Teoria crítica e Teoria decolonial latino-americana: congruências e incongruências a partir da Dialética negativa de Theodor W. Adorno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v30i1p35-57

Palavras-chave:

Adorno, não-identidade, decolonialidade, Quijano, Castro-Gómez

Resumo

Provocado a pensar sobre a atualidade da Teoria crítica de Theodor W. Adorno, o artigo propõe uma aproximação à Teoria decolonial latino-americana. Embora Adorno não tenha tratado detidamente sobre a temática, seu pensamento é reconhecido como profícuo para uma ênfase nas ambiguidades dos processos históricos da modernidade europeia e sua relação com a dominação social. Partimos dos escritos de Aníbal Quijano, Santiago Castro-Gómez, Walter Mignolo e Enrique Dussel para delinear as prerrogativas centrais da decolonialidade e pensar suas convergências com a teoria crítica de Adorno, não apenas em relação a determinada violência do conceito, mas também em relação à necessidade de reconhecimento do não-idêntico, temas fundamentais da Dialética negativa (1966). A autora propõe uma leitura decolonial da dialética negativa com ênfase no sentido da diversidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Adorno, T. (s.n.). Minima moralia: reflexões a partir da vida danificada. Tradução de A. Mourão. Lisboa: Edições 70.

Adorno, T. (1986). Capitalismo tardio ou sociedade industrial? In Cohn, G. (Org.). Theodor Adorno: Sociologia. São Paulo: Editora Ática, 1986.

Adorno, T. (1995a). Palavras e sinais: Modelos críticos 2. Tradução de M.H. Ruschel. Petrópolis: Vozes.

Adorno, T. (1995b). Kants Kritik der reinen Vernunft. Suhrkamp: Frankfurt am Main.

Adorno, T. (2003). Negative Dialektik. Frankfurt am Main: Suhrkamp.

Adorno, T. (2009). Dialética negativa. Tradução de M. A. Casanova; Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Allen, A. (2016). The End of Progress: Decolonizing the Normative Foundations of Critical Theory. Nova Iorque: Columbia University Press.

Allen, A. (2018) O Fim do Progresso. Dissonância: Revista de Teoria Crítica, 2, 14-42. Recuperado de: https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/teoriacritica/article/view/3203. Acesso em: 05 mar. 2025.

Akotirene, C. (2020). Interseccionalidade. São Paulo: Editora Jandaíra.

Ballestrin, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira De Ciência Política, (11), 89–117. Recuperado de: https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2069. Acesso em: 05 mar. 2025.

Becker-Schmidt, R. (1991). Wenn die Frauen erst einmal Frauen sein könnten. In: Früchtl, J.; Calloni, M. (Eds.). Geist gegen den Zeitgeist. Erinnern an Adorno. Frankfurt a. M.: Suhrkamp, p. 206–224.

Bueno, E. (2022). A crítica do mito da modernidade: Da Escola de Frankfurt ao giro decolonial. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 22, e41429. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.41429.

Castro-Gómez, S. (2005a). Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da ‘invenção do outro’. In Lander, E. (Org.). A colonialidade do saber. Buenos Aires: Clacso.

Castro-Gómez, S. (2005b). La hybris del punto cero. Bogotá: Editorial Pontificia Universidad Javeriana.

Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. (Org.) (2007). El giro decolonial. Bogotá: Pontificia Universidad Javeriana.

Ciccariello-Maher, G. (2017). Decolonizing Dialectics. Durham: Duke University Press.

Correa-Mautz, F. (2024). La filosofía indígena desde la filosofía académica latinoamericana. Veritas – Revista de Filosofia da Pucrs, 57, 79-102. Recuperado de: https://philarchive.org/archive/CORLFI-2. Acesso em: 03 mar. 2025.

Corona, O. (2021). Una crítica descolonial de la Escuela de Frankfurt. Buenos Aires: Editorial de la Universidad de San Isidro.

Dussel, E. (1993). 1492, o encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade. Conferências de Frankfurt. Petrópolis: Vozes.

Dussel, E. (1996). The Underside of Modernity. Nova Jersey: Humanities Press.

Dussel, E. (2000). Ética da libertação. Tradução de E. F. Alvez, J. A. Clansen e L. M. E. Orth. Petrópolis: Editora Vozes.

Dussel, E. (2003). Beyond Philosophy: Ethics, History, Marxism, and Liberation Theology. Lanham: Rowan & Littlefield.

Dussel, E. (2005). Europa, modernidade e eurocentrismo. In Lander, E. (Org.). A colonialidade do saber. Buenos Aires: Clacso.

Dussel, E. (2014). Anti-Cartesian meditations: on the origin of the philosophical anti-discourse of Modernity. Journal for Cultural and Religious Theory, 13(1), 11-53.

Fraser, N.; Jaeggi, R. (2018). Capitalism: a conversation in Critical Theory. Medford: Polity.

Fidelis, M; Teixeira, M. (2020). Teoria decolonial e teoria crítica: Apresentação do dossiê. Dissonância: Revista de Teoria Crítica, 4, Dossiê Teoria Decolonial e Teoria Crítica, Campinas, 8–23.

Galeano, E. (2015). As veias abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM.

Gilroy, P. (2005). Postcolonial melancholia. Nova Iorque: Columbia University Press.

Gilroy, P. (2014). The Negative Dialectics of Conviviality. In Rutledge, R.; Garcia, J. Retrieving the human. Albany: SUNY.

Goswami, N. (2013). The (M)other of All Posts: Postcolonial Melancholia in the Age of Global Warming. Critical Philosophy of Race, 1(1), 104-120. Recuperado de: https://www.jstor.org/stable/10.5325/critphilrace.1.1.0104. Acesso em: 03 mar. 2025.

Habermas, J. (2000). O discurso filosófico da modernidade. Tradução de Luiz Sérgio Repa e Rúrion Nascimento. São Paulo: Martins Fontes.

Hammer, E. (2006). Adorno and the Political. Nova Iorque: Routledge.

Ingram, J. (2018). Critical Theory and Postcolonialism. In Honneth, A.; Hammer, E.; Gordon, P. (Orgs.). The Routledge Companion to the Frankfurt School. Nova Iorque: Routledge.

Jay, M. (1984). Adorno in America. New German Critique, 31, 157-182. Recuperado de: https://www.jstor.org/stable/487894. Acesso em: 03 mar. 2025.

Kerner, I. (2012). Postkoloniale Theorie zur Einführung. Hamburgo: Junius Verlag GmbH.

Kerner, I. (2018a). Postcolonial theories as global critical theories. Constellations, 25, 614–628. https://doi.org/10.1111/1467-8675.12346.

Kerner, I. (2018). Interrogating Western Modernity: Postcolonial Reflections on Occidental Claims and Action. Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 23(2), 35-52. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v23i2p35-52

Lopes, A. C. (2018). O Que é Crítico na Descolonização da Teoria Crítica? Amy Allen e O Fim do Progresso. Dissonância: Revista de Teoria Crítica, 2, 66-89. Recuperado de: https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/teoriacritica/article/view/3209/0. Acesso em: 03 mar. 2025.

Lugones, M. (2008). Colonialidad y Género. Tabula Rasa, 9, 73-102. https://doi.org/10.25058/20112742.340.

Mignolo, W. (2007a). El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto. In Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. (Orgs.). El giro decolonial. Bogotá: Pontificia Universidad Javeriana.

Mignolo, W. (2007b). Delinking. Cultural Studies, 21(2), 449 -514. https://doi.org/10.1080/09502380601162647.

Mignolo, W. (2008). Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF, 34, 287-324. Recuperado de https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33191. Acesso em: 03 mar. 2025.

Mignolo, W; Walsh, C. (2018). On Decoloniality. Durham and London: Duke University Press.

Oberle, E. (2018). Theodor Adorno and the Century of Negative Identity. Stanford: Stanford University Press.

Okji, F. (2018). Jazz as Critique: Adorno and Black Expression Revisited. Stanford: Stanford University Press.

Parron, T. (2015). A política da escravidão na era da liberdade. (Tese de doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP). Recuperado de: https://doi.org/10.11606/T.8.2015.tde-09102015-151621. Acesso em: 03 mar. 2025.

Quijano, A. (1988). Modernidad, identidade y utopia em America Latina. Lima: Sociedad y Politica Ediciones.

Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber. Buenos Aires: Clacso.

Quijano, A. (2009). Colonialidade do poder e classificação social. In: Santos B. S.; Menezes, M. P. (Orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almedina.

Ribeiro, D. (1995). O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras.

Rubbo, D. A. (2019). Aníbal Quijano em seu labirinto: metamorfoses teóricas e utopias políticas. Sociologias, 21(52), 240–269. https://doi.org/10.1590/15174522-89913.

Silberbusch, O. (2018). Adorno’s Philosophy of the Nonidentical: Thinking as Resistance. Cham: Palgrave Macmillan.

Spivak, G. (2010). Pode o subalterno falar? Tradução de S. R. G. Almeida, M. P. Feitosa e A. Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG.

Stögner, K.; Colligs A. (Eds.). (2022). Kritische Theorie und Feminismus. Berlim: Suhrkamp Verlag.

Wallerstein, I. (1974). The Modern World System 1: Capitalist Agriculture and the Origins of the European World-Economy in the Sixteenth Century. Nova Iorque: Academic Press.

Winters, J. R. (2023). Adorno, Black Studies, and Critical Race Theory. In Pickford, H.; Shuster, M. (Eds), The Oxford Handbook of Adorno. Oxford University Press Ebooks. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780190932527.013.19.

Zambrana, R. (2015). Normative Ambivalence and the Future of Critical Theory: Adorno and Horkheimer, Castro-Gómez, Quijano on Rationality, Modernity, Totality. In Ludovisi, S. G. (Org.). Critical Theory and The Challenge of Praxis, 101-116. Farnham: Ashgate.

Downloads

Publicado

2025-04-30

Como Citar

Fidelis, M. (2025). Teoria crítica e Teoria decolonial latino-americana: congruências e incongruências a partir da Dialética negativa de Theodor W. Adorno. Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 30(1), 35-57. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v30i1p35-57