Atlântida: Carnavalizando o Cinema Brasileiro

Autores

  • Luis Felipe Kojima Hirano Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2008.106152

Palavras-chave:

Cinema – Chanchada – Relações raciais – Antropologia – Comicidade

Resumo

Este artigo pretende analisar sob uma perspectiva antropológica o aspecto cômico do gênero cinematográfico que ficou conhecido por “chanchada”, tendo como base a análise do filme “Carnaval Atlântida”, dirigido por José Carlos Burle em 1952. A película permite entrever pistas para análise de três aspectos diversos do cinema brasileiro do período (1940-1950): um debate sobre a identidade nacional; as representações do negro; e a trajetória da Atlântida, empresa cinematográfica que desenvolveu e produziu grande parte das chanchadas. Argumento no decorrer do artigo que a comicidade presente na chanchada, em especial nesse filme, é um aspecto privilegiado para visualizar a complexidade desse gênero cinematográfico que, por muito tempo, foi tido como um “arremedo vulgar” dos musicais norte-americanos.

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Biografia do Autor

  • Luis Felipe Kojima Hirano, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Graduando em Ciências Sociais pela USP.

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Publicado

2008-10-23

Edição

Seção

Crítica e Arte

Como Citar

Atlântida: Carnavalizando o Cinema Brasileiro. (2008). Humanidades Em diálogo, 2(1), 153-168. https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2008.106152