Uma reflexão sobre o papel das preposições na distinção entre complementos nominais de substantivos e adjuntos adnominais preposicionados
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v21i2p191-209Palavras-chave:
Complemento nominal, Adjunto adnominal preposicionado, Preposições essenciais, Preposições acidentais, GramaticografiaResumo
A forma pela qual se apresentam os complementos nominais de substantivos e os adjuntos adnominais preposicionados é similar, o que, normalmente, causa algum embaraço na distinção desses termos oracionais para fins de categorização. Os manuais normativos e pedagógicos tendem a ancorar essa distinção na concretude/abstração do nome que antecede a preposição e na agentividade do termo preposicionado, o que decorre de uma analogia com o emprego de determinadas preposições junto aos casos genitivo e dativo do latim. Assim, este trabalho buscou, a partir de uma análise comparativa de cunho intertextual empreendida entre manuais do latim e do português, tentar elucidar a distinção entre esses dois termos e propor um critério prioritariamente sintático para distingui-los. Delimitou-se a análise aos termos preposicionados que se ligam a nomes substantivos e explorou-se a hipótese de que o tipo de preposição pudesse ser relevante para se determinar a função sintática, levando-se em conta a classificação das preposições em essenciais e acidentais. Os resultados obtidos indicam que existe distinção entre os dois termos, mas que esta decorre não do tipo de preposição que o encabeça, mas da propriedade do nome substantivo de exigir ou de apenas admitir um termo preposicionado.
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