Fatores individuais estão associados à dor e desconforto musculoesquelético em trabalhadores de uma empresa de bebidas
DOI:
https://doi.org/10.1590/Palavras-chave:
Saúde do Trabalhador, Dor Musculoesquelética, Fatores de RiscoResumo
As desordens musculoesqueléticas relacionadas
ao trabalho podem estar associadas a diversos fatores de
risco. O objetivo deste estudo foi analisar a associação dos
fatores de risco ocupacionais e os fatores individuais com
dor/desconforto musculoesquelético em trabalhadores
de uma empresa de bebidas que realizam atividades
dinâmicas com carga e atividades estáticas de escritório, a
qual oferece um programa de ergonomia e ginástica laboral.
Foram analisados associação da idade, tempo na função,
não adesão à ginástica laboral, Índice de Capacidade
para o Trabalho (ICT), percepção de fadiga pela Escala de
Necessidade de Descanso (ENEDE) e saúde física e mental,
estado geral de saúde através do questionário SF-36 e dor
pelo mapa de dor Nórdico. Utilizou-se o teste exato de
Fisher e regressão logística em um estudo observacional
transversal através de odds ratios (OR), IC 95%, p<0.05.
Dos 100 trabalhadores avaliados, 57% relataram dor, sendo
a região lombar a mais prevalente (47%). Foi encontrada
associação com a dor nas costas sendo 10,45 vezes
relacionado à capacidade para o trabalho, 7,40 vezes para
idade, 10,25 vezes para os aspectos físicos, 6,13 para a
capacidade funcional, 5,17 para o estado geral de saúde,
4,96 para os aspectos sociais e 3,01 vezes para saúde
mental para os subdomínios do SF-36. A necessidade de
descanso esteve 3,40 vezes associada à presença da dor,
ao tempo na função 4,12 vezes, ao absenteísmo 7,35 vezes
e à não adesão à ginástica laboral 2,95 vezes. Os achados
desta amostra sugerem que fatores individuais como
cuidado com a saúde física, além do apoio psicossocial,
ginástica laboral e pausas, podem ser relevantes como
abordagem preventiva para controle das queixas de dor
em trabalhadores.
Downloads
Referências
Hembecker PK, Reis DC, Konrath AC, Gontijo LA, Merino EAD.
Investigation of musculoskeletal symptoms in a manufacturing
company in Brazil: a cross-sectional study. Braz J Phys Ther.
;21(3):175-83. doi: 10.1016/j.bjpt.2017.03.014
Ferreira G, Costa LM, Stein A, Hartvigsene J, Buchbinder R,
Maher CG. Tackling low back pain in Brazil: a wake-up call. Braz
J Phys Ther. 2019;23(3):189-95. doi: 10.1016/j.bjpt.2018.10.001
Andersen LL, Persson R, Jakobsen MD, Sundstrup E.
Psychosocial effects of workplace physical exercise among
workers with chronic pain. Randomized controlled trial.
Medicine. 2017;96:5709. doi: 10.1097/MD.0000000000005709
Remmen NL, Heiberg FR, Christiansen HD, et al. Workrelated
musculoskeletal disorders among occupational
fishermen: a systematic literature review. Occup Environ Med.
;78:522-9. doi: 10.1136/oemed-2020-106675
Giagio S, Volpe G, Pillastrini P, Gasparre G, Frizziero A, et
al. A preventive program for work-related musculoskeletal
disorders among surgeons: outcomes of a randomized
controlled clinical trial. Ann Surg. 2019;270:6. doi: 10.1097/
SLA.0000000000003199
Hemingway H, Stafford M, Stansfeld S, Shipley M, Marmot M.
Is the SF-36 a valid measure of change in population health?
BMJ. 1997;315(7118):1273-9. doi: 10.1136/bmj.315.7118.1273
Kuorinka I, Jonsson B, Kilbom A, Vinterberg H, Biering-
Sorensen F, et al. Standardised Nordic questionnaires for
the analysis of musculoskeletal symptoms. Appl Ergon.
;18(3):233-7. doi: 10.1016/0003-6870(87)90010-x
Corlett EN, Bishop RP. A technique for assessing postural
discomfort. Ergonomics. 1976;19:175-82.
Souza DB, Martins LV, Marcolino AM, Barbosa RI, Tamanini G,
et al. Work capability and musculoskeletal symptoms in
workers at a public hospital. Fisioter Pesq. 2015;22:182-90.
doi: 10.590/1809-2950/14123722022015
Moriguchi CS, Alem ME, van Veldhoven M, Coury HJ. Cultural
adaptation and psychometric properties of Brazilian Need for
Recovery Scale. Rev Saude Publica. 2010;44:131-9. doi: 10.1590/
S0034-89102010000100014
Comper ML, Macedo F, Padula RS. Musculoskeletal
symptoms, postural disorders and occupational risk factors:
correlational analysis. Work. 2012;41:2445-8. doi: 10.3233/
WOR-2012-0478-2445
Skevington SM. Investigating the relationship between pain
and discomfort and quality of life, using the WHOQOL. Pain.
;76:395-406. doi: 10.1016/S0304-3959(98)00072-4
van Veldhoven M, Broersen S. Measurement quality and
validity of the “need for recovery scale”. Occup. Environ Med.
;60(Suppl 1):i3-9. doi: 10.1136/oem.60.suppl_1.i3
Fisher RA. The logic of inductive inference. J R Stat Soc.
;98(1):39-82. doi: 10.2307/2342435.
Hosmer DW, Lemeshow S. Assessing the fit of the model. In:
Applied Logistic Regression. New York: John Wiley and Sons;
p. 135-73. doi: 10.1002/9781118548387
Fatoye F, Gebrye T, Odeyemi I. Real-world incidence and
prevalence of low back pain using routinely collected
data. Rheumatol Int. 2019;39(4):619-26. doi: 10.1007/
s00296-019-04273-0
Knezevic NN, Candido KD, Vlaeyen JWS, Van Zundert J, Cohen
SP. Low back pain. Lancet. 2021;398(10294):78-92. doi: 10.1016/
S0140-6736(21)00733-9
Amorim AB, Simic M, Pappas E, Zadro JR, Carrillo E, et al.
Is occupational or leisure physical activity associated with
low back pain? Insights from a cross-sectional study of 1059
participants. Braz J Phys Ther. 2019;23(3):257-65. doi: 10.1016/j.
bjpt.2018.06.004
Bontrup C, Taylor WR, Fliesser M, Visscher R, Green T, et al.
Low back pain and its relationship with sitting behaviour
among sedentary office workers. Appl Ergon. 2019;81:102894.
doi: 10.1016/j.apergo.2019.102894
Carvalho D, Greene R, Swab M, Godwin M. Does objectively
measured prolonged standing for desk work result in lower
ratings of perceived low back pain than sitting? a systematic
review and meta-analysis. Work. 2020;67(2):431-40.
doi: 10.3233/WOR-203292
Abaraogu UO, Okafor UA, Ezeukwu AO, Igwe SE. Prevalence
of work-related musculoskeletal discomfort and its impact
on activity: A survey of beverage factory workers in Eastern
Nigeria. Work. 2015;52:627-34. doi: 10.3233/WOR-152100
Shariat A, Cardoso JR, Cleland JA, Danaee M, Ansari NN,
et al. Prevalence rate of neck, shoulder and lower back pain
in association with age, body mass index and gender among
Malaysian office workers. Work. 2018;60(2):191-9. doi: 10.3233/
WOR-2738
Fifolato TM, Nardim HCB, Lopes ERC, Suzuki KAK, Silva
NC, et al. Association between muscle strength, upper
extremity fatigue resistance, work ability and upper extremity
dysfunction in a sample of workers at a tertiary hospital.
BMC Musculosklet Disord. 2021;22(1):508. doi: 10.1186/
s12891-021-04256-y
Holzgreve F, Maltry L, Hänel J, Schmidt H, Bader A, et al. The
Office Work and Stretch Training (OST) Study: An individualized
and standardized approach to improve the quality of life in
office workers. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(12):4522.
doi: 10.3390/ijerph17124522
Saridi M, Filippopoulou T, Tzitzikos G, Sarafis P, Souliotis K,
Correlacionando atividade física e qualidade de vida dos
profissionais de saúde. BMC Res. 2019;12(1):208. doi: 10.1186/
s13104-019-4240-1
Algarni FSH. Quality of life in working populations with
and without musculoskeletal pain in Saudi Arabia. J Back
Musculoskelet Rehabil. 2022;35(5):1021-33. doi: 10.3233/
BMR-210122
Barreto CR, Carvalho FM, Lins-Kusterer L. Factors associated
with health-related quality of life of military policemen in
Salvador, Brazil: cross-sectional study. Health Qual. Life
Outcomes. 2021;19(21). doi: 10.1186/s12955-020-01661-0
Skovlund SV, Bláfoss R, Sundstrup E, Andersen LL. Association
between physical work demands and work ability in workers with
musculoskeletal pain: cross-sectional study. BMC Musculoskelet
Disord. 2020;21(1):166. doi: 10.1186/s12891-020-03191-8
Duffield SJ, Ellis BM, Goodson N, Walker-Bone K, Conaghan
PG, et al. The contribution of musculoskeletal disorders in
multimorbidity: Implications for practice and policy. Best
Pract Res Clin Rheumatol. 2017;31(2):129-44. doi: 10.1016/j.
berh.2017.09.004
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Vinícius Restani de Castro, Marisa de Cássia Registro Fonseca, Lisandra Vanessa Martins

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.