Modelagem geométrica e análise de risco geológico em taludes rochosos aplicada aos sistemas de falhas transversais (N090° e N120°) da cidade de Salvador, Bahia, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v23-200202Palavras-chave:
Risco geológico, Falha da barra, Falha de brotas, Deslizamentos planar e em Cunha, TombamentoResumo
A cidade de Salvador tem uma grande parcela da população ocupando áreas de risco geológico. Geologicamente, Salvador apresenta duas direções principais de falhas originárias dos eventos tectônicos relacionados com a geração da bacia tipo rifte do Recôncavo, situada a W, e a abertura do Oceano Atlântico Sul, a E, ocorrida durante o Cretáceo. Um sistema longitudinal de falhas, orientado N030° – 040°, e outro sistema transversal de falhas (STF), orientado N90° – 120°. Esses sistemas controlam inúmeros vales, altos e taludes locais. Neste estudo, foram delimitados os principais lineamentos da cidade de Salvador e modelados o sistema de falhas da Barra (SFB) e o sistema de falhas de Brotas (SFBR), além das principais falhas de orientação N90° – 120°. A partir dos dados obtidos, foram gerados modelos em projeção estereográfica previsional de movimentos de massas com base nos dados de planos de descontinuidades da Bacia do Recôncavo, associados às estruturas encontradas na cidade de Salvador. Foi constatado, com base no estudo desses lineamentos, que as estruturas transversais com direção N120º são as de terceira maior em frequência (9,56%) e em comprimento (10,86%), e que é por meio da modelagem cinemática que o mecanismo de ruptura de deslizamento em cunha ocorre mais facilmente, sendo seguido do tombamento flexural
e do deslizamento planar. A análise comparativa entre os ângulos de atrito indica que apenas os dois últimos mecanismos de ruptura têm potencialidade de ocorrer ampliada. Foram também identificados 16 taludes instáveis, três relacionados ao SFB e 13, ao SFBR, em que podem ocorrer os três mecanismos de ruptura, com direções predominantes do movimento de massa, respectivamente, para o sul e sudoeste, correspondendo...
Downloads
Referências
Barbosa, J. S. F., Corrêa-Gomes, L. C., Dominguez, J. M. L., Cruz, S. A. S., Souza, J. S. (2005). Petrografia e Litogeoquímica das Rochas da Parte Oeste do alto de Salvador, Bahia. Revista Brasileira de Geociências, 35(4 Supl.), 9-22. https://doi.org/10.25249/0375-7536.200535S40922
Bitar, O. Y., Ortega, R. D. (1998). Gestão Ambiental. In: Oliveira, A. M. S., Brito, S. N. A. (org.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia, p. 499-508.
Chiossi, N. (2013). Uso das rochas e dos solos como material de construção e material industrial. In: Chiossi, N. Geologia de Engenharia. 3ª ed. São Paulo: Oficina de Textos, p. 71-80.
Corrêa-Gomes, L. C. (2018). Sistemas de Falhas de Salvador. Seminário de Geologia de Salvador. Salvador: IGEO-UFBA, p. 69.
Côrrea-Gomes, L. C., Destro, N. (2012). Tectônica das bacias Paleozoicas e Mesozoicas. In: Barbosa, J. S. F. (org.). Geologia da Bahia, pesquisa e atualização. Salvador: CBPM, p. 255-325. (Série Publicações Especiais, 13).
Corrêa-Gomes, L. C., Oliveira, M. A. F., Motta, A. C., Cruz, M. J. M. (1996). Províncias dos diques máficos do Estado da Bahia. Mapa, evolução temporal e estágio atual do conhecimento. Salvador: Governo do Estado da Bahia, Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, Superintendência de Geologia e Recursos Minerais, 144 p.
Destro, N., Alckimin, F. F., Magnativa, L. P., Peter, S. (2003). The Jeremoabo transpressional transfer fault, Recôncavo-Tucano Rift, NE Brazil. Journal of Structural Geology, 25(8), 1263-1279. https://doi.org/10.1016/S0191-8141(02)00164-5
Gerscovich, D. M. S. (2012). Estabilidade de taludes. 2ª ed. São Paulo: Oficina de Textos.
Glastonbury, J., Fell, R. (2000). Report on the Analysis of “Rapid” Natural Rock Slope Failures. Sydney: University of New South Wales, School of Civil and Environmental Engineering.
Goodman, R. E. (1980). Introduction to Rock Mechanics. Toronto: John Wiley.
Guimarães, T., Vale, R. M. C. (2012). Suscetibilidade a erosão do solo na cidade do Salvador – Bahia. IX Simpósio Nacional de Geomorfologia. Rio de Janeiro: SINAGEO.
Hoek, E., Bray, J. (1981). Rock Slope Engineering. 3. ed. Londres: Institution of Mining and Metallurgie & Elsevier Applied Science.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018a). Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Estimativas da população residente com data de referência 1° de julho de 2018. IBGE. Disponível em: fttps://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2018/estimativa_dou_2018_20181019.pdf. Acesso em: 12 out. 2020.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018b). População em áreas de risco no Brasil. IBGE. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101589.pdf. Acesso em: 12 out. 2020.
Jesus, A. C. (2008). Retroanálise de escorregamentos em solos residuais não saturados. Dissertação (Mestrado). São Carlos: Escola de Engenharia de São Carlos – USP. https://doi.org/10.11606/D.18.2008.tde-10102008-090913
Jesus, A. C., Miranda, S. B., Dias, L. S. O., Brito Junior, J. A., Burgos, P. C., Campos, L. E. P. (2005). Contribuição para o zoneamento das áreas com características geotécnicas semelhantes da cidade do Salvador visando a aplicação em mapeamento de risco. IV Conferência brasileira sobre estabilidade de encostas. Salvador: ABMS, 1, p. 17-25.
Menezes, L. S. (2021). Modelagem cinemática dos sistemas de Falhas e aplicação em casos de taludes naturais N030° e N040° da cidade do Salvador, Bahia, Brasil. Dissertação (Mestrado). Salvador: Universidade Federal da Bahia.
Milani, E. J. (1989). Falhamentos transversais em bacias distensionais. Boletim de Geociências da Petrobras, 3(1-2), 29-41.
Milani, E. J., Davison, I. (1988). Basement control and transfer tectonics in the Recôncavo-Tucano-Jatobá rift, Northeast Brazil. Tectonophysics, 154(1-2), 41-70. https://doi.org/10.1016/0040-1951(88)90227-2
Milhomem, P. S., Milani, E. J., Oliveira, F. M., Carvalho, M. S. S., Souza-Lima, W. (2003). Bacia do Recôncavo. Fundação Paleontológica Phoenix. (Bacias Sedimentares
Brasileiras, 49.)
Salvador (1996). Lei nº 9.148/2016. Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (LOUOS). Dispõe sobre o Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo do Município de Salvador e dá outras providências. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a/ba/s/salvador/lei-ordinaria/2016/915/9148/leiordinaria-n-9148-2016-dispoe-sobre-o-ordenamento-douso-
e-da-ocupacao-do-solo-do-municipio-de-salvador-eda-outras-providencias. Acesso em: 21 nov. 2022.
Silva, I. C. (2013). Evolução Dinâmica do Sistema de Bacias Tipo Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá com Base em Dados de Campo. Tese (Doutorado). Salvador: Instituto de
Geociências – UFBA.
Silva, L. C., Delgado, I. M., Souza, J. D., Rodriguez, J. B. (2005). Da cratonização riaciana a metacratonização ediacariana nos paleocontinentes São Francisco-Congo. Parte II: Bahia. III Simpósio Sobre o Cráton do São Francisco. Short Papers... Salvador: Sociedade Brasileira de Geologia, p. 255-258.
Souza, J. S. (2013). Geologia, metamorfismo e geocronologia de litotipos de Salvador-Bahia. Tese (Doutorado). Salvador: Universidade Federal da Bahia.
Souza, J. S., Barbosa, J. S. F., Corrêa-Gomes, L. C. (2010). Litogeoquímica dos granulitos ortoderivados da cidade do Salvador, Bahia. Revista Brasileira de Geociências, 40(3), 339-353. https://doi.org/10.25249/0375-7536.2010403339354
Souza, K. H. L., Aguiar, M. F. P., Rodrigues, L. F. V., Mendes, G. C. M. (2019). Proposta de Contenção de Talude em Solo Grampeado Localizado na Falha de Salvador – BA. IX Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/59181. Acesso em: 21 nov. 2022.
Wyllie, D. C., Mah, C. W. (2004). Rock Slope Engineering: Civil and Mining. 4. ed. Nova York: Spon Press.
Vaz, L. F. (1996). Classificação genética dos solos e dos horizontes de alteração de rocha em regiões tropicais. Solos e Rochas, 19(2), 177-136. Disponível em: http://www.fec.unicamp.br/~persio/ic570/Vaz_1996.pdf. Acesso em: 21 nov. 2022.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 João Paulo Hora Carneiro, Luiz César Correa Gomes, Lucas de Santana Menezes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Geologia USP. Série Científica, o direito de primeira publicação, com o trabalho sob a licença Creative Commons BY-NC-SA (resumo da Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 | texto completo da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/legalcode) que permite o compartilhamento do trabalho de forma não comercial e conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, uma vez que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O efeito do Acesso Aberto e downloads no impacto das citações).
Como Citar
Dados de financiamento
-
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Números do Financiamento Código de financiamento 001
