Suscetibilidade à cinetose em crianças de oito a onze anos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/20007028022021

Palavras-chave:

Enjoo devido ao Movimento, Equilibrio Postural, Crianças

Resumo

A cinetose se caracteriza pela intolerância ao movimento, resultante de um conflito sensorial
entre os sistemas visual, proprioceptivo e vestibular. Na população infantil, a cinetose é frequente, porém o difícil diagnóstico acaba subestimando a prevalência nesse grupo específico. As alterações vestibulares pediátricas têm importante influência no desenvolvimento infantil. O objetivo do artigo foi analisar a suscetibilidade à cinetose em crianças e verificar possíveis fatores associados, bem como identificar diferenças entre as respostas, quando comparados os sexos, as faixas etárias e a autopercepção dos pais. Trata-se de um estudo transversal. A amostra de conveniência consecutiva foi constituída por crianças de ambos os sexos, com idade entre oito e onze anos. Para avaliar a suscetibilidade à cinetose, foi aplicado o motion sickness questionnaire short form (MSSQ), realizado  individualmente com cada criança. A análise estatística foi realizada por meio do SPSS Versão v.21. Adotou-se nível de significância de 0,05. Utilizaram-se os testes estatísticos Kolmogorov-Smirnov; T de Student; Anova e teste de Friedman. Ao total, foram analisadas 223 crianças. Observou-se que 89,7% das crianças avaliadas eram suscetíveis à cinetose. Houve diferença significativa na comparação da suscetibilidade à cinetose entre os sexos, sendo as meninas, mais suscetíveis em relação aos meninos (p=0,001). Na comparação entre as faixas etárias, não houve significância estatística. Crianças com onze anos apresentaram maior suscetibilidade à cinetose. Houve diferença nas respostas relatadas pelas crianças e pais sobre a suscetibilidade das crianças à cinetose.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Golding JF. Motion sickness susceptibility. Auton Neurosci. 2006;129:67-76. doi: 10.1016/j.autneu.2006.07.019.

Franco ES, Caetanelli EB. Avaliação vestibular em crianças sem queixas auditivas e vestibulares, por meio da vectoeletronistagmografia computadorizada. Int Arch

Otorhinolaryngol [Internet]. 2006 [cited 2021 Aug 13];10(1):46-54. Available from: https://bit.ly/37G2Vaq

França SR, Perez, MLVD, Scharlach RC, Branco-Barreiro FCA. Susceptibilidade à cinetose em escolares. RECES. 2015;7(2):47-50. doi: 10.17921/2176-9524.2015v7n2p47-50.

Golding JF, Kadzere PN, Gresty MA. Motion sickness susceptibility fluctuates through the menstrual cycle. Aviat Space Environ Med [Internet]. 2005 [cited 2021 Aug 13];76(10):970-3. Available from: https://bit.ly/3m0hRbK

França SR, Branco-Barreiro FCA. Susceptibilidade à cinetose no idoso com doença vestibular. RECES [Internet]. 2013 [cited 2021 Aug 13];5(1):30-5. Available from: https://bit.ly/37FrMet

Said TS. Prevalência de queixas de sintomas vestibulares em crianças [dissertation on the Internet]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2012 [cited 2021 Aug 13].

Available from: https://bit.ly/3xEpXcg

Russell G, Abu-Arafeh I. Paroxysmal vertigo in children: an epidemiological study. Int J Pediatr Otorhinolaryngol, 1999;49(Suppl 1):S105-7. doi: 10.1016/s0165-5876(99)00143-3.

Bittar RSM, Pedalini MEB, Medeiros IRT, Bottino MA, Bento RF. Reabilitação vestibular na criança: estudo preliminar. Rev Bras Otorrinolaringol. 2002;68(4):496-9.

Silva BMP, Didoné DD, Sleifer P. Potencial evocado miogênico vestibular cervical em crianças e adolescentes sem queixas vestibulares. Audiol Commun Res. 2017;22:e1885. doi:

1590/2317-6431-2017-1885.

Lipson S, Wang A, Corcoran M, Zhou G, Brodsky JR. Severe motion sickness in infants and children. Eur J Paediatr Neurol. 2020;28:176-9. doi: 10.1016/j.ejpn.2020.06.010.

Huppert D, Grill E, Brandt T. Survey of motion sickness susceptibility in children and adolescents aged 3 months to 18 years. J Neurol. 2019;266(Suppl 1):65-73. doi: 10.1007/

s00415-019-09333-w.

Zhang LL, Wang JQ, Qi RR, Pan LL, Li M, Cai YL. Motion Sickness: Current Knowledge and Recent Advance. CNS Neurosci Ther. 2016;22(1):15-24. doi: 10.1111/cns.12468.

Takahashi M, Toriyabe I, Takei Y, Kanzaki J. Study on experimental motion sickness in children. Acta Otolaryngol. 1994;114(3):231-7. doi: 10.3109/00016489409126049. PMID: 8073856.

Dobie T, McBride D, Dobie T Jr, May J. The effects of age and sex on susceptibility to motion sickness. Aviat Space Environ Med. 2001;72(1):13-20.

Reason JT, Brand JJ. Motion sickness. Oxford: Academic Press; 1975.

Golding JF. Predicting individual differences in motion sickness susceptibility by questionnaire. Pers Individ Dif. 2006;41(2):237-48. doi: 10.1016/j.paid.2006.01.012. doi: 10.1016/j.paid.2006.01.012.

Mariotto LDF. Avaliação vestibular em adolescentes com cinetose [dissertation on the Internet]. Botucatu: Universidade Estadual Paulista; 2007 [cited 2021 Aug 13]. Available from:

https://bit.ly/3iGkRrE

Chang CH, Pan WW, Tseng LY, Stoffregen, TA. Postural activity and motion sickness during video game play in children and adults. Exp Brain Res. 2012;217:299-309. doi: 10.1007/

s00221-011-2993-4.

Henriques IF, Oliveira DWD, Oliveira-Ferreira F, Andrade PMO. Motion sickness prevalence in school children. Eur J Pediatr. 2014;173:1473-82. doi: 10.1007/s00431-014-2351-1.

Kennedy RS, Lanham DS, Massey CJ, Drexler JM, Lilienthal MG. Gender differences in simulator sickness incidence: implications for military virtual reality systems. Safe J. 1995;25(1):69-76.

Formigoni LG, Medeiros IRT, Santoro PP, Bittar RSM, Bottino MA. Avaliação clínica das vestibulopatias na infância. Braz J Otorhinolaryngol. 1999;65(1):78-82. doi: 10.1590/

S0034-72992002000400007.

Franco ES, Panhoca I. Sintomas vestibulares em crianças com queixa de dificuldades escolares. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(4):362-8. doi: 10.1590/S1516-80342008000400011.

Legrand A, Bui-Quoc E, Doré-Mazars K, Lemoine C, Gérard CL, Bucci MP. Effect of a dual task on postural control in dyslexic children. PLoS One. 2012;7(4):e35301. doi: 10.1371/journal.

pone.0035301.

Tomaz A, Ganança MM, Garcia AP, Kessler N, Caovilla HH. Controle postural de escolares com baixo rendimento escolar. Braz J Otorhinolaryngol. 2014;80(2):105-10. doi:

5935/18088694.20140024.

Rosa Neto F, Amaro KN, Prestes DB, Arab C. O esquema corporal de crianças com dificuldade de aprendizagem. Psicol Esc Educ. 2011;15(1):15-22. doi: 10.1590/S1413-85572011000100002.

Publicado

2023-02-23

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Suscetibilidade à cinetose em crianças de oito a onze anos. (2023). Fisioterapia E Pesquisa, 28(2), 166-171. https://doi.org/10.1590/1809-2950/20007028022021