Imageamento e modelagem digital com Ground Penetrating Radar em microbialitos Neoproterozoicos da Formação Salitre, Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v18-146075Palavras-chave:
Ground Penetrating Radar, Microbialitos, Atributos geofísicos.Resumo
Como resultado das descobertas, na última década, de campos petrolíferos gigantes no hemisfério sul, denominados genericamente de pré-sal, há um crescente interesse na caracterização geométrica e sedimentológica de depósitos microbiais, de coquinas e de cavernas colapsadas, que representam parte considerável desses reservatórios encontrados. Afloramentos análogos a reservatórios petrolíferos constituem-se em uma importante fonte de informação auxiliar, em escala subsísmica, por fornecer dados que permitem a parametrização e a modelagem de reservatórios, especialmente os microbiais. Esse cenário é ainda mais favorável quando usado o método Ground Penetrating Radar (GPR) em afloramentos análogos que ocorrem em regiões áridas, com pouco solo (ou nenhum), como na Fazenda Arrecife, Chapada Diamantina (Formação Salitre), Nordeste do Brasil. A despeito das escassas referências bibliográficas relacionadas ao imageamento geofísico de microbialitos, o GPR foi utilizado sobre os depósitos microbiais associados a depósitos de tempestade, de idade Neoproterozoica, pertencentes à Formação Salitre. Neste trabalho estão sendo apresentados os resultados obtidos no imageamento 3D de uma colônia microbial, utilizando-se a antena de 200 MHz, tanto com processamento convencional quanto com o uso de atributos geofísicos. Com o resultado do processamento convencional foi gerado um modelo digital 3D que permitiu a caracterização geométrica e a parametrização da colônia microbial imageada. A aplicação de quatro atributos geofísicos demonstrou ter bons resultados na delimitação do contato entre a colônia microbial e os depósitos tempestíticos, sendo eficiente também na determinação da geometria interna dos depósitos microbiais. O processamento com “amplitude instantânea” e “traço de Hilbert com energia” realçou o contato entre a colônia de microbialitos (baixa amplitude) e os depósitos tempestíticos (alta amplitude), enquanto o atributo de “energia” mostrou melhor a laminação interna dos microbialitos colunares, resultado semelhante ao obtido com a combinação do atributo “traço de Hilbert com similaridade”. O GPR propiciou imagens de até 10 m de profundidade, com excelente resolução tanto dos depósitos microbiais quanto dos tempestitos associados. O processamento com atributos geofísicos apresentou considerável ganho em relação ao processamento convencional, permitindo um aumento de qualidade na visualização da geometria externa e interna da colônia microbial imageada.
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