Sintomas osteomusculares em docentes do ensino superior: implicações da pandemia de covid-19
DOI:
https://doi.org/10.1590/Palavras-chave:
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, Pandemia, Covid-19, DocentesResumo
Durante a pandemia de covid-19, os serviços
não essenciais, como universidades, passaram a atuar em
home office, fazendo com que os professores tivessem de
se adaptar ao maior número de horas em frente às telas e à
postura sentada. Dessa forma, a nova rotina desencadeou
problemas como dores, má postura e pontos de tensão,
além de afetar a saúde mental. Portanto, o presente
trabalho teve como objetivo estimar a prevalência de
sintomas osteomusculares em 60 docentes de uma
Instituição de Ensino Superior que tiveram a sua rotina de
trabalho alterada devido à pandemia de covid-19. Tratouse
de um estudo original e de delineamento transversal
realizado entre fevereiro e maio de 2022, o qual utilizou
o questionário sociodemográfico e o nórdico de sintomas
musculoesqueléticos, bem como os testes de sentar e
alcançar e terceiro dedo ao solo para avaliar a flexibilidade
e a musculatura isquiotibial, além do software de avaliação
postural (SAPO). Os resultados mais notáveis revelaram
a ocorrência proeminente de dores ou desconfortos nas
regiões cervicais e lombares, em concordância com os
desvios posturais mais comuns, como pescoço, ombros,
pelve e pernas. Essa correlação pode ser atribuída à alta
incidência de sedentarismo decorrente da pandemia,
que resultou no prolongamento das horas passadas
em postura sentada. O isolamento social e o home
office geraram, mesmo nos docentes ativos, distúrbios
osteomusculares. Assim, deve-se motivar cada vez mais
a prática de atividade física, para uma melhor qualidade
de vida e um bem-estar contínuo, bem como as pausas no
trabalho e o tempo reservado para o lazer
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