Reduplicação no guineense

Autores

  • Baticã Braima Ença Mané Universidade de São Paulo
  • João Eusébio Imbatene Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
  • Manuele Bandeira Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
  • Shirley Freitas Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v22i2p271-289

Palavras-chave:

Guineense, Reduplicação, Morfologia, Fonologia

Resumo

Neste trabalho, analisamos como se dá o processo de reduplicação no guineense sincrônico, com vista a mostrar um dos processos morfológicos da língua em questão, insurgindo assim contra postulados que põem em causa a produtividade morfológica das línguas crioulas. Com base em Scantamburlo (1999, 2002) e em dados recolhidos com alguns falantes nativos, mostramos que a reduplicação é um processo presente no guineense moderno, exercendo tanto funções gramaticais quanto lexicais e é usada para formação de itens que veiculam novas informações. Constatamos, ainda, que as categorias verbais, nominais e adverbiais podem ser reduplicadas. As formas reduplicadas assumem diferentes funções, dentre as quais a função iterativa/repetitiva é a mais presente seguida pela intensificação. Ademais, no levantamento dos dados, a categoria mais reduplicada foi a verbal.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Baticã Braima Ença Mané, Universidade de São Paulo

    Mestrando do Programa de Filologia e Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

  • João Eusébio Imbatene, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

    Graduado pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), São Francisco do Conde, BA, Brasil.

  • Manuele Bandeira, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

    Professora adjunta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), São Francisco do Conde, BA, Brasil.

  • Shirley Freitas, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

    Professora adjunta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), São Francisco do Conde, BA, Brasil.

Referências

Araujo G. Truncamento e reduplicação no português brasileiro. Revista Estudos Linguísticos. 2002;10(1):61-90.

Augel MP. O desafio do escombro: nação, identidade e pós-colonialismo na literatura da Guiné-Bissau. Rio de Janeiro: Garamond; 2007.

Bandeira M, Freitas S. A reduplicação no papiamentu. PAPIA. 2012;22(2):323-334.

Carreira A. Cabo Verde: formação e extinção de uma sociedade escravocrata (1460-1878). Bissau: Centro de estudos da Guiné Portuguesa; 1972.

Chapouto SM. Contribuição para a descrição de aspectos fonológicos e prosódicos do crioulo guineense [dissertação]. Coimbra: Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra; 2014.

Couto H. O crioulo português da Guiné-Bissau. Hamburg: Buske; 1994.

Couto H. Os compostos no crioulo português da Guiné-Bissau. PAPIA. 2009;19:69-79.

Freitas S, Bandeira M. Análise morfológica dos crioulos do golfo da Guiné e do kabuverdianu. Estudos linguísticos. 2016;45(1):242-256.

Gonçalves C, Vialli L. Por uma abordagem compreensiva da reduplicação no português brasileiro. Pontos de integração. 2015;5(1):123-141.

Kabore R. La réduplication. Les langues d'Afrique subsaharienne: faits de langues. 1998;11-12:359-376.

Kager R. Optimality theory. Cambridge: Cambridge University Press; 1999.

Kihm A. Kriyol syntax. Amsterdam: Benjamins; 1994.

Kiyomi S. A new approach to reduplication: a semantic study of noun verb reduplication in the Malayo-Polynesian languages. Linguistics. 1995;33(6):1145-1167.

Kouwenberg S, Murray E. Papiamentu. München: Lincom Europa; 1994.

Lusekelo A. A description of kinyakyusa reduplication. Journal of Theoretical Linguistics. 2009; 6(2):18-37.

Mello MA. A questão da produtividade morfológica no guineense [tese]. Brasília: Departamento de Linguística, Línguas Clássicas e Vernácula, Universidade de Brasília; 2007.

Naro AJ. A study on the origins of pidginization. Language. 1978;54(2):314-347.

Novotna J. Reduplication in swahili. Afrikanische Airbeitspapiere. 2000;64:57-73.

Rougé JL. Uma hipótese sobre a formação do crioulo da Guiné-Bissau e da Casamansa. Soronda - Revista de estudos guineenses. 1986;2:28-49.

Scantamburlo L. Dicionário do guineense, volume I – introdução e notas gramaticais. Lisboa: Edições Colibri/FASPEBI; 1999.

Scantamburlo L. Dicionário do guineense, volume II – dicionário guineense-português. Bissau/ Bubaque: Edições FASPEBI; 2002.

Semedo OC. Guiné-Bissau: história, culturas, sociedade e literatura. Belo Horizonte: Nandyala; 2011.

Urbanczyk S. Phonological and morphological aspects of reduplication. Oxford: Oxford University Press; 2018.

Downloads

Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Reduplicação no guineense. (2020). Filologia E Linguística Portuguesa, 22(2), 271-289. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v22i2p271-289