A cólera e suas oscilações tensivas

Resumo

Apresento neste texto dois movimentos de abordagem. No primeiro, visito brevemente três autores que inauguraram o que hoje constitui a chamada semiótica tensiva: A. J. Greimas, B. Pottier e Cl. Zilberberg. Nesse primeiro movimento, procuro expor as reflexões pioneiras desses autores sobre o conceito de tensividade, de intensidade, de gradualidade, conceitos-chaves que estarão na base metodológica da construção da semiótica tensiva, em seus modelos atuais de análise. Estendo também a exposição e visito a reflexão de dois autores brasileiros, que exploraram vias operacionais do modelo sinusoidal de Pottier para extrair dele, de um lado, uma flexibilização no trato do campo epistêmico da semiótica greimasiana (I. C. Lopes) bem como, de outro, uma dinamização no trato das paixões, da veridicção, e sua aplicação na análise da semiótica da canção (R. Mancini). No segundo movimento exponho um modelo próprio, catenário, inspirado em reflexões inaugurais sobre a tensividade por Zilberberg, e realizo uma breve análise que incide sobre as oscilações tensivas da paixão da cólera, tendo como parâmetro a análise de Greimas sobre tal paixão.