os elementos de organização pedagógica no tratamento investigativo são: objetivos ou intencionalidades educacionais, recursos, tempo e estratégias. Trata-se de estudo com desenho metodológico de survey, utilizando-se do e-survey com uso de questionário contendo 44 perguntas, abertas e fechadas, que contou com a participação de 97 professoras de educação infantil. Dentre os resultados, constata-se que a maioria das(os) profissionais não teve formação tecnológica para uso pedagógico de ferramentas de comunicação ou mídias sociais, com destaque para o uso do WhatsApp® e do Facebook®. Tais ferramentas foram assumidas como principais recursos de contato com as famílias e as crianças e meios para atingir as principais intencionalidades: permanência viva da memória da rotina escolar e das relações afetivas com as professoras. Diante do contexto de pandemia e suspensão do atendimento presencial também na educação infantil, o redesenho dos fazeres docentes no que tange à organização pedagógica, incluindo a adaptação de materiais, foi evidenciada neste estudo.
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