O gerativismo musical de Schenker e suas aplicações na análise da canção: homologias entre estruturas musicais superficiais, intermediárias e profundas e categorias do conteúdo em “Trocando em Miúdos”, de Francis Hime e Chico Buarque de Holanda
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2021.191294Palavras-chave:
Semiótica, Musicologia, Análise schenkeriana, Análise da canção, SincretismoResumo
O percurso gerativo de sentido se define como “uma sucessão de patamares, cada um dos quais suscetível de receber uma descrição adequada, que mostra como se produz e se interpreta o sentido, num processo que vai do mais simples e abstrato ao mais complexo” (Fiorin, 1992, p. 17). Em seu Der freie Satz, de 1935, Schenker defende que a análise da música tonal revela inapelavelmente uma estrutura fundamental que, por meio de um encadeamento de procedimentos de complexificação, atravessa uma série de camadas organizadas em três grandes níveis hierárquicos até chegar à superfície e à materialidade da partitura musical. O presente artigo, a partir de uma revisão de literatura em torno de um conjunto de autores fundamentais para a semiótica musical, toma como referência a utilização do gerativismo de Schenker sobretudo por Agawu, Hatten e Tarasti para investigar que subsídios essa técnica, que aborda simultaneamente aspectos harmônicos, contrapontísticos e formais, pode ter a oferecer para a análise e para oestudo do processo de construção de sentido no contexto sincrético cancional.O corpus analítico escolhido foi a canção “Trocando em miúdos”, música de FrancisHime com letra de Chico Buarque de Holanda, na gravação original do compositorlançada em 1977.
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