Reconhecibilidade, percepção e a partilha do sensível: Honneth, Rancière e Butler
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i3p185-207Palavras-chave:
Honneth, Rancière, Butler, reconhecibilidade, percepção, invisibilidadeResumo
Este artigo explora a relação entre percepção e reconhecibilidade nos trabalhos de Honneth, Rancière e Butler. O termo reconhecibilidade é utilizado para indicar o processo perceptivo que necessariamente antecede um ato normativo ou ético de reconhecimento e que fornece as condições que tornam o reconhecimento possível. A noção de reconhecibilidade aponta o fato de que a percepção não corresponde a uma mera observação desinteressada do campo perceptivo e indica que tal apreensão já é valorativa, uma vez que outras pessoas são imediatamente distinguíveis de outros objetos. Quando a reconhecibilidade fracassa, não é porque a outra pessoa não foi vista no sentido literal, mas sim porque ela foi intencionalmente ignorada ou invisibilizada. A sugestão que faço aqui é a de que, embora possuam abordagens distintas, uma comparação e um diálogo entre esses três pensadores explicita a importância dessa constelação de questões para a teoria crítica.
Downloads
Referências
Butler, J. (2015). Quadros de Guerra: quando a vida é passível de luto? 1ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira [Frames of War: When is Life Grievable? New York: Verso, 2010].
Butler, J. (2019a). Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. 3ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira [Notes Toward a Performative Theory of Assembly. Cambridge, MA., and London: Harvard University Press, 2015].
Butler, J. (2019b) Vida Precária: os poderes do luto e da violência. 1ª edição. Belo Horizonte: Autêntica Editora [Butler, J. (2004). Precarious Life: The Powers of Mourning and Violence. London & New York: Verso, 2004].
Deranty, J-P. (2016). “Between Honneth and Rancière: Problems and Potentials of a Contemporary Critical Theory of Society”. In: Recognition or Disagreement: A Critical Encounter on the Politics of Freedom, Equality and Identity. Genel, K. and Deranty, J-P. (eds.). New York: Columbia University Press.
Ellisone, R. (2020). O homem invisível. Rio de Janeiro: José Olympio Ltda [Invisible Man. New York: Random House, 1995]
Ferrarese, E. (2011). Judith Butler’s ‘not particularly postmodern insight’ of recognition. Philosophy & Social Criticism, 37(7), 759-773. DOI: https://doi.org/10.1177%2F0191453711410029
Honneth, A. (1995). “Moral Consciousness and Class Domination: Some Problems in the Analysis of Hidden Morality”. In The Fragmented World of the Social: Essays in Social and Political Philosophy. Wright, C.W. (ed.). Albany: SUNY Press [originalmente publicado em Praxis International, 2; Abril 1982].
Honneth, A. (2001). Invisibility: On the Epistemology of ‘Recognition’. Recognition, Axel Honneth & Avishai Margalit, Supplement of the Aristotelian Society, 75, 127-139.
Honneth, A. (2015). O Direito da Liberdade. Tradução de Saulo Krieger. São Paulo: Martins Fontes [Freedom’s Right: The Social Foundations of Democratic Right. New York: Columbia University Press, 2015]
Honneth, A. (2016). “Recognition or Disagreement”. In: Recognition or disagreement: a critical encounter on the politics of freedom, equality, and identity. Honneth, A.; Rancière, J.; Genel, K. & Deranty, J-P. (pp. 33-80). New York: Columbia University Press.
Honneth, A. (2018b). Reificação: um estudo de teoria do reconhecimento. Trad. Rúrion Soares Melo. São Paulo: Editora Unesp [Reification: A New Look at an Old Idea. Jay, M. (ed.). Oxford; New York: Oxford University Press, 2008]
Jardine, J. (2005). Stein and Honneth on Empathy and Emotional Recognition. Human Studies, 38(4), 567-589. DOI: https://doi.org/10.1007/s10746-015-9361-5
Mills, C. (2007). Normative Violence, Vulnerability, and Responsibility. differences, 18(2), 133-156. DOI: https://doi.org/10.1215/10407391-2007-005
Morrisson, T. (2019). O olho mais azul. 2ª edição. São Paulo: Companhia das Letras [The Bluest Eye. New York: Vintage Books, 2007].
Petherbridge, D. (2013). The Critical Theory of Axel Honneth. Lanham & New York: Lexington Books.
Petherbridge, D. (2017). Racializing Perception and the Phenomenology of Invisibility, Body/Self/Other: The Phenomenology of Social Encounters. Dolezal, D. & Petherbridge, D. (eds.). New York: SUNY Press.
Petherbridge, D. (2018). “How Do We Respond? Embodied Vulnerability and Ethical Responsiveness”. In: New Feminist Perspectives on Embodiment. Fischer, C. and Dolezal, L. (eds.). London: Palgrave MacMillan.
Petherbridge, D. Habit, Attention and Affection: Husserlian Inflections (no prelo).
Petherbridge, D. When is One Recognizable? (no prelo).
Rancière, J. (1996). O Desentimento. São Paulo: Editora 34 [Disagreement: politics and philosophy. Minneapolis: University of Minnesota, 1999].
Rancière, J. (2005) A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34 [The Politics of Aesthetics: The Distribution of the Sensible. Editado e traduzido por Gabriel Rockhill. London: Bloomsbury Academic, 2004].
Rancière, J. (2011). The Emancipated Spectator. Tradução de Gregory Elliott. London & New York: Verso.
Rancière, J. (2016a). “The Method of Equality: Politics and Poetics”. In: Recognition or Disagreement: A Critical Encounter on the Politics of Freedom, Equality and Identity. Genel, K. and Deranty, J-P. (eds.). New York: Columbia University Press, pp. 133-155.
Rancière, J. (2016b). The Method of Equality: Interviews with Laurent Jeanpierre and Dork Zabunyan. Tradução de Julie Rose. Cambridge: Polity Press.
Varga, S. (2010). Critical Theory and the Two-Level Account of Recognition – Towards a New Foundation? In Critical Horizons, 11(1), 19–33. DOI: http://doi.org/10.1558/crit.v11i1.19
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Danielle Petherbridge; Amanda Soares de Melo, Gabriel Valim Alcoba Ruiz, Kadú Firmino, Michele Bonote, Nathalie de Almeida Bressiani

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
As informações e conceitos emitidos em textos são de absoluta responsabilidade de seus autores.
Todos os artigos anteriores a 5 de julho de 2018 e posteriores a julho de 2021 estão licenciados sob uma licença CC BY-NC-ND, exceto os publicados entre as datas mencionadas, que estão sob a licença CC BY-NC-SA. A permissão para tradução por terceiros do material publicado sob a licença CC BY-NC-ND poderá ser obtida com o consentimento do autor ou autora.
Políticas de acesso aberto - Diadorim