Avaliação geotécnica e análise cinemática da Cachoeira do Mascate como subsídio ao ecoturismo em Coromandel, Minas Gerais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v25-230851

Palavras-chave:

Geossítio, Geotecnia, Maciço Rochoso, Fator de segurança, Estabilidade de taludes, Turismo

Resumo

Este artigo apresenta uma avaliação geológica-geotécnica e análise cinemática da Cachoeira do Mascate, localizada na Mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, além de discutir possíveis implicações para o ecoturismo regional. O maciço rochoso é formado exclusivamente por quartzito com foliação incipiente e diferentes graus de resistência, cujas camadas estão orientadas na direção 210° e mergulhos entre 16° e 54° para SW. O talude da cachoeira, por sua vez, possui direção 45° e mergulho médio de 75° para NE. O cálculo do índice Rock Quality Designation indicou que a qualidade do maciço pode ser classificada como regular. De acordo com o índice Rock Mass Rating, o maciço enquadra-se na Classe III (Razoável). As análises cinemáticas revelaram probabilidades de rupturas dos tipos planar (9%), em cunha (29%) e de tombamentos direto (26%), oblíquo (1%) e flexural (3%). As rupturas planares são controladas principalmente por fraturas orientadas na direção NW-SE, com mergulhos subverticais. Já os tombamentos direto e oblíquo ocorrem ao longo dos planos da foliação metamórfica. O Fator de Segurança (FS) de 1,30 indica condições de estabilidade do talude em relação aos tipos de rupturas analisados. Porém, períodos de pluviosidade intensa entre os meses de novembro a março certamente levam a condições de maior instabilidade do talude e, portanto, favoráveis à ruptura. De fato, a base da cachoeira é rodeada por inúmeros matacões caídos que evidenciam movimentos de massa gravitacionais. Com base na análise geológico-geotécnica-cinemática da Cachoeira do Mascate, estão sendo propostas medidas simples com o intuito de reduzir potenciais situações de risco geológico.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Barton, N., Lien, R., Lunde, J. J. R. M. (1974). Engineering classification of rock masses for the design of tunnel support. Rock Mechanics, 6, 189-236. https://doi.org/10.1007/BF01239496.

Barros, J. S., Oliveira Filho, J. M., Oliveira Filho, I. B., Fernandes, R. J. A. R., Nascimento, J. R. S. (2022) Avaliação geotécnica dos cânions do Rio Poti: Buriti dos Montes, PI. Relatório Técnico, SGB/CPRM.

Bieniawski, Z. T. (1973). Engineering Classification of Jointed Rock Masses. The Civil Engineer in South Africa, 15, 335-344. Disponível em: https://journals.co.za/doi/pdf/10.10520/AJA10212019_17397. Acessado em: 24 jan. 2025.

Bieniawski, Z. T. (1989). Engineering rock mass classifications: a complete manual for engineers and geologists in mining, civil, and petroleum engineering. New York: J. Wiley & Sons. Disponível em: https://iem.ca/pdf/resources/Engineering%20Rock%20Mass%20Classifications_%20A%20Complete%20Manual%20for%20Engineers%20and%20Geologists%20in%20Mining,%20Civil,%20and%20Petroleum%20Engineering.pdf. Acessado em: 24 jan. 2025.

Brown, E. T. (1981). Rock Characterization Testing and Monitoring. ISRM - International Society for Rock Mechanics, Suggested Methods. Oxford: Pergamon Press, 211 p.

EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo. (1994). Diretrizes para uma política nacional do ecoturismo. BRASIL. Disponível em: https://ambientes.ambientebrasil.com.br/ecoturismo/politica_nacional_de_ecoturismo/diretrizes_para_uma_politica_nacional_de_ecoturismo.html. Acessado em: 24 jan. 2025.

EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo. (2024). Infográfico - Turismo de Natureza. BRASIL. Disponível em: https://embratur.com.br/2024/03/04/embratur-lanca--infografico-turismo-de-natureza-conheca/. Acessado em: 24 jan. 2025.

Féboli, W. L., Pinheiro, M. A. P. (2015). Carta Geológica de Monte Carmelo - Folha SE.23-Y-A-V. Escala 1:100.000. Serviço Geológico do Brasil - SGB/CPRM. Disponível em: https://rigeo.sgb.gov.br/bitstream/doc/19397/16/Folha_Monte_Carmelo.pdf. Acessado em: 24 jan. 2025.

Hoek, E., Bray, J. W., Boyd, J. M. (1973). The stability of a rock slope containing a wedge resting on two intersecting discontinuities. Quarterly Journal Engineering Geology And Hydrogeology, 6(1) 22-35. https://doi.org/10.1144/GSL.QJEG.1973.006.01.01.

Hoek, E., Bray, J. D. (1981). Rock Slope Engineering, 3rd Ed. London: Inst. Mining and Metallurgy. https://doi.org/10.1201/9781482267099.

Hoek, E., Brown, E. T. (1980). Empirical strength criterion for rock masses. Journal of the Geotechnical Engineering Division, 106 (9), 1013-1035.

ISRM - International Society for Rock Mechanics. (1978). Suggested Methods for the Quantitative Description of Discontinuities in Rock Mass. Grã-bretanha, 15, 319-368. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/313659691_Suggested_methods_for_the_quantitative_description_of_discontinuities_in_rock_masses_International_Society_for_Rock_Mechanics. Acessado em: 24 jan. 2025.

Moreira, J. C. (2014). Geoturismo e interpretação ambiental. Ponta Grossa: Editora UEPG. https://doi.org/10.7476/9788577982134.

Oliveira, P. C. A. (2015). Avaliação do patrimônio geomorfológico potencial dos municípios de Coromandel e Vazante, MG. Tese (Doutorado). Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/16006/1/AvaliacaoPatrimonioGeomorfologico.pdf. Acessado em: 24 jan. 2025.

Oliveira Filho, I. B., Barros, J. S., Dias, G. P. (2023). Avaliações geotécnicas em atrativos geoturísticos: Fernando de Noronha, Pernambuco. Relatório Técnico, SGB-CPRM. OMT - Organização Mundial De Turismo. (2003). Guia de desenvolvimento do turismo sustentável. Tradução de Sandra Netz. Porto Alegre: Bookman, 168p.

Palmström, A. (1982) The Volumetric Joint Count a Useful and Simple Measure of the Degree of Jointing. 4th International Congress IAEG, Proceedings, 221-228. New Delhi, 10-15 December 1982.

Palmström, A. (2005). Measurements of and correlations between block size and rock quality designation (RQD). Tunnelling and Underground Space Technology, 20(4), 362-377. https://doi.org/10.1016/j.tust.2005.01.005.

Pinho, J. M. M., Féboli, W. L., Signorelli, N., Tuller, M. P., Brito, D. C., Ribeiro, J. H., Baptista R. N., Silva, R. N. (2017). Geologia e recursos minerais das folhas: Cabeceira Grande, Unaí, Ribeirão Arrojado, Serra da Aldeia, Serra da Tiririca, Paracatu, Guarda-Mor, Arrenegado, Coromandel, Lagamar, Monte Carmelo e Patos de Minas. Serviço Geológico do Brasil - SGB/CPRM. Disponível em: https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/19397. Acessado em 24 jan. 2025.

Rocha, M. (1976). Alguns problemas relativos a Mecânica das Rochas dos materiais de baixa resistência. Geotecnia. (Revista de Sociedade Portuguesa de Geotecnia), 19, 69-71. https://doi.org/10.14195/2184-8394_19_4.

Pires, P. S. (2000). Dimensões do ecoturismo. São Paulo: Editora Senac, 272 p. Ribeiro, J. H., Féboli, W. L. (2013). Carta Geológica de Coromandel - Folha SE.23-Y-A-II. Escala 1:100.000. Serviço Geológico do Brasil - SGB/CPRM. Disponível em: https://rigeo.sgb.gov.br/bitstream/doc/19397/4/Folha_Coromandel.pdf. Acessado em: 24 jan. 2025.

Silva, D. J. (2023). Diretrizes para a realização de análises de estabilidade de taludes utilizando os métodos de projeção estereográfica e análise cinemática e de sensibilidade. Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental. 13(1), 37-55. Disponível em: https://www.abge.org.br/arquivos/RevistaABGE-13-1.pdf. Acessado em: 24 jan. 2025.

Vincent, V. C., Thompson, W. (2002). Assessing Community support and sustainability for ecotourism development. Journal of Travel Research, 41(2), 153-160. https://doi.org/10.1177/004728702237415.

Wyllie, D. C., Mah, C. W. (2004). Rock Slope Engineering Civil and Mining. London – New York: Spoon Press. 4ª Edição. Disponível em: https://civilenglineering.wordpress.com/wp-content/uploads/2014/10/rock_slope_engineering_civil_and_mining.pdf. Acessado em: 24 jan. 2025.

Downloads

Publicado

2025-02-10

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Oliveira, S. F., Alessandretti, L., & Paranhos, J. C. (2025). Avaliação geotécnica e análise cinemática da Cachoeira do Mascate como subsídio ao ecoturismo em Coromandel, Minas Gerais. Geologia USP. Série Científica, 25(1), 21-33. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v25-230851