Espinosa e a tradição melancólica

Autores

  • Marcos F. de Paula

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2008.89333

Palavras-chave:

Melancolia, Criação, Alegria, Euforia, Desejo.

Resumo

Desde o Problema XXX, atribuído a Aristóteles, uma longa tradição de filósofos, artistas e escritores vê a melancolia como afeto positivo ligado ao “homem de gênio” e à criação intelectual em geral. Do ponto de vista da teoria dos afetos de Espinosa, o problema da melancolia coloca um outro: como é possível que de uma tristeza profunda possa nascer a atividade intectual, artística, literária? Toda atividade é uma produção, uma alegria, aumento da potência de agir e pensar: como ela poderia nascer da melancolia? Nossa hipótese é que o problema se explica pela “alegria eufórica”, a outra face da melancolia, que nasce como reação do desejo contra a própria tristeza. Por ser alegria, afasta a tristeza profunda; mas por ser eufórica, mantém o “melancólico” preso à sua própria doença. Assim, a reação não cura o “doente” de seu “mal”, o mantém num círculo interminável de euforia e estado melancólico.

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Biografia do Autor

  • Marcos F. de Paula
    Doutorando em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e bolsista da Fapesp.

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Publicado

2008-06-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Paula, M. F. de. (2008). Espinosa e a tradição melancólica. Cadernos Espinosanos, 18, 53-70. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2008.89333