Epistemologia ‘Not Only’: as bibliotecas públicas de Bachelard à Deleuze
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-2075.v12i1p3-18Palavras-chave:
Epistemologia social, Epistemologia construtivista, Filosofia da diferença, Criação de conceitos, 'Biblioteca not only'Resumo
O artigo tem como objetivo a proposição da epistemologia ‘but not only’ por meio de um percurso dialógico que alinha a Epistemologia Social de Jesse Shera à Epistemologia construtivista defendida por Gaston Bachelard delineando um caminho reflexivo-crítico pela Filosofia da Diferença de Gilles Deleuze e Félix Guattari e a antropologia de Marisol de La Cadena. A metodologia empregada é exploratória pautada no método qualitativo que desenvolve interlocução entre os teóricos e movimentos epistemológicos estabelecendo uma tessitura marcada pela filosofia da diferença que se expressa na criação de conceitos e a distinção da epistemologia construtivista de Gaston Bachelard, epistemologia social econstrutivismo na filosofia de Gilles Deleuze.Este para explicar o que é conceito admite uma série de detalhes que tem origem na virtude dos problemas, concebendo uma trilha subjetiva e prática, tendo um todo fragmentário que acolhe a multiplicidade do conceito e seus processos. O conceito é construído a partir da articulação de elementos heterogêneos: é o acontecimento. O passeio pela epistemologia filosófica deleuziana que cria conceitos proporciona a criação do conceito filosófico ‘biblioteca notonly”. Biblioteca ‘notonly’ compreende um problema que não se esgota nos exemplos modelados em bibliotecas públicas ressignificados. Para elucidar os contornos da ‘biblioteca notonly’ é utilizado a sumarização de Mostafa e Nova Cruz (2009): todo conceito remete a um problema que está, de alguma maneira, mal-visto, mal colocado; todo conceito tem componentes, se define por eles; todo conceito tem uma história; todo conceito tem um devir.A ‘biblioteca not only’ são várias bibliotecas e outras que estão por vir. Como resultado epistemológico apresenta-se a ‘biblioteca notonly’como espaços amplos de aprendizagem que extrapolam a leitura e a escrita; como direção transformadora de problemas com a capacidade de acolhimento dos mais diversos públicos; como conceito que contempla o traçado histórico temporal desde o Brasil-colônia; como conceito de muitas outras bibliotecas e aponta para um além mais de bibliotecas ainda por vir.
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