Influência do ultra-som terapêutico na epífise de crescimento ósseo de coelhos

Autores

  • Carlos Alberto Santos Universidade Federal de São Paulo
  • Henrique Sodré de Almeida Fialho universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/fpusp.v10i1.77770

Palavras-chave:

terapia por ultrasom/métodos, desenvolvimento ósseo, dissertações acadêmicas.

Resumo

A aplicação de ultra-som terapêutico na área da cartilagem de crescimento epifisário de crianças em crescimento, ainda gera dúvidas em relação aos seus efeitos lesivos. Muitas crianças, então, deixam de ser tratadas por este recurso quando apresentam qualquer doença sobre estas regiões. Essas dúvidas não ficam limitadas apenas à utilização do ultra-som, mas também à intensidade a ser utilizada sem que ocorram tais lesões. Baseado nestas dúvidas, foi objetivo deste trabalho avaliar a influência da aplicação de energia ultra-sonora, utilizada em doses terapêuticas nas suas formas contínua e pulsada sobre as epífises proximais de tíbias de coelhos em crescimento e identificar as doses, a partir das quais, eventualmente poderiam haver alterações macroscópicas e microscópicas, prejudicando assim o crescimento ósseo normal. Foram utilizados 32 coelhos albinos da raça nova zelândia, com idade de 8 semanas no início
do experimento, divididos em três grupos. No primeiro grupo constituído de 10 coelhos, foi aplicado ultra-som com freqüência de 1 mhz, área de radiação efetiva de 3 cm2 ± 10%, pulsado (freqüência de modulação de lOOhz ± 10%, comprimento do pulso de 2,0 ms) e intensidade de 2 w/cm2 (is.a.tp.) na face mediai da extremidade superior da tíbia direita por 5 minutos. No segundo grupo constituído de 11 coelhos, foi aplicado
ultra-som contínuo com a mesma técnica e na mesma região, com área de radiação efetiva de 3 cm2 ± 10% e intensidade de lw/cm2 (is.a.t.a.) por 5 minutos; e no terceiro grupo constituído também de 11 coelhos, foi aplicado ultra-som contínuo, com a mesma técnica e na mesma região,
com área de radiação efetiva de 5 cm2 ± 10% e intensidade de 2 w/cm2 (is.a.t.a.) por 3 minutos. As tíbias contra-laterais nos três grupos de estudo foram utilizadas como controle. Todos os animais foram tratados
no mesmo horário durante dez dias consecutivos. Os fêmures e as tíbias de todos os animais foram radiografados nas incidências ântero-posterior e perfil dois dias anteriormente à aplicação de ultra-som e posteriormente ao serem sacrificados ao completarem 16 semanas de vida para avaliação qualitativa. O comprimento da tíbia (entre o ponto mais alto do platô tibial medial e o maléolo medial) e a largura do platô tibial no seu plano frontal foram mensurados através de paquímetro. A análise histomorfométrica da placa de crescimento epifisário foi realizada no aumento de 2,5x com o auxílio de um sistema digital de análise, utilizando do software ks 300 kontron elektronik, onde foram avaliados campos microscópicos consecutivos nas regiões lateral e medial da placa de crescimento epifisário, perfazendo um total de quatro medidas, duas para cada região, iniciando-se sempre nos extremos do lado lateral e medial. Foram mensurados o comprimento máximo, mínimo, área e perímetro expressos em micrômetros. Não houve diferença, estatisticamente significante entre valores obtidos através de análise
histomorfométrica, por paquímetro ou alterações radiológicas no grupol, não ocorrendo o mesmo com os grupos II e III onde as mesmas mostraram-se alteradas no lado direito em relação ao esquerdo, sendo
observado também alterações radiológicas. As diferenças histológicas estatisticamente significantes para o grupo II ocorreu na média da soma do comprimento máximo lateral. Nas medidas por paquímetro mostrou diferença estatisticamente significante na largura e significância limítrofe no comprimento. No grupo iii as diferenças histológicas mostraram significância limítrofe na média da soma do comprimento mínimo do lado medial, na média da soma da área do lado lateral e no comprimento mínimo da média da soma das quatro medidas. Nas medidas por paquímetro mostrou diferença estatisticamente significante na largura e
significância limítrofe no comprimento. Como resultado final não foram observadas alterações no grupo de coelhos que recebeu ultra-som pulsado a 2 w/cm2 (is.a.t.p.), mas estas ocorreram no grupo II e III que
receberam ultra-som contínuo de 1 e 2 w/cm2 (is.a.t.a.) no lado irradiado em relação ao controle, estas sendo dependente da intensidade utilizada, ou seja, quanto maior a intensidade utilizada, maiores foram os efeitos lesivos.

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Biografia do Autor

  • Carlos Alberto Santos, Universidade Federal de São Paulo
    Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP-EPM.
  • Henrique Sodré de Almeida Fialho, universidade Federal de São Paulo
    Orientador. Professor Associado da Disciplina de Ortopedia Pediátrica do Departamento de Ortopedia e
    Traumatologia da UNIFESP-EPM.

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Publicado

2003-06-30

Edição

Seção

Teses / Dissertações

Como Citar

Influência do ultra-som terapêutico na epífise de crescimento ósseo de coelhos. (2003). Fisioterapia E Pesquisa, 10(1), 50-51. https://doi.org/10.1590/fpusp.v10i1.77770