Efeito da intervenção com videogame ativo sobre o autoconceito, equilíbrio, desempenho motor e sucesso adaptativo de crianças com paralisia cerebral: estudo preliminar

Autores

  • Joice Luiza Bruno Arnoni Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil
  • Bruna Nayara Verdério Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil
  • Andressa Miliana Alves Pinto Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil
  • Nelci Adriana Cicuto Ferreira Rocha Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/17021825032018

Resumo

Crianças com paralisia cerebral (PC) comumente são identificadas como diferentes de seus pares típicos devido à sua condição neuromotora, o que afeta a motivação e consequentemente o desempenho em atividades. A realidade virtual (RV) pode ser uma ferramenta potencial para melhora de aspectos motivacionais e desempenho motor durante a reabilitação. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito de um programa de intervenção fundamentado em RV utilizando um videogame ativo no autoconceito, equilíbrio, desempenho motor e sucesso adaptativo de crianças PC. Participaram do estudo oito crianças entre 5 e 14 anos (10,37±3,29), com diagnóstico de PC, níveis I e II no GMFCS. O autoconceito foi avaliado com a Escala Infantil de Autoconceito Piers-Harris, o equilíbrio por meio do domínio quociente motor 3 da Escala de Desenvolvimento Motor. Para avaliação do desempenho motor foi utilizado o quociente motor geral, e as pontuações dos jogos avaliaram o sucesso adaptativo no ambiente virtual. A intervenção aconteceu durante oito semanas, sendo duas sessões semanais de 45 minutos cada. Foram utilizados quatro jogos ativos com demandas de equilíbrio, coordenação motora, saltos, agachamentos e deslocamento lateral do corpo. O teste de Wilcoxon foi usado para verificar as diferenças pré e pós-intervenção. Constatou-se diferença após a intervenção nos domínios: ansiedade, intelectual, popularidade, aparência física, satisfação, felicidade, equilíbrio, desempenho motor, e pontuação dos jogos. Conclui-se que a RV pode influenciar na forma com que essas crianças se enxergam quanto ao autoconceito, equilíbrio, desempenho motor geral e sucesso adaptativo, ajudando os profissionais a desenvolver formas de terapia que possam melhorar tais aspectos

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Joice Luiza Bruno Arnoni, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil

    Fisioterapeuta, doutoranda em Fisioterapia do Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – São Carlos

  • Bruna Nayara Verdério, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil

    Fisioterapeuta, graduada na Faculdade de Taquaritinga

  • Andressa Miliana Alves Pinto, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil

    Fisioterapeuta, graduada na Universidade Federal de São Carlos

  • Nelci Adriana Cicuto Ferreira Rocha, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Carlos (SP), Brazil

    Professora doutora do curso de Fisioterapia e do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos

Referências

Rosenbaum P, Paneth N, Leviton A, Goldstein M, Bax M,

Damiano D, et al. A report: the definition and classification of

cerebral palsy, 2006. Dev Med Child Neurol Suppl. 2007;109:8-

Erratum in: Dev Med Child Neurol. 2007;49(6):480. doi:

1111/j.1469-8749.2007.tb12610.x

Roque AH, Kanashiro MG, Kazon S, Grecco LAC, Salgado ASI, de

Oliveira CS. Analysis of static balance in children with cerebral

palsy spastic diparetic type with and without the use of orthoses.

Fisioter Mov. 2012 [cited 2018 Sept 9];25(2):311-6. Available at:

http://dx.doi.org/10.1590/S0103-51502012000200008

Smith LR, Lee KS, Ward SR, Chambers HG, Lieber RR.

Hamstring contractures in children with spastic cerebral palsy

result from a stiffer extracellular matrix and increased in vivo

sarcomere length. J Physiol. 2011;589(10):2625-39. doi: 10.1113/

jphysiol.2010.203364

Pavão SL, Arnoni JLB, Oliveira AKC, Rocha NACF. Impacto de

intervenção baseada em realidade virtual sobre o desempenho

motor e equilíbrio de uma criança com paralisia cerebral:

estudo de caso. Rev Paul Pediatr. 2014 [cited 2018 Sept

;32(4):389-94. Available at: http://dx.doi.org/10.1590/

S0103-05822014000400016

Dewar R, Love S, Johnston LM. Exercise interventions improve

postural control in children with cerebral palsy: a systematic

review. Dev Med Child Neurol. 2015;57(6):504-2. doi: 10.1111/

dmcn.12660

Russo RN, Goodwin EJ, Miller MD, Haan EA, Connell TM, Crotty

M. Self-esteem, self-concept, and quality of life in children with

hemiplegic cerebral palsy. J Pediatr. 2008;153(4):473-7. doi:

1016/j.jpeds.2008.05.040

Shields N, Murdoch A, Loy Y, Dodd KJ, Taylor NF. A systematic

review of the self-concept of children with cerebral palsy

compared with children without disability. Dev Med Child

Neurol. 2006;48(2):151-7. doi: 10.1017/S0012162206000326

Majnemer A, Shevell M, Law M, Poulin C, Rosenbaum P. Level

of motivation in mastering challenging tasks in children with

cerebral palsy. Dev Med Child Neurol. 2010;52(12):1120-6. doi:

1111/j.1469-8749.2010.03732.x

Tatla SK, Sauve K, Virji-Babul N, Holsti L, Butler C, Van

Der Loss HFM. Evidence for outcomes of motivational

rehabilitation interventions for children and adolescents with

cerebral palsy: an American academy for cerebral palsy and

developmental medicine: systematic review. Dev Med Child

Neurol. 2013;55(7):593-601. doi: 10.1111/dmcn.12147

Ziebell M, Imms C, Froude EH, McCoy A, Galea M. The

relationship between physical performance and self-perception

in children with and without cerebral palsy. Aust Occup

Ther J. 2009;56(1):24-32. Erratum in: Aust Occup Ther J.

;56(3):218. doi: 10.1111/j.1440-1630.2008.00775.x

Sit CH, Lam JW, McKenzie TL. Direct observation of children’s

preferences and activity levels during interactive and online

electronic games. J Phys Act Health. 2010 [cited 2018 Sept

;7(4):484-9. Available at: https://doi.org/10.1123/jpah.7.4.484

Harris K, Reid D. The influence of virtual reality play on children’s

motivation. Can J Occup Ther. 2005 [cited 2018 Sept 9];72(1):21-

Available at: https://doi.org/10.1177/000841740507200107

Reid D. The influence of virtual reality on playfulness in children

with cerebral palsy: a pilot study. Occup Ther Int. 2004 [cited

Sept 9];11(3):131-44. Available at: https://doi.org/10.1002/

oti.202

Yalon-Chamovitz S, Weiss PL. Virtual reality as a leisure activity

for young adults with physical and intellectual disabilities. Res

Dev Disabil. 2008;29(3):273-87. doi: 10.1016/j.ridd.2007.05.004

de Mello Monteiro CB, Massetti T, da Silva TD, van der Kamp J, de

Abreu LC, Leone C, et al. Transfer of motor learning from virtual

to natural environments in individuals with cerebral palsy. Res

Dev Disabil. 2014;35(10):2430-7. doi: 10.1016/j.ridd.2014.06.006

Bonnechère B, Jansen B, Omelina L, Van Sint Jan S. The use

of commercial video games in rehabilitation: a systematic

review. Int J Rehabil Res. 2016;39(4):277-90. doi: 10.1097/

MRR.0000000000000190

Reid DT. Benefits of a virtual play rehabilitation environment

for children with cerebral palsy on perceptions of selfefficacy: a pilot study. Pediatr Rehabil. 2002;5(3):141-8. doi:

1080/1363849021000039344

Riddifor-Harland DL, Steele JR, Baur LA. Upper and lower limb

functionality: Are these compromise in obese children? Int J

Pediatr Obes. 2006;1(1):42-9. doi: 10.1080/17477160600586606

Veiga FH. Novos elementos acerca da escala de autoconceito

“Piers-Harris Children's Self-Concept Scale”. Actas do VIII

Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação;

Castelo Branco: Instituto Politécnico; 2006 [cited 2018

Sept 9]. Available at: https://bit.ly/2wKUibK

Assumpção Jr FB, Kuczynski E, Sprovieri MH, Aranha EMG. Escala

de avaliação de qualidade de vida. (Auqei – Autoquestionnaire

qualité de vie enfant imagé). Validade e confiabilidade de uma

escala para qualidade de vida em crianças de 4 a 12 anos. Arq

Neuropsiquiatr. 2000 [cited 2018 Sept 9];58(1):119-27. Available

at: http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2000000100018

Rosa Neto F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed;

Rosa Neto F, Dos Santos APM, Xavier RFC, Amaro KN.

Importance of motor assessment in school children: analysis

of the reliability of the Motor Development Scale. Rev Bras

Cineantropom. Desempenho Hum. 2010;12(6):422-7. doi:

5007/1980-0037.2010v12n6p422

Arnoni JLB. Efeito de intervenção com realidade virtual

sobre a condição de saúde de crianças com paralisia cerebral

[dissertação]. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos;

[cited 2018 Sept 9]. Available at: https://bit.ly/2QaQPw0

Boyd RN, Morris ME, Graham HK. Management of upper limb

dysfunction in children with cerebral palsy: a systematic review.

Eur J Neurol. 2001 [cited 2018 Sept 9];8(Suppl 5):150-66.

Available at: https://doi.org/10.1046/j.1468-1331.2001.00048.x

Torman VBL, Coster R, Riboldi J. Normalidade de variáveis:

métodos de verificação e comparação de alguns testes nãoparamétricos por simulação. Rev HCPA. 2012;32(2):227-34.

Pratt ML, Hill EL. Anxiety profiles in children with and

without developmental coordination disorder. Res Dev

Disabil. 2011;32(4):1253-9. doi: 10.1016/j.ridd.2011.02.006

Pavão SL, Rocha NA. Sensory processing disorders in children

with cerebral palsy. Infant Behav Develop. 2017;46:1-6. doi:

1016/j.infbeh.2016.10.007

RajMohan V, Mohandas E. The limbic system. Indian J Psychiatry.

;49(2):132-9. doi: 10.4103/0019-5545.33264

Stevens SE, Steele CA, Jutai J, Biggar D. Adolescents

with physical disabilities: Some psychosocial aspects

of health. J Adolesc Health. 1996;19(2):157-64. doi:

1016/1054-139X(96)00027-4

Rodkin PC, Farmer TW, Pearl R, Van Acker R. Heterogeneity

of popular boys: antisocial and prosocial configurations. Dev

Psychol. 2000;36(1):14-24. doi: i0.1037//OOI2-1649.36.1.14

dos Santos AN, Pavão SL, Campos AC, Rocha NACF. International

classification of functioning, disability and health in children

with cerebral palsy. Disabil Rehabil. 2011;34(12):1053-6. doi:

3109/09638288.2011.631678

Soyupek F, Aktepe E, Savas S, Askin A. Do the self-concept

and quality of life decrease in CP patients? Focussing on the

predictors of self-concept and quality of life. Disabil Rehabil.

;32(13):1109-15. doi: 10.3109/09638280903391120

Taleporos G, McCabe MP. Body image and physical disabilitypersonal perspectives. Soc Sci Med. 2002;54(6):971-80. DOI:

1016/S0277-9536(01)00069-7

Tatla SK, Sauve K, Jarus T, Virji-Babul N, Holsti L. The effects of

motivating interventions on rehabilitation outcomes in children

and youth with acquired brain injuries: a systematic review. Brain

Inj. 2014;28(8):1022-35. doi: 10.3109/02699052.2014.890747

Chen W. Psychological needs satisfaction, motivational

regulations and physical activity intention among elementary

school students. Educational Psychology. 2014 [cited 2018 Sept

;34(4):495-511. Available at: https://doi.org/10.1080/014434

2013.822959

Chong J, Mackey AH, Broadbent E, Stott NS. Children’s

perceptions of their cerebral palsy and their impact on

life satisfaction. Disabil Rehabil. 2012;34(24):2053-60. doi:

3109/09638288.2012.669021

Oliveira AKC, Matsukura TS, Fontaine AMGV. Autoconceito

e autoeficácia em crianças com deficiência física: revisão

sistemática da literatura. Rev Bras Educ Espec. 2017 [cited 2018

Sept 9];23(1):145-60. Available at: http://dx.doi.org/10.1590/

s1413-65382317000100011

Majnemer A, Shevell M, Rosenbaum P, Law M, Poulin C.

Determinants of life quality in school-age children with

cerebral palsy. J Pediatr. 2007;151(5):470-5, 475.e3. doi: 10.1016/j.

jpeds.2007.04.014

Pavão SL, Silva FP, Savelsbergh GJ, Rocha NA. Use of sensory

information during postural control in children with cerebral

palsy: systematic review. J Mot Behav. 2015;47(4):291-301. doi:

1080/00222895.2014.981498

Michalski A, Glazebrook CM, Martin AJ, Wonga WWN, Kim

AJW, Moody, KD, et al. Assessment of the postural control

strategies used to play two Wii FitTM videogames. Gait Posture.

;36(3):449-53. doi: 10.1016/j.gaitpost.2012.04.005

Monteiro CBM. Realidade virtual na paralisia cerebral. São

Paulo: Plêiade; 2011. p. 27-40 [cited 2018 Sept 6]. Available

at: https://bit.ly/2Qc8RhA

Monteiro CBM, Jakabi CM, Palma GCS, Torriani-Pasin C, Meira

CMJ. Motor learning in children with cerebral palsy. Rev Bras

Crescimento Desenvolv Hum. 2010;20(3):11-23.

Tani G, Meira Jr CM, Gomes FRF. Frequência, precisão

e localização temporal de conhecimento de resultados

e o processo adaptativo na aquisição de uma habilidade

motora de controle da força manual. Rev Port Cienc. Desp.

;5(1):59-68.

Howle JM. Neuro-developmental treatment approachtheoretical foundations and principles of clinical practice.

Laguna Beach: NDTA; 2002.

Publicado

2018-09-09

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Efeito da intervenção com videogame ativo sobre o autoconceito, equilíbrio, desempenho motor e sucesso adaptativo de crianças com paralisia cerebral: estudo preliminar. (2018). Fisioterapia E Pesquisa, 25(3), 294-302. https://doi.org/10.1590/1809-2950/17021825032018