Novas práticas culturais e políticas públicas: a Lei do Fomento e as Fábricas de Cultura
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2017.126836Palavras-chave:
Políticas culturais, Trabalho cultural, Ativismo cultural, Cultura e capitalismo.Resumo
O artigo reúne apontamentos de duas pesquisas que analisam a maneira como se conformam atualmente as condições de realização do trabalho com cultura no âmbito de duas políticas públicas culturais na cidade de São Paulo. Com base em observações, entrevistas e análise de documentos da Lei do Fomento ao Teatro (municipal) e do Programa Fábricas de Cultura (estadual), as reflexões sugerem uma afinidade de princípios e circunstâncias entre as duas políticas culturais: aspectos que fundem num mesmo modo específico de se fazer cultura, tendências de trabalho flexível e engajamento político. As seções do artigo agrupam esses aspectos comuns que orientam as pesquisas, procurando situá-los no contexto de mudanças mais profundas que parecem reconfigurar o capitalismo contemporâneo e deslocar sentidos e formas do fazer cultural: sua relação com políticas públicas e a produção de públicos-alvo; a ênfase na abordagem antropológica e a incorporação de preceitos da organização empresarial.
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