"Minha filha tem um atraso": considerações sobre uma (pseudo) deficiência intelectual e sua dinâmica familiar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i2p328-341

Palavras-chave:

deficiência intelectual, dificuldades de aprendizagem, psicanálise e vincularidade

Resumo

Este artigo trabalha possibilidades de intervenção com pacientes tidos como deficientes intelectuais. Após apresentar o caso clínico, situamos a noção de deficiência intelectual, seu histórico e lugar no campo das terapêuticas. Em seguida, buscamos os aportes da psicanálise ao tema para compreender os processos psíquicos envolvidos na situação, desde a inibição intelectual até os não ditos familiares e a transmissão intergeracional do traumático. Finalmente, a teoria é articulada aos aspectos do caso. Conclui-se a importância dos psicoterapeutas e equipes de tratamento se familiarizarem com a temática, considerando a relevância dos aspectos psíquicos e relacionais nas produções sintomáticas de aprendizagem. Nos contextos institucionais de tratamento, destaca-se a importância da flexibilidade dos dispositivos clínicos, permitindo intervenções individuais, grupais e familiares, a depender do momento de tratamento.

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Biografia do Autor

  • Bruno Esposito, Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia

    Psicanalista, mestrando em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

  • Pablo Castanho, Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia

    Professor Doutor do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil.

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Publicado

2021-08-30

Como Citar

Esposito, B., & Castanho, P. (2021). "Minha filha tem um atraso": considerações sobre uma (pseudo) deficiência intelectual e sua dinâmica familiar. Estilos Da Clinica, 26(2), 328-341. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i2p328-341