A bricolagem enunciativa na quebra da quarta parede: uma cena de telenovela sob análise semiótica
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2025.230173Palavras-chave:
Audiovisualidade, Bricolagem enunciativa, Enunciação, TelenovelaResumo
Este artigo tem como objetivo analisar semioticamente a articulação de diferentes projeções enunciativas em uma cena da telenovela Renascer, marcada pelo recurso cinematográfico da “quebra da quarta parede”. Sustentada teoricamente pelos estudos da enunciação desenvolvidos no âmbito da Semiótica Discursiva, especialmente no que tange aos conceitos de debreagem e de embreagem, a análise explora como a cena da telenovela configura e reconfigura a cena enunciativa, por meio de procedimentos de sobreposição e de deslocamento, sobretudo de imagens. Os resultados permitem concluir a ocorrência de uma bricolagem enunciativa, em que efeitos de subjetividade/objetividade, presentificação/absenteização e conjunção/deslocação são instaurados com o apoio de recursos digitais próprios da linguagem audiovisual.
Downloads
Referências
BENVENISTE, Émile. Da subjetividade na linguagem. In: Problemas de Linguística Geral I. Trad. Maria da Glória Novak e Luiza Neri. Campinas: Pontes, 1976. p. 284-293.
BENVENISTE, Émile. O aparelho formal da enunciação. In: Problemas de Linguística Geral II. Trad. Eduardo Guimarães et al. Campinas: Pontes, 1989. p. 81-90.
CRUZ, Álvaro André Zeini. Renascer reimaginada. Revista Científica/FAP, Curitiba, v. 30, n. 1, p. 330-351, jan./jun. 2024. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/revistacientifica/article/view/8883. Acesso em: 30 set. 2024.
DONDERO, Maria Giulia. A enunciação enunciada na imagem. In: ABRIATA, Vera Lucia Rodella; SALLES, Atilio Catosso; SAYEG-SIQUEIRA, João Hilton (org.). Vozes do social: a enunciação visual e sincrética na diversidade das mídias. Franca: Unifran, 2019. p. 15-41. Disponível em: https://orbi.uliege.be/bitstream/2268/244241/1/Livro_Foco%20DONDERO%201-42.pdf. Acesso em: 30 set. 2024.
DUARTE, Elizabeth Bastos. Quando e como a TV fala de si. E-Compós, Brasília, v. 1, p. 1-17, 2004. Disponível em: https://www.e-compos.org.br/e-compos/article/view/23. Acesso em: 30 set. 2024.
ECO, Umberto. Tevê: a transparência perdida. In: ECO, Umberto. Viagem na irrealidade cotidiana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 182-204. Disponível em: https://cienciaslinguagem.eca.usp.br/Eco_Teve.pdf. Acesso em: 30 set. 2024.
E LA NAVE VA. Direção: Federico Fellini. Itália: RAI, 1983. Filme (128 min), son., color.
FIORIN, José Luiz. Enunciação e Semiótica. Letras, Santa Maria, v. 33, p. 69-97, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11924. Acesso em: 30 set. 2024.
FIORIN, José Luiz. Duas concepções de enunciação. Estudos Semióticos, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 122-137, jul. 2020. Disponível em: https://revistas.usp.br/esse/article/view/172329. Acesso em: 30 set. 2024.
FIORIN, José Luiz. A respeito dos conceitos de debreagem e de embreagem: as relações entre semiótica e linguística. CASA: Cadernos de Semiótica Aplicada, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 12-38, jun. 2022. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/casa/article/view/8970. Acesso em: 30 set. 2024.
GREIMAS, Algirdas Julien; COURTÉS, Joseph. Dicionário de semiótica. 2. ed. Trad. Alceu Dias Lima et al. São Paulo: Contexto, 2016.
HIGUET, Etienne Alfred. A enunciação na semiótica visual, especialmente na pintura religiosa. Estudos de Religião, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 9-35, maio/ago. 2021. Disponível em: https://revistas.metodista.br/index.php/estudosreligiao/article/view/326. Acesso em: 30 set. 2024.
LINS, Aline Maria Grego. A enunciação do cinema para a tevê (análise do vídeo Morte e Vida Severina). Symposium, Recife, v. 5, n. 2, p. 14-22, jul./dez. 2001. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/5762/5762.PDF. Acesso em: 30 set. 2024.
NACHTERGAELE, Matheus. Entrevista concedida a Walter Felix. Portal Na Telinha, 21 jun. 2024. Disponível em: https://natelinha.uol.com.br/famosos/2024/06/21/matheus-nachtergaele-a-duracao-das-novelas-e-o-principal-motivo-pelo-qual-eu-faco-poucas-213361.php. Acesso em: 30 set. 2024.
PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. 3. ed. Trad. J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 2008.
PERUZZOLO, Adair C. Agenciamentos do olhar: a tela. Culturas Midiáticas, João Pessoa, v. 4, n. 7, p. 1-15, jul./dez. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/cm/article/view/11656. Acesso em: 30 set. 2024.
RENASCER. Criação de Benedito Ruy Barbosa. Direção de Luiz Fernando Carvalho. 1.a versão. Rio de Janeiro: TV Globo, 1993. Disponível em: https://globoplay.globo.com/renascer-1993/t/njQQPD2bxp/. Acesso em: 30 set. 2024.
RENASCER. Criação de Benedito Ruy Barbosa. Adaptação de Bruno Luperi. Direção de Gustavo Fernandez. 2.a versão. Rio de Janeiro: TV Globo, 2024. Disponível em: https://globoplay.globo.com/renascer/t/7FVQttLvR5/. Acesso em: 30 set. 2024.
SANTAELLA, Lucia. Audiovisualidade: acústica/ótica, audição/visão, som/imagem. In: SANTAELLA, Lucia (org.). Novas formas do audiovisual. 2. ed. Barueri: Estação das Letras e Cores, 2019. p. 276-296 (versão eletrônica).
SCHWARTZMANN, Matheus Nogueira; SCALIANTE, Daniele Cristina. Do poema à pintura: enunciação verbal e visual em Drummond e Portinari. Diálogos Pertinentes, Franca, v. 15, n. 2, p. 141-156, jul./dez. 2019. Disponível em: https://publicacoes.unifran.br/index.php/dialogospertinentes/article/view/3578. Acesso em: 30 set. 2024.
TOM JONES. Direção: Tony Richardson. Reino Unido: United Artists, 1963. Filme (129 min), son., color.
VELOSO, Caetano. Trem das cores. In: VELOSO, Caetano. Cores, nomes. [S.l.]: Universal Music, 1982. 1 disco sonoro (33 min), estéreo, 33 1/3 rpm.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Antonio Lemes Guerra Junior, Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Mello, Ana Paula Pinheiro da Silveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os trabalhos publicados na revista Estudos Semióticos estão disponíveis sob Licença Creative Commons CC BY-NC-SA 4.0, a qual permite compartilhamento dos conteúdos publicados, desde que difundidos sem alteração ou adaptação e sem fins comerciais.