A distinção entre provas artificiais e não artificiais da Retórica à Semiótica
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2025.231828Palavras-chave:
Semiótica, Retórica, Arte, Discurso, MétodoResumo
Este texto toma o ponto de vista da história das ideias para revisitar a questão das relações entre semiótica e retórica. Buscando um balanço do cenário atual, visamos prover mais elementos para a comparação entre as teorias do signo e as teorias da linguagem sob o ponto de vista da longa história desses temas. Com isto, chegamos a alguns pontos comuns que permitem aderir a um movimento de busca pela reagregação das diferentes artes e ciências do texto em torno do “texto” e do “discurso”, concebidos de forma metaforicamente ampliada. Neste percurso, partimos das divisões disciplinares e do escopo próprio à retórica na antiguidade, passando pela partilha das competências da arte do Trivium. Apresentamos o iluminismo francês como um dos momentos cruciais desta história, no qual se elabora a posição de que não há nada fora da arte, em posição simultaneamente retórica e semiótica. Propomos, assim, que se conceba uma aproximação entre retórica e semiótica mais forte e mais historicamente persistente do que comumente suposto, além de constitutiva para a ideia de método.
Downloads
Referências
AARSLEFF, Hans. From Locke to Saussure. Essays on the study of language and intellectual history. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1982.
ARISTÓTELES. Retórica. Barcelona: Gredos, 2018. (Versão Digital)
AUROUX, Sylvain. Condillac, inventeur d’un nouveau matérialisme. Dix-Huitième Siècle, n. 24, p. 153-163, 1992. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/dhs_0070-6760_1992_num_24_1_1861. Acesso em: 31 jul. 2025.
BADIR, Sémir; KLINKENBERG, Jean-Marie (dir.). Figures de la figure. Sémiotique et Rhétorique générale. Limoges: Presses Universitaires de Limoges, 2008.
BAXANDALL, Michael. Giotto e os oradores. As observações dos humanistas italianos sobre pintura e a descoberta da composição pictórica (1350-1450). São Paulo: Edusp, 2018 [1971].
BERTRAND, Aliénor. Naturalisme et scepticisme: Hume vs. Condillac. In: COHEN-HALIMI, Michèle; L’HEUILLET, Hélène (org.). Comment peut-on être sceptique? Hommage à Didier Deleule. Paris: Honoré Champion, 2010. p. 47-59.
BLUMENBERG, Hans. La Leggibilitá del mondo. Bolonha: Il Mulino, 1981.
CHASTEL, André. Arte e Humanismo em Florença. São Paulo: Cosac & Naify, 2012.
CHEVALIER, Jean-Claude. Histoire de la Syntaxe. Naissance de la Notion de Complément dans la grammaire française (1530-1750). Paris: Honoré Champion, 2006.
CONDILLAC, Étienne Bonnot de. Lógica e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2016.
CURTIUS, Ernst Robert. European literature and the Latin Middle Ages. New Jersey: Princeton University Press, 2013 [1948].
DASCAL, Marcelo. La Sémiologie de Leibniz. Paris: Aubier Montagne, 1978.
DEELY, John. Four ages of understanding. The first postmodern survey of philosophy from ancient times to the turn of the twenty-first century. Toronto: University of Toronto Press, 2001.
DERRIDA, Jacques. De la Grammatologie. Paris: Minuit, 1967.
DERRIDA, Jacques. Marges de la Philosophie. Paris: Minuit, 1972a.
DERRIDA, Jacques. Philosophie et rhétorique au XVIIIe siècle. Condillac et Rousseau, 1972b. Originais datilografados disponíveis em: https://dpul.princeton.edu/derridaseminars/catalog/dcf7623r77w. Acesso em: 20 nov. 2024.
DERRIDA, Jacques. Glas. Paris: Galilée, 1974.
DERRIDA, Jacques. Le calcul des langues. Paris: Seuil, 2020.
DIDEROT, Denis; D’ALEMBERT, Jean le Rond. Encyclopédie ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers. 1751-1765. Disponível em: http://enccre.academie-sciences.fr/encyclopedie/. Acesso em: 31 jul. 2025.
DU MARSAIS, César Chesneau. Exposition d’une méthode raisonnée pour apprendre la langue latine. Paris, 1722.
DU MARSAIS, César Chesneau. Traité des Tropes ou des différents sens dans lesquels on peut prendre un mème mot dans une mème langue. Paris, 1730.
KOSSOVITCH, Leon. Condillac lúcido e translúcido. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011.
LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm. O que é ideia [Quid sit idea?]. Modernos & Contemporâneos. Campinas, v. 1, n. 1, p. 186-188, 2017.
LIVESEY, Steven. Metabasis. The interrelationship of sciences in Antiquity and the Middle Ages. Tese (Doutorado) – Universidade da Califórnia, Califórnia, 1982.
ONG, Walter J. Ramus, method, and the decay of dialogue. From the art of discourse to the art of reason. Cambridge: Harvard University Press, 1958.
PELLETIER, Arnaud. LOGICA EST SCIENTIA GENERALIS. Leibniz et l’unité de la logique. Archives de Philosophie, v. 76, n. 2, p. 271–294, 2013. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/43038868. Acesso em: 7 jul. 2025.
PORCHAT PEREIRA, Oswaldo. Ciência e dialética em Aristóteles. São Paulo: Unesp, 2001.
QUINTILIANO. Instituição oratória. 4 tomos. Campinas: Unicamp, 2015-2016.
RABOUIN, David. Mathesis universalis. L’idée de « mathématique universelle » d’Aristote à Descartes. Paris: PUF, 2009.
RASTIER, François. Rhétorique et interprétation des figures. In: BADIR, Sémir; KLINKENBERG, Jean-Marie (dir.). Figures de la figure. Sémiotique et Rhétorique générale. Limoges: Presses Universitaires de Limoges, 2008.
RASTIER, François. La triade sémiotique, le trivium et la sémantique linguistique, Nouveaux Actes sémiotiques, n. 9, 1990. Disponível em: https://www.unilim.fr/actes-semiotiques/1640. Acesso em: 31 jul. 2025.
ROMILLY, Jacqueline de. Magic and rhetoric in Ancient Greece. Cambridge: Harvard University Press, 1975.
ROSSI, Paolo. Francis Bacon. Da magia à ciência. Londrina: Curitiba: Eduel e Editora UFPR, 2006.
ROSSI, Paolo. Logic and the art of memory. The quest for a universal language. Londres: Continuum, 2000.
SÃO BONAVENTURA. De Reductione Artium ad Theologiam. Documenta Catholica Omnia (versão online). Disponível em: http://www.documentacatholicaomnia.eu. Acesso em: 31 out. 2024.
SÃO BONAVENTURA. Itinerarium Mentis in Deum. Documenta Catholica Omnia (versão online). Disponível em: http://www.documentacatholicaomnia.eu. Acesso em: 31 out. 2024.
SERMAIN, Jean-Paul. Le code du bon goût (1725-1750)”. In: FUMAROLI, Marc. Histoire de la rhétorique dans l’Europe moderne, 1450-1950, 1999. p. 879-944.
SILVA, Lourenço Fernandes Neto e. Estatuto e raízes da noção de signo na gramática geral de Condillac, Revista Seiscentos, v. 2 n. 1, p. 01-25, 2023. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/seiscentos/article/view/60036. Acesso em: 31 jul. 2025.
STENGERS, Isabelle. Diderot’s egg: Divorcing materialism from eliminativism. Radical Philosophy, n. 144, 2007, p. 7–15. Disponível em: https://www.radicalphilosophy.com/article/diderots-egg. Acesso em: 31 jul. 2025.
TODOROV, Tzvetan. Teorias do símbolo. São Paulo: Editora da UNESP, 2014.
ULBRICHT, Yuri. Sobre as artes em textos greco-latinos. Tese (Doutorado em Filosofia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2024.
VICKERS, Brian. In defence of rhetoric. Oxford: Clarendon Press, 1988.
WELLBERY, David E.; BENDER, John. Retoricidade: sobre o retorno modernista da retórica. In: WELLBERY, David E. Neo-retórica e desconstrução. Rio de Janeiro: Editora UERJ, 1998. p. 11-47.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lourenço Fernandes Neto e Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os trabalhos publicados na revista Estudos Semióticos estão disponíveis sob Licença Creative Commons CC BY-NC-SA 4.0, a qual permite compartilhamento dos conteúdos publicados, desde que difundidos sem alteração ou adaptação e sem fins comerciais.