As transparências enganam
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2019.160195Palavras-chave:
Transparência, Aparência, Verdade, Discurso político, SemióticaResumo
A desconfiança ameaça o discurso e a ação políticos. Porém, apenas a linguagem e, portanto, as “aparências” podem nos dizer a verdade, pois só conhecemos o mundo através delas. Não há outro acesso possível à realidade e à verdade, social ou natural, além daquilo que o mundo, natural ou construído, oferece à percepção de nossos sentidos e sobre o qual construímos seu próprio “sentido” . Diante da persistente desconfiança das aparências e, portanto, da linguagem – uma suspeita semiótica baseada na ideia de que a linguagem nada mais é do que um véu cuja função não é dizer ou fazer conhecer o mundo, mas sim ser um filtro (quase um feitiço) que nos impede de “sentir” a realidade exata das coisas e defender uma palavra política “transparente” e “imediata” – este artigo se propõe a analisar os conflitos enunciativos da construção do discurso político como “mediação” semiótica.
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Referências
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