Ensino e aprendizagem de literatura no nível médio da região metropolitana de Fortaleza: progressão cognitiva e interação discursiva
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2019.160129Palavras-chave:
Ensino de literatura, Semiótica discursiva, Taxionomia de Bloom, Discurso literário, Escola pública cearenseResumo
O presente trabalho tem como foco o ensino e a aprendizagem voltados para o texto literário. Seja considerado como forma discursiva própria, seja como item de consumo de um sistema literário, o texto literário requer da escola um comprometimento didático-pedagógico específico. A pesquisa se alinha com a Semiótica Discursiva proposta por Greimas, ou seja, a aula é aqui entendida como um gênero discursivo em que um destinador (professor) propõe ao destinatário (alunos) a aquisição do texto literário como objeto. Com esse entendimento, este trabalho expõe achados de uma pesquisa sobre os níveis cognitivos relativos ao ensino e à aprendizagem da Literatura, com abrangência na escola pública de nível médio da região metropolitana de Fortaleza (CE). Os dados foram colhidos por estagiários, que aplicaram questionários baseados na Taxionomia de Bloom para o domínio cognitivo. Foram aplicados 405 questionários, distribuídos entre 2014 e 2017, sendo uma ficha para cada aula observada. Os três primeiros níveis cognitivos (conhecimento, compreensão e aplicação) representam 89% das aulas observadas, restando 11% para os níveis mais elevados (análise, aplicação e avaliação). Os dados sugerem uma necessidade de elevação dos níveis cognitivos para patamares mais elevados, o que requer uma prática didático-pedagógica que centralize a experiência no texto literário, considerado como forma discursiva própria, mediante dinâmicas de grupo, respeitando-se os educandos como protagonistas de sua própria aprendizagem.
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