A memória individual e coletiva no romance A misteriosa chama da rainha Loana de Umberto Eco
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.v0i54p141-160Palavras-chave:
Memória individual; Memória coletiva; Umberto EcoResumo
No presente trabalho, os autores abordam como a memória individual e a memória coletiva, segundo conceitos operatórios de Maurice Halbwachs (1990), e com base no trabalho de autores como Henri Bergson (1999 [1896]) e Paul Ricoeur (2007), são abordadas na obra A misteriosa chama da rainha Loana (2005), de autoria do escritor italiano Umberto Eco. Destacam o quanto a memória individual do protagonista está atrelada à busca da sua identidade, enquanto a memória coletiva enfoca a Segunda Guerra Mundial e o período imediatamente pós-guerra na Itália. Para compor um grande mosaico da época, Eco utiliza propagandas, fotos, desenhos, revistas em quadrinhos, entre outros materiais, mostrando o quanto esses elementos culturais afetaram as recordações das pessoas que viveram o período. Ao final, percebem como a imaginação se intromete em ambas as memórias, alterando-as e dando mais solidez e verossimilhança para as lembranças do personagem principal e como o advento da internet e da inteligência artificial está levando, talvez, ao surgimento de um novo tipo de memória na pós-modernidade.
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