Arquitetura de interiores inclusiva: ambientes residenciais sensíveis a crianças com transtorno do espectro autista (TEA)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/gtp.v19i1.211966

Palavras-chave:

inclusão, arquitetura sensorial, design inclusivo, TEA

Resumo

A arquitetura interfere no modo de viver e sentir o ambiente construído. É capaz de influenciar nas inter-relações do indivíduo com o espaço, incluindo seu comportamento e emoções. Identificar as particularidades e necessidades de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seu funcionamento sensorial é importante para compreensão da influência que o ambiente, em especial aquele doméstico, possa ter sobre elas e como fazer para que essa relação seja positiva, tornando a arquitetura de interiores mais inclusiva. O presente artigo, fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo, além de refletir sobre a temática, aponta recomendações projetuais para ambientes residenciais sensíveis a crianças autistas. Para tanto, considerou-se uma primeira fase de fundamentação teórica e outra experimental, na qual os conceitos explorados foram ilustrados num ensaio projetual de arquitetura de interiores para adequação de uma unidade habitacional do tipo apartamento. Os resultados evidenciam a necessidade do ambiente doméstico promover conforto, segurança e autonomia; respeitar as características singulares, bem como auxiliar no desenvolvimento social, físico e psíquico, através de estratégias de estimulação sensorial, integração ambiental, legibilidade espacial e mitigação de riscos. O ensaio projetual apresentado não pretende universalizar diretrizes ou ser um exemplo generalista mas trazer à luz recomendações que possam orientar arquitetos e designers.

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Biografia do Autor

  • Larissa Leticia Andara Ramos, Universidade Vila Velha

    Arquiteta e Urbanista. Doutora em Tecnologia e Projeto para Qualidade Ambiental da Arquitetura e da Cidade. Professora titular do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo e do Mestrado em Arquitetura e Cidade da Universidade Vila Velha. Líder do Grupo de Pesquisa “Paisagem Urbana e Inclusão”. Desenvolve pesquisas com ênfase na Gestão e desempenho da Arquitetura e da cidade, Projeto de Espaços Livres, Arquitetura e cidade inclusiva, Qualidade sociambiental do Ambiente Construído e Ensino de Arquitetura e Urbanismo.

  • Yasmin Franco Lopes, Universidade Vila Velha

    Arquiteta e Urbanista pela Universidade Vila Velha. Integrante do grupo de pesquisa "Paisagem urbana e Inclusão", desenvolvendo pesquisas no âmbito da  arquitetura  inclusiva, acessível e saudável. Atua como arquiteta urbanista na Grande Vitória, em especial no campo da arquitetura de interiores residencial.

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Publicado

2024-06-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

RAMOS, Larissa Leticia Andara; LOPES, Yasmin Franco. Arquitetura de interiores inclusiva: ambientes residenciais sensíveis a crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Gestão & Tecnologia de Projetos, São Carlos, v. 19, n. 1, p. 167–186, 2024. DOI: 10.11606/gtp.v19i1.211966. Disponível em: https://revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/view/211966.. Acesso em: 21 jun. 2024.