Apresentação
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v23i2p149-150Palavras-chave:
Filologia e linguística portuguesaResumo
O volume 23, n.º 2, da revista Filologia e Linguística Portuguesa traz a público um conjunto de artigos do maior interesse para estudiosos de temáticas diversas no âmbito dos estudos linguísticos, como são a Fonologia, a Paleografia, a Morfologia, a Lexicografia, a Análise do Discurso e a Gramaticografia.
Abre este volume o artigo intitulado As perífrases com o verbo dever na tradução portuguesa da Vita Christi de Ludolfo de Saxónia, da autoria de José Barbosa Machado. O estudo identifica ocorrências de perífrases formadas pelo verbo dever na edição portuguesa impressa da Vita Christi. Examina qual o seu valor semântico, quais os tempos mais usuais do verbo semiauxiliar, que pronomes dependem do verbo semiauxiliar e quais os verbos principais no infinitivo. Faz-se ainda referência a alguns casos particulares, como o reforço do verbo semiauxiliar com outro verbo ou expressão verbal e a formação de perífrases complexas.
O artigo seguinte, da autoria de Graça Rio-Torto, intitula-se Estatuto morfológico das sequências -alhão e -arrão. Nesse estudo, a autora procura caracterizar o estatuto morfológico de -alh- e de -arr- nas sequências -alhão e -arrão. Com base em dados do português europeu ‘popular’ datados do século XX, examina-se a hipótese de tratar-se de sufixos pouco produtivos que terão sido reanalisados como constituintes de sufixos compósitos, nos quais os formativos mantiveram, cristalizando-os, os valores matriciais herdados.
No terceiro artigo do volume, apresenta-se um estudo intitulado Variação das vogais pretônicas em assentos de casamentos da Freguesia de Santo Antônio do Urubu de Baixo do Rio São Francisco do século XVIII. São autores do texto Lécio Barbosa de Assis, Emerson Viana Braga, Vera Pacheco e Jorge Augusto Alves da Silva. Estudam a variação das vogais pretônicas em assentos de casamentos do século XVIII e procuram verificar se as variações gráficas na representação das vogais pretônicas revelam indícios de oralidade resultantes do conflito entre os períodos ortográficos da língua portuguesa.
No texto intitulado Letramento Paleográfico: a escrita para além do código, que compõe o quarto artigo deste volume, os autores Wagner Rodrigues Loiola e Expedito Eloísio Ximenes refletem sobre o Letramento Paleográfico e a atualidade da disciplina paleográfica como método de análise das escritas. Constatam que a Paleografia, a par de concentrar-se na leitura de textos antigos, aplica-se também às práticas de escrita vigentes na atualidade.
As autoras Carolina Faleiros Felicio e Maria Helena de Paula apresentam, no quinto artigo deste volume, um estudo intitulado Léxico, cultura e história nos compromissos dos homens pretos no livro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Arrayal do Bomfim de Goyaz (1751). Examina-se a estrutura e a organização de um livro de compromisso com base em sua transcrição semidiplomática. A partir de um inventário das lexias referentes aos compromissos dos homens e das mulheres da irmandade, organizam-se os resultados em macrocampos e microcampos léxicos e estabelecem-se relações entre léxico, história e cultura.
O sexto artigo do volume tem como título Africanos livres: aspectos históricos e discursivos da constituição do português brasileiro em manuscrito do século XIX. As autoras, Leticia Marinha Bomfim e Milena Borges, baseiam-se em um livro de registro para estudar a formação da classe jurídica dos africanos livres. Fazem, além disso, uma análise léxico-discursiva do livro estudado, a fim de compreenderem os sentidos das unidades lexicais utilizadas na referência aos africanos livres.
No artigo intitulado Cultura educativa na França e no Brasil: uma análise de discursos comparativa de exames nacionais, o sétimo deste volume, Daniela Nienkötter Sardá faz uma análise de discursos comparativa, com o objetivo de explicitar quais culturas educativas estão presentes na prova de dissertação de francês no exame do baccalauréat, na França, e na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio, no Brasil. Os resultados do estudo apontam para uma cultura educativa embasada na aprendizagem da escrita do gênero dissertação, na França, e na cristalização da própria prova de redação do ENEM como gênero discursivo, no Brasil.
Conclui este volume o artigo intitulado O fundamento lógico do normativismo da gramática grega e sua relação com a ausência da inovação e mudança linguísticas como objeto de estudo teórico, da autoria de Lorenzo Vitral. O texto demonstra, numa perspectiva historiográfica, que o caráter normativista da gramática tradicional, na sua vertente grega, não se deve somente ao trabalho filológico de preservação ou padronização dos textos clássicos. Essa tarefa foi precedida pela busca de uma linguagem capaz de realizar o trabalho ontológico fundamental da metafísica.
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