Emoções e práticas docentes na inclusão escolar sob a perspectiva histórico-cultural
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202450273036Palavras-chave:
Emoções, Professores, Inclusão escolar, Psicologia histórico-cultural, Educação especialResumo
O artigo relata uma pesquisa qualitativa fundamentada nos pressupostos da psicologia histórico-cultural, cujo objetivo foi compreender o processo de desenvolvimento das emoções e sua transformação nas práticas docentes inclusivas. Foram utilizadas entrevistas estruturadas, semiestruturadas e o dispositivo metodológico da autoconfrontação, interpretados por meio da análise microgenética vigotskiana. Participaram da pesquisa duas professoras de turmas inclusivas dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública brasileira. Identificou-se a dificuldade das professoras em expressar emoções e a ampla presença de emoções desagradáveis, com ênfase no adoecimento docente e na falta de apoio para a inclusão escolar. Evidenciou-se a dificuldade das professoras em expressar e referirem-se às próprias emoções, reverberando o modelo cartesiano que relega as emoções em detrimento da cognição. Embora tenham sido mencionadas emoções como amor/gostar e esperança, os resultados revelaram a ampla presença de emoções desagradáveis (angústia; desamparo, aflição, impotência; frustração; incapacidade, insegurança; incompletude; sentir-se mal; tristeza). Por meio da pesquisa, as docentes participantes puderam reconhecer e refletir sobre suas emoções/práticas inclusivas que se amalgamam no cotidiano da escola, (re)conhecendo suas emoções/práticas e configurando novos sentidos às suas vivências. Conclui-se que a entrevista de autoconfrontação permitiu que as participantes refletissem sobre suas emoções e práticas inclusivas, contribuindo para a tomada de consciência e para a transformação do trabalho das docentes por meio do aumento do poder de agir sobre a própria atividade.
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