O carnaval educa: um olhar a partir da primeira capital do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2020.174451Palavras-chave:
Carnaval, Blocos Afro, Samba-reggae, Relações Étnico-raciais, Salvador, BahiaResumo
Este estudo busca compreender de que modo o carnaval pode educar as relações étnico-raciais, ao expor, por meio de dados bibliográficos e documentais, alguns acontecimentos históricos que perpetram o carnaval como um fenômeno que consente a ruptura de barreiras socioculturais e socioeconômicas. A abordagem qualitativa desta pesquisa assinala-se e conecta-se com questões subjetivas ao campo e aos sujeitos da pesquisa. Os dados permitem concluir que há um processo pedagógico por vezes invisibilizado, mas que reverbera por ser gerido dentro da maior atividade festiva do planeta, permitindo o enlace de aspectos ímpares a partir dos blocos afro de samba- -reggae da primeira capital do Brasil, a cidade de Salvador, no Estado da Bahia.
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