Estratégias sensíveis humanizam a análise dos discursos de mulheres negras
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.196012Palavras-chave:
Estratégias sensíveis, Racismo, Discursos, ComunicaçãoResumo
Nesse artigo uso a proposta de Estratégias Sensíveis de Muniz Sodré, como categoria de análise, para estudar os discursos das postagens nas redes digitais de duas Ong’s de mulheres negras brasileiras. É que a proposta permite uma observação mais apurada das especificidades narrativas desse grupo que, segundo o IBGE, chega a quase 30% da população do país e que precisa ser visto fora dos filtros e representações raciais. Argumento sobre a urgência da Comunicação, enquanto campo de conhecimento, promover mudanças epistemológicas no uso de ideias e teorias universalistas nos seus estudos visto que elas não contemplam as marcas culturais dos diversos grupos que formam a população brasileira. Nesse sentido, trabalho com conceitos e categorias como: raça, racismo, branquitude e feminismos negros e recorro a análise Crítica do discurso e as Estratégias Sensíveis, a comunicação digital, no Facebook, das Ong’s Criola (RJ) e Instituto da Mulher Negra Odara, no período de 18.7 a 18.8 de 2017.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Sílvio. Racismo estrutural. São Paulo: Editora Pólen, 2018.
BENTO, Maria Aparecida da Silva. Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. (Tese de doutorado), São Paulo: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, 2002. Disponível em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-18062019-181514/publico/bento_do_2002.pdf>.
CARVALHO, Marcos. Gaiaku Luiza e a trajetória do Jeje-Mahi na Bahia. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.
CARDOSO, Lourenço. O Branco-Objeto: o movimento negro situando a branquitude. In. Instrumento: R. Est. Pesq. Educ. Juiz de Fora, v. 13, n. 1, jan.-jun., 2011. Disponível em:<https://periodicos.ufjf.br/index.php/revistainstrumento/article/view/18706>. Acesso em: 25 de out 2021.
COLLINS, Patrícia Hill. Pensamento feminista negro. São Paulo: Editora Boitempo, 2019, p. 255-289.
FRANKENBERG, Ruth. A miragem de uma branquidade não-marcada. In WARE, Vron, (Org.). Branquidade – identidade branca e multiculturalismo. Centro de Estudos Afro-Brasileiros, Rio de Janeiro: Garamond Universitária, 2004, p. 307-338.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, In: 92/93, jan/jun, p. 69-82, 1988. Disponível em: <https://negrasoulblog.files. wordpress.com/2016/04/a-categoria-polc3adtico-cultural-de-amefricanidade-leliagonzales1.pdf>. Acesso em: 15 de out 2021.
MOORE, Carlos. Do marco histórico das políticas de ações afirmativas – perspectivas e consideração, in Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas. Coleção Educação para todos. Brasília. MEC e Unesco, 2005.
OLIVEIRA, Dennis. Racismo estrutural. Uma perspectiva histórico crítica. Dandara Editora, 2021.
PAIVA, Raquel. A comunicação comunitária e a utopia freireana, In: Comunicação Comunitária: 30 anos em luta e construção coletiva. SILVA, Denise Terezinha da, BASTOS Pablo Nabarrete, MIANI, Rozinaldo Antonio e SILVA, Suelen de Aguiar (ORG). Intercom, 2021, p.77 a 100.
SANTOS, Ceres. A comunicação afrodiaspórica decolonial de mulheres negras brasileiras de quatro coletivos nas redes digitais. 2020. Tese (Doutorado em Teoria e Pesquisa em Comunicação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-24022021-153915/publico/CeresMarisaSilvadosSantosVC.pdf.
SANTOS, Céres. Mídia e educação: o discurso da imprensa no debate das ações afirmativas para negros/as. Dissertação (Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação). Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), 2007a.
SANTOS, Sonia Beatriz dos. As Ong’s de mulheres negras no Brasil. Revista Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 12, n. 2, jul/dez, 2009, p. 275-280.
SANTOS, Sonia Beatriz dos. Feminismo negro diaspórico. Revista Gênero, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, 2007. p. 11-26.
SODRÉ, Muniz. As estratégias sensíveis, afeto, mídia e política. Rio de Janeiro: Mauad X, 2016.
VAN DIJK, Teun. Discurso e poder. São Paulo: Editora Contexto, 2015.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ceres Marisa Silva dos Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Ao submeter qualquer material científico para Extraprensa, o autor, doravante criador, aceita licenciar seu trabalho dentro das atribuições do Creative Commons, na qual seu trabalho pode ser acessado e citado por outro autor em um eventual trabalho, porém obriga a manutenção de todos os autores que compõem a obra integral, inclusive aqueles que serviram de base para o primeiro.
Toda obra aqui publicada encontra-se titulada sob as seguintes categorias da Licença Creative Commons (by/nc/nd):
- Atribuição (de todos os autores que compõem a obra);
- Uso não comercial em quaisquer hipóteses;
- Proibição de obras derivadas (o trabalho não poderá ser reescrito por terceiros. Apenas textos originais são considerados);
- Distribuição, exibição e cópia ilimitada por qualquer meio, desde que nenhum custo financeiro seja repassado.
Em nenhuma ocasião a licença de Extraprensa poderá ser revertida para outro padrão, exceto uma nova atualização do sistema Creative Commons (a partir da versão 3.0). Em caso de não concordar com esta política de Direito Autoral, o autor não poderá publicar neste espaço o seu trabalho, sob pena de o mesmo ser removido do conteúdo de Extraprensa.