O papel ativo de mulheres rappers negras e indígenas na produção de contranarrativas na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.194025Palavras-chave:
Rap, Mulheres, Resistência, Relações étnico-raciais, América LatinaResumo
Nascido na Jamaica do século XX e migrado para os Estados Unidos nos anos 70, o rap se estabeleceu como uma contranarrativa de jovens negros, latino-americanos e caribenhos. À margem das instituições e representações políticas oficiais, os grupos de rap buscavam denunciar estereótipos aos quais estavam submetidos e criavam consciência política em seus ouvintes. Fortemente influenciados pela cultura da oralidade, propunham, por meio de suas letras, formas ativas e potentes de sobrevivência em territórios violentos e segregados. É o que fazem, hoje, mulheres negras e indígenas ao se apoderarem do gênero musical para revelar suas dores e compartilhar suas lutas diante de estruturas de poder que silenciam suas identidades e subjetividades. Deste modo, este trabalho busca estudar como artistas latino-americanas fazem uso do rap com o seu potencial emancipatório, para trazer à esfera pública problemáticas invisibilizadas, mas que afetam grande parte da população feminina indígena e negra.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.
BARRIENDOS, Joaquin. Violência espectral: arte e desaparecimento no México pós-Ayotzinapa. PORTO ARTE: Revista de Artes Visuais, v. 24, n. 42, 2019.
BASSOLS, Dalia Barrera; AGUILERA, Lilia Venegas. Cholos, una nueva identidad del joven marginado en Ciudad Juárez y Tijuana. Historias, México, INAH, n. 5, p. 129-136, 1984.
BERNABÉ, Mónica. Rap: poesía plebeya. 2013.
BLANCO, Marisa Revilla. Del¡ Ni una más! al# NiUnaMenos: movimientos de mujeres y feminismos en América Latina. Política y Sociedad, v. 56, n. 1, p. 47-67, 2019.
CEPAL. Mujeres afrodescendientes en América Latina y el Caribe. Nações Unidas, Santiago, 2018.
COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo, v.5, n.1, jan. jun. 2017.
CRU, Josep; BOY, Pat. Rap en lenguas originarias: de la recreación artística a la denuncia sociopolítica. Ichan Tecolotl, v. 345, 2021. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6579443/mod_resource/content/1/11.%20A%20mulher%20negra%20no%20mercado%20de%20trabalho.pdf. Acesso em: 17 out. 2021.
DONCEL DE LA COLINA, Juan Antonio; TALANCÓN LEAL, Emmanuel. El rap indígena: activismo artístico para la reivindicación del origen étnico en un contexto urbano. Andamios, v. 14, n. 34, p. 87-111, 2017.
DRINOT, Paulo. Construcción de nación, racismo y desigualdad: una perspectiva histórica del desarrollo institucional en el Perú. Construir instituciones: democracia, desarrollo y desigualdad en el Perú desde 1980, p. 11, 1980.
ESQUENAZI BORREGO, Arelys; ROSALES VÁZQUEZ, Susset; VELARDE HERNÁNDEZ, Yahima. Índice de Desigualdad de Género en Cuba: un enfoque territorial. Revista Estudios del Desarrollo Social: Cuba y América Latina, v. 5, n. 2, p. 108-129, 2017.
FERRER LOZANO, Dunia Mercedes; GUEVARA DÍAZ, Ena Lourdes; MARTÍNEZ DE RING, María Elena. La violencia como problema de salud. Miradas desde la realidad cubana. Gaceta Médica Espirituana, v. 22, n. 1, p. 49-59, 2020.
FLORES, Renata. Francisca Pizarro. 2021. Disponível em: https://www.letras.mus.br/renata-flores/francisca-pizarro/. Acesso em: 10 nov. 2021.
FLORES, Renata. Yo mujer. Quadra Studios, 2020. Disponível em: https://www.foxdisco.info/jazz/renata-flores/yo-mujer-c434347. Acesso em: 10 nov. 2021.
GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira: uma abordagem políticoeconômica (1979). In: Por um feminismo afrolatino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Organização Flávia Rios, Márcia Lima. – 1ª ed. – Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Editora Cobogó, 2020.
LAMRANI, Salim. Mujeres en Cuba: la revolución emancipadora. Université de La Réunion, Saint-Denis, Indian Ocean, 2015.
LIRIKA, Mare Advertencia. Qué mujer. Oaxaca: MuyMAL, 2021. Disponível em: https://www.musica.com/letras.asp?letra=1939260. Acesso em: 10 nov. 2021.
LIRIKA, Mare Advertencia. Se busca. Oaxaca: MuyMAL, 2021. Disponível em: https://sonichits.com/video/MARE_Advertencia_L%C3%ADrika/Se_Busca. Acesso em: 10 nov.
LÓPEZ, Magia. La llaman puta. 2011. Disponível em: https://negracubanateniaqueser.com/2013/07/10/obsesion-la-llaman-puta/. Acesso em: 10 nov. 2021.
LUGONES, María. Colonialidad y Género. Tabula rasa, Bogotá-Colômbia, n.9, juliodiciembre 2008, p. 73-101.
MUNANGA, Kabengele. Por que ensinar história da África e do negro no Brasil hoje? Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, nº 62, dez. 2015, p. 20-31. Acesso em 08/11/2021.
MEJIA, Nicolas Hernandez. Rap originario: experiencias de vida y prácticas estéticas de jóvenes indígenas en la Ciudad de México. Recurso impreso, recurso electrónico, 2017.
MELÉNDEZ, L.; MALLQUI, K. La violencia contra la mujer: feminicidio en el Perú. CMP Flora Tristán, v. 40, p. 00092-4, 2005.
MORAL DE LA RUBIA, José; RAMOS BASURTO, Sandra. Machismo, victimización y perpetración en mujeres y hombres mexicanos. Estudios sobre las culturas contemporáneas, v. 21, n. 43, 2016.
NASCIMENTO, Beatriz. A mulher negra no mercado de trabalho (1976). In: Ratts, Alex. Eu sou Atlântica sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. Imprensa Oficial, São Paulo: 2006.
RIVERA, Raquel. New York Ricans from the hip hop zone. Springer, 2003.
SANTOS, Eduardo Gomor dos. Hip Hop e América Latina: relações entre cultura, estética e emancipação. 2017. 613 f. Tese (Doutorado em Política Social)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
SMITH, Lisandro René Duvergel; RUIZ, Mariurka Maturell. Racismo en Cuba: un análisis desde el número 2/2017 de la revista el mar y la montaña, en Guantánamo. Brazilian Journal of Latin American Studies, v. 20, n. 39, p. 153-181, 2021.
SOTOLONGO, Felicitas Regla López. Mujeres afrodescendientes y racismo: redescubriendo derechos en clave decolonial. GEOPAUTA, v. 4, n. 3, p. 72-80, 2020.
SOUZA, Angela Maria; DE JESUS, Janaina Santana; SILVA, Ronaldo. Rap na fronteira: Narrativas poéticas do Movimento hip hop. Revista Tomo, 2014.
YZALÚ. Mulheres negras. São Paulo: Som Livre, 2012. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/yzalu/mulheres-negras.html. Acesso em: 10 nov. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ana Luísa Melo Ferreira, Yoná Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Ao submeter qualquer material científico para Extraprensa, o autor, doravante criador, aceita licenciar seu trabalho dentro das atribuições do Creative Commons, na qual seu trabalho pode ser acessado e citado por outro autor em um eventual trabalho, porém obriga a manutenção de todos os autores que compõem a obra integral, inclusive aqueles que serviram de base para o primeiro.
Toda obra aqui publicada encontra-se titulada sob as seguintes categorias da Licença Creative Commons (by/nc/nd):
- Atribuição (de todos os autores que compõem a obra);
- Uso não comercial em quaisquer hipóteses;
- Proibição de obras derivadas (o trabalho não poderá ser reescrito por terceiros. Apenas textos originais são considerados);
- Distribuição, exibição e cópia ilimitada por qualquer meio, desde que nenhum custo financeiro seja repassado.
Em nenhuma ocasião a licença de Extraprensa poderá ser revertida para outro padrão, exceto uma nova atualização do sistema Creative Commons (a partir da versão 3.0). Em caso de não concordar com esta política de Direito Autoral, o autor não poderá publicar neste espaço o seu trabalho, sob pena de o mesmo ser removido do conteúdo de Extraprensa.