Caminho da Geodiversidade Gaúcha: uma trilha de longo curso integrando aspectos geo-bio-socioculturais
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v24-221706Palavras-chave:
Geoparque Caçapava, Geoturismo, Bioma PampaResumo
Trilhas de Longo Curso são ferramentas de lazer, preservação do meio ambiente e geração de emprego e renda sustentável, na forma de caminhos percorridos de modo esportivo/turístico, principalmente a pé ou bicicleta, por no mínimo um dia de atividade, interligando regiões com notável importância ambiental e paisagística. No contexto da metade sul do RS, algumas iniciativas de desenvolvimento sustentável têm buscado trazer estímulos a economia. Uma das mais recentes foi o reconhecimento, pela UNESCO, do Geoparque Caçapava, tendo em vista a enorme e singular geodiversidade da região. Essa mesma característica motivou a elaboração do presente trabalho, unindo esporte e turismo com geodiversidade, fazendo-se uso de conceitos geossistêmicos, que utilizam a bio-sociodiversidade para proporcionar uma integração do meio ambiente. O objetivo deste trabalho é propor a criação e implantação do Caminho da Geodiversidade Gaúcha, que percorre 500 km em 6 municípios, cuja vocação é a geodiversidade da região. Foram elaborados mapas por sensoriamento remoto e realizou-se trabalhos de campo que proporcionaram um aperfeiçoamento do traçado, por meio de uma construção conjunta com a comunidade que habita ao longo do caminho. É apresentada uma descrição dos aspectos geológicos, biológicos e sociais, que proporcionaram a distinção de 3 setores do caminho. Foram levantados 43 pontos que servem de apoio logístico e de interesse educativo e ambiental ao longo do percurso. Espera-se que o Caminho da Geodiversidade Gaúcha venha a se somar com as demais estratégias de desenvolvimento sustentável da região, trazer melhores condições socioeconômicas e contribuir para a preservação do Bioma Pampa.
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