Zé Pureza: reflexões sobre métodos de pesquisa e realização de documentários

Autores

  • Marcelo Ernandez Macedo Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Comunicação Social

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2024.223142

Palavras-chave:

Antropologia visual, Filme etnográfico, Linguagem documental, Documentários brasileiros, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Resumo

Vinte e quatro anos após o início das filmagens, o diretor do documentário Zé Pureza atualiza suas memórias sobre o projeto e reflete, neste artigo, sobre o seu processo de realização. Lançado em 2006, o filme acompanha, entre 2000 e 2004, a saga de famílias acampadas organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em sua luta pela terra no norte fluminense. O texto discorre sobre as relações entre a equipe de filmagens e os acampados; entre pesquisa de campo e projeto cinematográfico; sobre as referências e estratégias adotadas em termos de linguagem documental; bem como sobre os impactos da experiência entre os envolvidos.

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Biografia do Autor

  • Marcelo Ernandez Macedo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Comunicação Social

    Bacharel em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ). Doutor em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/RJ). Docente Associado da Faculdade de Comunicação Social da UERJ. Coordenador do Laboratório de Comunicação Dialógica (LCD/FCS/UERJ).

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

Macedo, M. E. (2024). Zé Pureza: reflexões sobre métodos de pesquisa e realização de documentários. Revista Extraprensa, 18(1), 290-318. https://doi.org/10.11606/extraprensa2024.223142