Efeito de um programa de fisioterapia analisando o estado neurológico, a dor e a limitação de atividade na lesão neural da hanseníase: um ensaio clínico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/

Palavras-chave:

Hanseníase, Neuropatia, Fisioterapia, Dor, Incapacidade

Resumo

A hanseníase afeta os nervos periféricos e leva a
danos neurais, incapacidades físicas e prejuízos funcionais.
A fisioterapia emergiu como um componente crucial no
manejo dos pacientes com hanseníase, oferecendo diversas
modalidades de tratamento, incluindo mobilização neural,
alongamentos e mobilizações articulares. Este estudo teve
como objetivo avaliar os efeitos da fisioterapia no estado
neural, dor e funcionalidade em pacientes com lesão
neural decorrente da hanseníase. Trata-se de um ensaio
clínico que selecionou 40 pacientes com hanseníase e
lesões neurais. Exames neurológicos simplificados (SNE)
foram realizados para avaliar palpação neural, força
muscular e sensibilidade. A intensidade da dor foi medida
pela escala visual analógica (EVA) e a funcionalidade foi
avaliada pela escala de triagem de limitação de atividade
e conscientização de segurança (SALSA). Os participantes
foram submetidos a uma intervenção fisioterapêutica de
três semanas. Técnicas como alongamento, massagem
transversal Cyriax, bombeamento, mobilizações
articulares, liberação miofascial e mobilização neural
foram empregadas para melhorar a dor, a mobilidade
articular e a condução do impulso neural. Os dados
mostraram melhorias na palpação, na força muscular e
na sensibilidade, principalmente no nervo tibial posterior.
A intensidade da dor diminuiu após a intervenção (6,4±2,5
antes e 5,3±2,9 após o tratamento fisioterapêutico,
p<0,004). A escala SALSA revelou uma redução nas
limitações funcionais, passando de 25% para 17,5% nas
limitações graves. Contudo, o escore de incapacidade não
se alterou significativamente (1,2±0,08 antes e 1,2±0,09
depois, p<0,999). A fisioterapia mostrou-se eficaz na
melhoria do estado neural, na redução da dor e na melhoria
da funcionalidade em pacientes com hanseníase e neurite.
Além disso, demonstra-se a importância das escalas VAS,
SALSA e SNE na avaliação da melhora do paciente

Downloads

Referências

Eichelmann K, González González SE, Salas-Alanis JC, Ocampo-

Candiani J. Leprosy. An update: definition, pathogenesis,

classification, diagnosis, and treatment. Actas Dermosifiliogr.

;104(7):554-63. doi: 10.1016/j.adengl.2012.03.028

Kubota RMM, Brancini VCL, Gouveia AS, Nardi SMT, Paschoal

VDA, et al. Adverse effects of multidrug therapy for leprosy:

use of alternative doses and post discharge evaluation. Hansen

Int. 2014;39:8-21. doi: 10.47878/hi.2014.v39.35024

Queiroz TA, Carvalho FPB, Simpson CA, Fernandes ACL,

Figueirêdo DLA, et al. Perfil clínico e epidemiológico de

pacientes em reação hansênica. Rev Gaúcha Enf. 2015;36:185-

doi: 10.1590/1983-1447.2015.esp.57405

Ministério da Saúde (Brasil). Orientações para uso

corticoesteroides em Hanseníase. Normas e Manuais Técnicos

[Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2010 [citado 12 Ago 2021].

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/

orientacoes_para_corticosteroides_hanseniase.pdf

Pimentel MIF, Nery JAC, Borges E, Rolo R, Sarno FN. Neurite

silenciosa na hanseníase multibacilar avaliada através

da evolução das incapacidades antes, durante e após a

poliquimioterapia. An Bras Dermatol. 2004;79(2):169-79.

doi: 10.1590/S0365-05962004000200005

Pereira Junior NS, Almeida RM. Manual de recursos terapêuticos

manuais. João Pessoa: UFPB; 2016.

Reis BM, Fernandes LFRM. Association between the Rosén

and Lundborg Score and the Screening Activity Limitation and

Safety Awareness scale in hand functional evaluation of patients

with leprosy diagnosis. Disabil Rehabil. 2019;41(13):1578-83.

doi: 10.1080/09638288.2018.1432708

Martins RL, Albuquerque APF, Holanda AL, Pacas ASS, Galdino

DMC, et al. Intervenção fisioterapêutica nos comprometimentos

da hanseníase. Br J Health Rev. 2021;4(1):983-90.

doi: 10.34119/bjhrv4n1-086

Diaz AF, Moro FL, Binotto JM, Fréz AR. Estudo comparativo

preliminar entre os alongamentos proprioceptivo e estático

passivo em pacientes com sequelas de hanseníase. Fisioter Pesqui.

;15(4):339-44. doi: 10.1590/S1809-29502008000400004

Véras LS, Vale RG, Mello DB, Castro JA, Lima V, et al.

Electromyography function, disability degree, and pain in

patients living with leprosy undergoing neural mobilization

treatment. Rev Soc Bras Med Trop. 2012;45(1):83-8.

doi: 10.1590/s0037-86822012000100016

Tiago LMP, Barbosa MFF, Santos DFD, Faria AD, Gonçalves

MA, et al. Late follow-up of peripheral neural decompression in

leprosy: functional and clinical outcomes. Arq Neuropsiquiatr.

;79(8):716-23. doi: 10.1590/0004-282X-ANP-2020-0032

Seijas G. Anatomia e alongamentos essenciais. São Paulo:

Ed. Manole; 2015.

Kysner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos – fundamentos e

técnicas. 6a ed. São Paulo: Manole; 2015.

Lederman E. Fundamentos da terapia manual – fisiologia,

neurologia e psicologia. São Paulo: Manole; 2001.

Maitland GD. Treatment of the glenohumeral joint by passive

movement. Physical therapy. 1971;57(6):261-7.

Ministério da Saúde (Brasil). Manual de prevenção de

incapacidades [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2008

[citado 12 Ago. 2021]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.

br/bvs/publicacoes/manual_prevencao_incapacidades.pdf

Butler D. Mobilização do sistema nervoso. São Paulo:

Manole; 2003.

Pereira Júnior AA, Schons DG. Os efeitos da mobilização

neural em pacientes com lombalgia. Fisioter Saude Func.

;4(2):14-20.

Galvão O, Silva MG. Validade e fidedignidade preliminares

da EVA modificada para a população idosa. EssFisi Online.

;1(4):22-30.

Sousa JB, Carqueja CL, Baptista AF. Physical rehabilitation

to treat neuropathic pain. Rev Dor. 2016;17(Suppl 1):S85-90.

doi: 10.5935/1806-0013.20160056

Santos VS, Santana JC, Castro FD, Oliveira LS, Santana JC,

et al. Pain and quality of life in patients living with leprosy in

an endemic area of Northeast Brazil: a cross-sectional study.

Infect Dis Poverty. 2016;5:18. doi: 10.1186/s40249-016-0113-1

Scollard DM, Truman RW, Ebenezer GJ. Mechanisms of

nerve injury in leprosy. Clin Dermatol. 2015;33(1):46-54.

doi: 10.1016/j.clindermatol.2014.07.008

Manivannan G, Das P, Karthikeyan G, John AS. Reconstructive

surgery in children to correct ulnar claw hand deformity due

to leprosy. Lepr Rev. 2014;85(2):74-80. doi: 10.47276/lr.85.2.74

Souza MV, Silva MO. Laserterapia em afecções locomotoras: revisão

sistemática de estudos experimentais. Rev Bras Med Esporte.

;22(1):76-82. doi: 10.1590/1517-869220162201144326

Stasinopoulos S, Johnson MI. Cyriax physical therapy for tennis

elobow/lateral epicondylitis. Br J Sports Med. 2004;38(6):675-7.

doi: 10.1136/bjsm.2004.013573

Rath S, Schreuders TA, Stam HJ, Hovius SE, Selles RW. Early

active motion versus immobilization after tendon transfer for

foot drop deformity: a randomized clinical trial. Clin Orthop

Relat Res. 2010;468(9):2477-84. doi: 10.1007/s11999-010-1342-4

Nascimento DDS, Ramos Junior AN, Araújo OD, Macêdo SF, Silva

GVD, et al. Activity limitation and social participation restriction

of people with leprosy: a cross-sectional analysis of magnitude

and associated factors in a hyperendemic municipality in

the state of Piauí, Brazil, 2001-2014. Epidemiol Serv Saude.

;29(3):e2019543. doi: 10.5123/s1679-49742020000300012

Barbosa JC, Ramos Jr AN, Alencar MJF, Castro CGJ. Pós-alta

em hanseníase no Ceará: limitação da atividade funcional,

consciência de risco e participação social. Rev Bras Enf.

;61:727-33. doi: 10.1590/S0034-71672008000700012

Publicado

2024-12-30

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Efeito de um programa de fisioterapia analisando o estado neurológico, a dor e a limitação de atividade na lesão neural da hanseníase: um ensaio clínico. (2024). Fisioterapia E Pesquisa, 31(cont), e23014124pt. https://doi.org/10.1590/