Entre imaginação e denúncia: o éthos de Lygia Bojunga
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2025.232003Palavras-chave:
Éthos, Percursos figurativos e temáticos, Modalizações, Triagem e misturaResumo
Conforme Fiorin (2008), é dentro de uma totalidade de textos que a imagem do ator da enunciação se define, levando-se em consideração, a escolha do assunto, dos percursos figurativos e temáticos, a maneira como se constroem as personagens, o estilo de linguagem escolhido, dentre outros recursos. Assim, a partir do estudo da obra A casa da madrinha, de Lygia Bojunga, que transita entre realidade e imaginação, priorizaremos o percurso de três personagens: Alexandre, Vera e o Pavão, para traçar o éthos de Lygia Bojunga. Como aporte teórico, recorremos à semiótica discursiva e tensiva para abordar as modalidades veridictórias e epistêmicas, os percursos figurativos e temáticos, as estratégias de modalizações, assim como os processos de triagem e mistura. Ao retratar com muita precisão o contexto da pobreza e da exclusão social, contrapondo-o à leveza do mundo da imaginação, ao mesmo tempo que denuncia as diferentes formas de cerceamento e controle no campo das ideias, a obra vai revelando traços de um ator da enunciação solidário, sensível e corajoso.
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