Um lugar ... que admite a vida crua

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v30iespecialp%25p

Palavras-chave:

autismos, educação, psicanálise

Resumo

Em um retorno ao estilo clínico do Lugar de vida, este artigo aborda a trajetória da conjunção disjuntiva entre educar e clinicar, no tratamento de crianças que excedem, sobremaneira, os saberes instituídos. Tal estilo considera a especificidade com que cada criança, de certa maneira, é retida em pontos de colisão com a linguagem, sustendo uma posição subjetiva restrita à biunivocidade de circuitos-curtos. Cernindo os traços que a capturam ao operar a função da repetição e da transferência tais como concebidas pela psicanálise, esse estilo exponencia as sombras dos esparsos liames em que algo da criança se insinua na cinética do corpo para, com ela, construir outras modalidades de aproximação à alteridade, visando transpor a condição de ser falado para ser falante.

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Biografia do Autor

  • Angela Vorcaro, Universidade Federal de Minas Gerais

    Psicanalista. Docente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. 

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Publicado

2025-12-24

Como Citar

Vorcaro, A. (2025). Um lugar ... que admite a vida crua. Estilos Da Clinica, 30(especial), 18-28. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v30iespecialp%p