Podem os argumentos do apêndice da parte I da Ética vencer a superstição?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.199767Palavras-chave:
Espinosa, Superstição, Finalismo, Conhecimento, Meditação, LiberdadeResumo
Neste trabalho, pretendemos investigar o poder que os argumentos do apêndice da Parte I da Ética possuem para enfraquecer a superstição que reside na mente do leitor. Dada a necessidade dos preconceitos que levam à consolidação da superstição finalista, é esperado que o leitor, ao se deparar com a Ética, esteja completamente tomado pelas crenças finalistas. Tendo isso em vista, como poderia a compreensão desses argumentos ser capaz de eliminar a superstição? Como intentamos demonstrar, o conhecimento adquirido é incapaz, ao menos num primeiro momento, de levar a cabo essa tarefa: é necessária uma meditação amiúde reiterada. Isso é possível porque a meditação, ao utilizar o conhecimento sobre a necessidade da superstição como ponto de partida, é capaz de reorganizar os afetos, de modo a tornar os afetos racionais gradativamente mais fortes que os afetos ligados à superstição.
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