Zé Pureza: reflexões sobre métodos de pesquisa e realização de documentários
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2024.223142Palavras-chave:
Antropologia visual, Filme etnográfico, Linguagem documental, Documentários brasileiros, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)Resumo
Vinte e quatro anos após o início das filmagens, o diretor do documentário Zé Pureza atualiza suas memórias sobre o projeto e reflete, neste artigo, sobre o seu processo de realização. Lançado em 2006, o filme acompanha, entre 2000 e 2004, a saga de famílias acampadas organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em sua luta pela terra no norte fluminense. O texto discorre sobre as relações entre a equipe de filmagens e os acampados; entre pesquisa de campo e projeto cinematográfico; sobre as referências e estratégias adotadas em termos de linguagem documental; bem como sobre os impactos da experiência entre os envolvidos.
Downloads
Referências
ABREU, Regina. 2013. “Compartilhando experiências e ‘imprevistos’: relatos e reflexões sobre a prática da filmagem em pesquisas antropológicas”. In : Iluminuras, Porto Alegre: v.14, n.32, jan./jun., pp.85-112.
ARRUDA, L. C. 2012. Naturalmente Filmados: Modos de atuar e de viver nos Postos Indígenas na Década de 1940. Tese de Doutorado em Antropologia Social, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Estadual de Campinas. Campinas-SP: Unicamp.
BARRETTO, Juliana N. Rebelo. 2010. Corridas do Imbu: rituais e imagens entre os índios Karuazu. Dissertação de Mestrado em Antropologia, Universidade Federal de Pernambuco. Recife:UFPE.
BARROS, Nilvânia Mirelly Amorim de. 2013. Tudo isso é bonito! O Festival de Máscara dos Ramkokamekrá: imagem, memória e Curt Nimuendajú. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco, PPGA/UFPE. Recife:UFPE.
BAZIN, J. 2006. La fin de l´exotisme. Marseille: Anacharsis.
BERNARDET, Jean-Claude. 2003. Cineastas e imagens do povo. São Paulo: Companhia das Letras.
BERNARDET, Jean-Claude. 2003. “Novos rumos do documentário brasileiro?”. In: Catálogo do fórumdoc.bh.2003 – VII Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte.” Belo Horizonte: Filmes de Quintal, pp.24-27.
BERNARDET, Jean-Claude. 2005. “A voz do outro”. In Aduato Novaes (org.): Anos 70: ainda sob a tempestade. São Paulo: Senac.
BOURDIEU, Pierre. 1989. O poder simbólico. Lisboa: Difel.
CEZAR, L. S. 2010. O velado e o revelado: Imagens da Festa da Congada. Tese de Doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo: USP.
CUNHA, Edgar Teodoro de (2005). Imagens do Contato: representações da alteridade e os Bororo do Mato Grosso. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/USP. São Paulo: Universidade de São Paulo (USP).
DA-RIN, Sílvio. 2004. Espelho Partido. Rio de Janeiro: Azougue Editorial.
Elias, Norbert. 1994. A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Elias, Norbert. 2000. Os estabelecidos e os outsiders. Rio de Janeiro: Zahar.
FABIAN, J. 1991 . Dilemmas of critical anthropology. In: Time and the work of anthropology: critical essays 1971-1991, p.245-264. Chur: Harwood.
FERRAZ, Ana Lúcia Camargo & MENDONÇA, João Martinho de (Orgs.). 2014. Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. Brasília- DF: ABA.
GALLOIS, Dominique T. 1998. “Antropólogos na mídia: comentários acerca de algumas experiências de comunicação intercultural.” In Feldman-Bianco, Bela & Leite Mirian, L. M. (orgs.): Desafios da imagem – fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas-SP: Papipus.
GIGLIO-JACQUEMOT, Armelle. 2014. Descritividade e emicidade do documentário: as escolhas da realização de um filme sobre o trabalho doméstico. In FERRAZ, Ana Lúcia Camargo & MENDONÇA, João Martinho de (Orgs.). Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. Brasília- DF: ABA.
GONÇALVEZ, Marco Antonio & HEAD, Scott. 2009. Devires imagéticos: a etnografia, o outro e suas imagens. Rio de Janeiro: 7Letras.
HIKIJI, Rose Satiko Gitarana; ALVARENGA, C.C. 2006. “De dentro do bagulho: o vídeo a partir da periferia”. In: Ferrari, Hikiji et al. (orgs.). Sexta-Feira – Antropologias, Artes e Humanidades – Periferia (8). São Paulo: Editora 34.
HOLANDA, Karla. 2004. “Documentário brasileiro contemporâneo e a micro-história”. Devires, vol.2, nº1, pp. 86-101.
LABAKI, Amir. 2006. Introdução ao documentário brasileiro. São Paulo: Francis.
LANDER, E. (Org.) 2005. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. In: (Org.). Perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Clacso.
LINS, Consuelo. 2004. O Documentário De Eduardo Coutinho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
LINS, Consuelo & MESQUITA, Cláudia. 2008. Filmar o real – sobre o documentário brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro: Zahar.
LINS, Consuelo & MESQUITA, Cláudia. 2008. “Aspectos do documentário brasileiro contemporâneo”. In Baptista, Mauro & Mascarrello, Fernando (orgs.): Cinema mundial contemporâneo. Capinas, Campinas-SP: Papirus.
Autor. 2003. “Zé Pureza”: etnografia de um acampamento no norte fluminense. Tese de doutoramento em ciências sociais, Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Autor. 2005. Entre a violência e a espontaneidade - reflexões sobre os processos de mobilização para ocupações de terra no Rio de Janeiro. Revista Mana, v. 11, n.2, p. 473-497. Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ
MARZOCHI, Ilana Feldman. 2012. Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo. Tese de doutorado, Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo. São Paulo: Universidade de São Paulo (USP).
MENDOÇA, João Martinho de. (2014). Pesquisa fotográfica e fílmica no litoral norte da Paraíba. In FERRAZ, Ana Lúcia Camargo & MENDONÇA, João Martinho de (Orgs.). Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. Brasília- DF: ABA.
MESQUITA, Cláudia. 2003. “Alargando as margens”. In Machado, Arlindo (org.): Made in Brasil – três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural.
MESQUITA, Cláudia. 2007. “Outros retratos – ensaiando um panorama do documentário independente no Brasil”. In: Sobre fazer documentários. São Paulo: Itaú Cultural.
MESQUITA, Cláudia. 2010. Retratos em diálogo: notas sobre o documentário brasileiro recente. Novos Estudos Cebrap, nº86.
NETO, Caio P. R. (2009). O MST em documentaries e no Jornal Nacional. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/USP. São Paulo: Universidade de São Paulo (USP).
NICHOLS, Bill. 1991. Representing reality. Indianapolis: Indiana University Press.
NICHOLS, Bill. 2005. Introdução ao documentário. Campinas-SP: Papirus.
NOVAES, Sylvia Caiuby. 2008. “Imagem, magia e imaginação: desafios ao texto antropológico”. Revista Mana, Museu Nacional/UFRJ Rio de Janeiro: v. 14, n. 2, pp.455-475.
OPIPARI, Carmen & TIMBERT, Sylvie. 2014. O artifício da imagem na construção do real. In FERRAZ, Ana Lúcia Camargo & MENDONÇA, João Martinho de (Orgs.). Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. Brasília- DF: ABA.
OLIVEIRA, Micheline R. 2002. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come – Estudo antropológico de trajetórias sociais e itinerários urbanos sob o prisma da cultura do medo entre mulheres/mães moradoras do Bairro “Matadouro”, Itajaí/SC. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis-SC: UFSC.
OLIVEIRA, Micheline R. 2009. No limiar da memória: Estudo antropológico sobre mulheres e violências na metrópole contemporânea. Tese de Doutorado em Antropologia Social, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis- SC: UFSC.
PACHECO DE OLIVEIRA, J. 2013. “Etnografia enquanto compartilhamento e comunicação: desafios atuais às representações coloniais da antropologia”. In: FELDMAN-BIANCO, Bela(org.). Desafios da Antropologia Brasileira. Brasília: ABA.
PEIXOTO, Clarice Ehlers. (1993). A la rencontre du petit paradis:une étude sur le rôle des espaces publics dans la sociabilité des retraités à Paris et à Rio de Janeiro. Tese de Dotorado, École des Hautes Études em Sciences Sociales. Paris: EHESS.
PEIXOTO, Clarice Ehlers. (2019). “Antropologia & Imagens: O que há de particular na Antropologia Visual Brasileira?”. Cadernos de Arte e Antropologia, v.8, n.1, p.131-146.
Uberlândia-MG, UFU.
PINTO, Alice M. V. (2014). Construindo imagens etnográficas: uma abordagem reflexiva da experiência de campo entre os Asuriní do Xingu. In FERRAZ, Ana Lúcia Camargo & MENDONÇA, João Martinho de (Orgs.). Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. Brasília- DF: ABA.
PITANGA, Luisa Godoy. 2015. Ambientalização, audiovisual e desenvolvimento: percursos etnobiográficos. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (UFRJ/PPGSA).
ROUCH, Jean. “Jaguar”. 1967. Cahiers du Cinéma, nº 195, pp.17-20.
SALLES, João. 2006. “Notícias de um cinema particular”. Revista Sexta-feira, Antropologia, Artes, Humanidades, nº8, pp. 148-163. São Paulo: Ed. 34.
SENRA, Stella. 2004. “Interrogando o documentário brasileiro”. Sinopse – Revista de Cinema, nº10, ano IV.
SIGAUD, Lygia; Rosa, Marcelo & Autor. 2010. Ocupações e acampamentos – sociogênese das mobilizações por reforma agrária no Brasil. Coleção Cultura e Economia. Rio de Janeiro: Garamond.
SILVA, F. O. 2013. O cinema indigenizado de Divino Tserewahú. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Universidade Federal de São Paulo, Unifesp. São Paulo: Unifesp.
STRATHERN, M. 1987. The limits of auto-anthropology. In: JACKSON, A. (Ed.). Anthropology at Home. London; New York: Tavistock.
VILLELA, A. 2009. Das Acontecências: experiência e performance no ritual Asuriní. Dissertação de Mestrado em Artes - PPGA/ Unicamp. Campinas-SP: Unicamp.
XAVIER, Ismail. 1984. O discurso cinematográfico, opacidade e transparência. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
XAVIER, Ismail. 2000. “O cinema brasileiro dos anos 90”. Revista Praga – Estudos Marxistas, nº 9, p.97-138. São Paulo: Hucitec.
XAVIER, Ismail. 2000. O cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra.
Referências audiovisuais
COUTINHO, Eduardo. 1984. Cabra Marcado para morrer.
COUTINHO, Eduardo. 1999. Santo Forte.
COUTINHO, Eduardo. 2002. Edifício Master.
FRANÇA, Belisário. 2016. Menino 23.
FURTADO, Jorge. 1994. A matadeira.
LINS, Consuelo. 2001. Juliu`s Bar.
Autor. 2000. Pari Pari.
Autor. 2006. Zé Pureza.
Autor. 2007. Sementes em Trincheiras.
MIGLIORIN, César. 2001. Tempo Sul.
NADER, Carlos. 2013. Eduardo Coutinho, 7 de outubro.
MORAES, Tetê. 1987. Terra para Rose
MORAES, Tetê. 1997. Sonho de Rose
SALLES, João Moreira. 1998. Futebol.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Marcelo Ernandez Macedo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Ao submeter qualquer material científico para Extraprensa, o autor, doravante criador, aceita licenciar seu trabalho dentro das atribuições do Creative Commons, na qual seu trabalho pode ser acessado e citado por outro autor em um eventual trabalho, porém obriga a manutenção de todos os autores que compõem a obra integral, inclusive aqueles que serviram de base para o primeiro.
Toda obra aqui publicada encontra-se titulada sob as seguintes categorias da Licença Creative Commons (by/nc/nd):
- Atribuição (de todos os autores que compõem a obra);
- Uso não comercial em quaisquer hipóteses;
- Proibição de obras derivadas (o trabalho não poderá ser reescrito por terceiros. Apenas textos originais são considerados);
- Distribuição, exibição e cópia ilimitada por qualquer meio, desde que nenhum custo financeiro seja repassado.
Em nenhuma ocasião a licença de Extraprensa poderá ser revertida para outro padrão, exceto uma nova atualização do sistema Creative Commons (a partir da versão 3.0). Em caso de não concordar com esta política de Direito Autoral, o autor não poderá publicar neste espaço o seu trabalho, sob pena de o mesmo ser removido do conteúdo de Extraprensa.