Saber, inteligência e tradição: o educar e o educador em Chaui, Rancière e Lajonquière
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v27i2p312-327Palavras-chave:
relação professor-aluno, ilusão psicopedagógica, docênciaResumo
O artigo parte da compreensão que Marilena Chaui, Jacques Rancière e Leandro de Lajonquière expressam sobre aspectos decisivos à relação professor-aluno. Particularmente no que dizem a respeito do ensino-aprendizagem. Com isso, explicitamos uma formulação subjacente ao que pensam esses autores acerca do ser professor. Referendamos suas posições ao identificarmos nelas uma relação entre saber, inteligência e tradição, a qual seja, os lugares que ocupam professor e aluno ante o conhecimento localizado em certa tradição discursiva na qual as personagens dessa trama estão inseridas. Um movimento de ideias tal que, no cotejo entre esses pensadores, culminou num exame sobre o mito tecnicizante e desenvolvimentista que tem norteado certas abordagens pedagógicas predominantes no Brasil, especialmente no que concernem ao ser professor.
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Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.