Lenhos fósseis da Formação Missão Velha, Bacia do Araripe: significado geológico com base em feições tafonômicas e sedimentológicas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v21-174515Palavras-chave:
Bacia do Araripe, Neojurássico, Lenhos silicificadosResumo
O presente trabalho versa sobre novas ocorrências de lenhos fósseis nos municípios de Missão Velha, Abaiara e Milagres, bem como investiga suas características tafonômicas e sedimentológicas. Os fósseis observados podem ser categorizados em três estágios sequenciais de exposição: lenhos in situ, presentes em seu depósito original; lenhos exumados, resultantes da denudação da rocha hospedeira; e lenhos ex situ, deslocados por transporte sedimentar ou por ação antrópica. Os lenhos in situ podem ser primários, correspondendo a uma assembleia alóctone, ou secundários, lenhos silicificados retrabalhados que se comportam como seixos nos arenitos da unidade. Lenhos de grande porte foram pouco transportados e estão próximos aos sítios de fossilização. Fragmentos de lenhos muito degradados confundem-se com cascalho e um estudo petrográfico como este pode auxiliar na sua identificação.
Downloads
Referências
Abbe, T. B., Montgomery, D. R. (2003). Patterns and processes of wood debris accumulation in the Queets rivers basin, Washington. Geomorphology, 51(1-3), 81-107. https://doi.org/10.1016/S0169-555X(02)00326-4
Alemão, F. F., Alemão, M. F. (1862). Trabalhos da Commissão scientifica de exploração. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert.
Assine, M. L. (1992). Análise estratigráfica da Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Geociências, 22(3), 289-300.
Assine, M. L. (2007). Bacia do Araripe. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2), 371-389.
Behrensmeyer, A. K., Hook, R. W. (1992). Paleoenvironmental contexts and taphonomic modes in the terrestrial fossil record. In: A. K. Behrensmeyer, A. K. Damuth, W. A. Dimichele, R. Potts (Eds.), Terrestrial ecosystems through time: evolutionary paleoecology of terrestrial pants and animals, 1, 15-138. Chicago: University of Chicago Press.
Beurlen, K. (1963). Geologia e estratigrafia da Chapada do Araripe. XVII Congresso Brasileiro de Geologia, suplemento, 1-47. Recife: SBG-SUDENE.
Branner, J. C. (1890). The Cretaceous and Tertiary Geology of the Sergipe-Alagoas Basin of Brazil. Transactions of the American Philosophical Society, 16(3), 369-434. https://doi.org/10.2307/1005398
Braunn, O. P. G. (1966). Estratigrafia dos sedimentos da parte inferior da Região Nordeste do Brasil (Bacias do Tucano-Jatobá, Mirandiba e Araripe). Boletim 236, 75 p. Rio de Janeiro: DNPM/DGM.
Brito, L. M. (1987). As unidades litoestratigráficas da passagem Jurássico-Cretáceo do Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Geociências, 17(2), 81-85.
Capretz, R. L. (2010). Paleoecologia e tafonomia da Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional (Bacia do Parnaíba, Permiano). Tese (Doutorado). Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências Exatas – UNESP. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/103007. Acesso em: 6 out. 2021.
Cavalcanti, V. M. M., Viana, M. S. S. (1992). Revisão estratigráfica da Formação Missão Velha, Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 64(2), 155-168.
Costa, A. B. S., Córdoba, V. C., Jardim de Sá, E. F., Scherer, C. M. S. 2014. Diagênese dos arenitos da Tectonossequência Rifte na Bacia do Araripe, NE do Brasil. Brazilian Journal of Geology, 44(3), 457-470. https://doi.org/10.5327/Z2317-4889201400030008
Fambrini, G. L., Buarque, B. V., Menezes Filho, J. A. B., Valença, L. M. M., Araújo, J. T., Neumann, V. H. M. L. (2012a). Análise estratigráfica da Formação Abaiara (Neocomiano), Bacia do Araripe, NE do Brasil: implicações para a implantação da fase rifte das bacias fanerozóicas brasileiras. XLVI Congresso Brasileiro de Geologia. Santos: SBG. CD-ROM.
Fambrini, G. L., Lemos, D. R., Tesser Junior, S., Araújo, J. T., Silva Filho, W. F., Souza, B. Y. C., Neumann, V. H. M. L. (2011). Estratigrafia, arquitetura deposicional e faciologia da Formação Missão Velha (Neojurássico-Eocretáceo) na área-tipo, Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil: exemplo de sedimentação de estágio de início de rifte a clímax de rifte. Geologia USP. Série Científica, 11(2), 55-87. http://dx.doi.org/10.5327/Z1519-874X2011000200004
Fambrini, G. L., Neumann, V. H. M. L., Barros, C. L., Agostinho, S. M., Galm, P. C., Araújo, J. T., Menezes Filho, J. A. B. (2012b). Análise de fácies da Formação Brejo Santo, Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil: implicações paleodeposicionais. Estudos Geológicos, 22(1), 131-155.
Fambrini, G. L., Neumann, V. H. M. L., Menezes Filho, J. A. B., Silva Filho, W. F., Oliveira, E. V. (2017). Facies architecture of fluvial Missão Velha Formation (Neojurassic-Eocretaceous), Araripe Basin, Northeast Brazil: paleogeographic and tectonic implications. Acta Geologica Polonica, 67(4), 515-545. https://doi.org/10.1515/agp-2017-0029
Fambrini, G. L., Tesser Junior, S., Neumann, V. H. M. L., Souza, B. Y. C., Silva Filho, W. F. (2009). Fácies e sistemas deposicionais na área-tipo da Formação Missão Velha, Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. Estudos Geológicos, 19(1), 161-190.
Freitas, F. I., Hessel, M. H., Nogueira Neto, J. A. (2008). Troncos fósseis da Formação Missão Velha na porção leste da Bacia do Araripe, Ceará. Revista de Geologia, 21(2), 193-206.
Ghignone, J. I. (1979). Geologia dos sedimentos fanerozóicos do Estado da Bahia. In: H. A. Inda (Ed.). Geologia e Recursos Minerais do Estado da Bahia, 1, 24-117. Salvador: Secretaria do Estado e Energia da Bahia.
Gurnell, A. M., Piégay, H., Swanson, F. J., Gregory, S. V. (2002). Large wood and fluvial processes. Freshwater Biology, 47(4), 601-619. https://doi.org/10.1046/j.1365-2427.2002.00916.x
Hartt, C. F., Agassiz, L. (1870). Geology and physical geography of Brazil. Boston: Osgood & Co.
Keller, A., Hendrix, M. (1997). Palaeoclimatologic analysis of a Late Jurassic Petrified Forest, Southeastern Mongolia. Palaios, 12(3), 282-291. https://doi.org/10.2307/3515428
Köppen, W. (1936). Das geographische System der Klimate. In: W. Köppen, R. Geiger (Eds). Handbuch der Klimatologie, 1, 1-44. Berlim: Gebrüder Bornträger.
Kuchle, J., Scherer, C. M. S., Born, C. C., Alvarenga, R. S., Adegas, F. A. (2011). A contribution to regional stratigraphic correlations of the Afro-Brazilian depression - The Dom João Stage (Brotas Group and equivalent units - Late Jurassic) in Northeastern Brazilian sedimentary basins. Journal of South American Earth Sciences, 31(4), 358-371. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2011.02.007
Martín-Closas, C., Gomez, B. (2004). Taphonomie des plantes et interprétations paléoécologiques: une syntèse. Geobios, 37(1), 65-88. https://doi.org/10.1016/j.geobios.2003.01.006
McKnight, C. L., Graham, S. A., Carroll, A. R., Gan, Q., Dilcher, D. L., Zhao, M., Liang, Y. H. (1990). Fluvial sedimentology of an Upper Jurassic Petrified Forest assemblage, Shishu Formation, Jungarr Basin, Xinjiang, China. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 79(1-2), 1-9. https://doi.org/10.1016/0031-0182(90)90102-D
Neumann, V. H. M. L., Cabrera, L. (1999). Una nueva propuesta estratigrafica para la tectonosecuencia post-rift de la Cuenca de Araripe, Noreste de Brasil. V Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil, 279-285. Serra Negra: UNESP.
Pires, E. F., Guerra-Sommer, M. (2009). Plant–arthropod interaction in the Early Cretaceous (Berriasian) of the Araripe Basin, Brazil. Journal of South American Earth Sciences, 27(1), 50-59. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2008.09.004
Pires, E. F., Guerra-Sommer, M. (2011). Growth ring analysis of fossil coniferous woods from early cretaceous of Araripe Basin (Brazil). Anais da Academia Brasileira de Ciências, 83(2), 409-423. http://dx.doi.org/10.1590/S0001-37652011005000005
Ponte, F. C., Appi, C. J. (1990). Proposta de revisão da coluna litoestratigráfica da Bacia do Araripe. XXXVI Congresso Brasileiro de Geologia, 211-226. Natal: SBP.
Silva, D. R., Mizusaki, A. M. P., Milani, E. J., Pimentel, M. (2012). Depositional ages of Paleozoic and Mesozoic prerift supersequences of the Recôncavo Basin in northeastern Brazil: A Rb/Sr radiometric study of sedimentary rocks. Journal of South American Earth Sciences, 37, 13-24. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsames.2011.12.006
Silva Filho, W. F., Ferreira, L. A. N., Barreto Junior, A. M., Nogueira Neto, J. A. (2015). Representações da pedra-pau e do Geopark Araripe na área do Geossítio Floresta Petrificada do Cariri no Geopark Araripe, Milagres – Ceará. III Simpósio Brasileiro de Patrimônio Geológico, 336-339. Lençóis: UEFS.
Silveira, A. C., Silva, A. C., Cabral, N. R. A. J., Schiavetti, A. (2012). Análise de efetividade de manejo do Geopark Araripe-Estado do Ceará. Geociências, 31(1), 117-128.
Sousa-Brasil, T. P. (1863). Ensaio estatístico da província do Ceará. São Luís: Typographia de B. de Mattos.
Viana, C. F. (1980). Cronoestratigrafia dos sedimentos da margem continental brasileira. XXXI Congresso Brasileiro de Geologia, 832-843. Balneário Camboriú: SBG.
Viana, C. F., Gama Junior, E. G., Simões, I. A., Mourea, J.A., Fonseca, J. R., Alves, R. J. (1971). Revisão estratigráfica da Bacia do Recôncavo-Tucano. Boletim Técnico da Petrobras, 14(3-4), 157-192.
Wnuk, C., Pfefferkorn, H. W. (1987). A Pennsylvanian-age terrestrial storm deposit: using plant fossils to characterize the history and process of sediment accumulation. Journal of Sedimentary Petrology, 57(2), 212-221. https://doi.org/10.1306/212F8AE9-2B24-11D7-8648000102C1865D
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Aerson Moreira Barreto Junior, Gelson Luís Fambrini, Virginio Henrique de Miranda Lopes Neumann, Wellington Ferreira da Silva Filho, Edison Vicente Oliveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Geologia USP. Série Científica, o direito de primeira publicação, com o trabalho sob a licença Creative Commons BY-NC-SA (resumo da Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 | texto completo da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/legalcode) que permite o compartilhamento do trabalho de forma não comercial e conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, uma vez que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O efeito do Acesso Aberto e downloads no impacto das citações).