Rap e duelo de rima na escola: experiências com base na pedagogia hip hop
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202551288408porPalavras-chave:
Rap, Educação, Pedagogia hip-hop, Educação antirracista, Lei nº 10.639/2003Resumo
Com base em elementos da chamada Pedagogia hip-hop e no conceito de marginalidades conectivas, pretende-se, com este ensaio, apresentar reflexões sobre experiências pedagógicas que tiveram o rap, expressão oral do movimento hip-hop, como elemento central em sala de aula. Este ensaio tem como objetivo desenvolver tal discussão a partir da vivência de uma oficina e de uma batalha de rima realizadas em 2023 com alunas e alunos do ensino fundamental na escola EMEF Professora Célia Regina Lekevicius Consolin, unidade educacional localizada na zona norte de São Paulo, SP, a fim de dialogar com possíveis formas de se trabalhar o rap, sobretudo os raps definidos como socialmente engajados como ferramenta didática, principalmente em um contexto de alta vulnerabilidade social e econômica, como é o caso dos estudantes da referida escola, muitos moradores de conjuntos habitacionais e de moradias precárias próximo à escola, e, também, de jovens do mundo todo. Por meio dessas atividades, realizadas no ambiente escolar com turmas de 5º e 8º anos, foi possível propor um espaço de valorização da cultura negra e de práticas educacionais antirracistas, críticas e culturalmente relevantes que podem contribuir para a efetivação das leis nºs 10.639/03 e 11.645/08.
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