Descrição da percepção da qualidade de vida de moradores de um quilombo no norte do Brasil

Autores

  • Luiz Vinicius de Alcantara Sousa Laboratório de Epidemiologia e Análise de Dados, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) – Santo André (SP)
  • Erika da Silva Maciel Universidade Federal de Tocantins (UFT) – Palmas (TO)
  • Fernando Rodrigues Peixoto Quaresma Laboratório de Epidemiologia e análise de dados, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) – Santo André (SP), / Universidade Federal de Tocantins (UFT) – Palmas (TO)
  • Laércio da Silva Paiva Laboratório de Epidemiologia e análise de dados, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) – Santo André (SP)
  • Fernando Luiz Affonso Fonseca Laboratório de Análises Clínicas da Faculdade de Medicina do ABC.
  • Fernando Adami Laboratório de Epidemiologia e análise de dados, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) – Santo André (SP) / Bolsa Produtividade em Pesquisa (CNPq no 309579 / 2015-5)

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.147239

Palavras-chave:

qualidade de vida, populações vulneráveis, inequidade racial, comunidade.

Resumo

Introdução: Os traços de iniquidade relacionados à cor da pele ainda são observados na população brasileira, deixando evidente os prejuízos na Qualidade de Vida e cuidados da saúde da população negra.

Objetivo: Descrever a qualidade de vida dos quilombolas residentes na comunidade Barra do Aroeira no município de Santa Tereza, Tocantins, Brasil.

Método: Estudo descritivo de caráter transversal, realizado entre os meses de outubro de 2015 e setembro de 2016 na comunidade quilombola Barra do Aroeira, localizada a 12 quilômetros da área urbana do Município de Santa Teresa e a 96 quilômetros de Palmas, capital do estado de Tocantins. Foi aplicado um instrumento para a avaliação da qualidade de vida das crianças, utilizando o questionário - Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (Auqei), o qual possui 26 itens e uma escala composta por quatro fatores: Autonomia, Lazer, Função e Família que abrangem 18 itens, os de números 6, 7, 9, 12, 14, 20, 22 e 26 não estão incluídas nos fatores citados por não pertencerem a um domínio específico, com isso sua análise é de forma isolada. Para avaliação da qualidade de vida em adultos foi utilizado o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-bref) instrumento que possui 26 assertivas, divididas em quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente, mais 2 assertivas gerais de qualidade de vida. A análise descritiva dos dados qualitativos foi realizada por frequência absoluta e frequência relativa. Para as variáveis quantitativas, utilizou-se, média, desvio padrão, mínimo e máximo. O programa utilizado foi o Stata versão 11.0.

Resultados: Em relação a qualidade de vida das crianças segundo o sexo, as meninas apresentaram média de 11,0 no fator Função, no fator Família, Lazer e Autonomia, se apresentou com média de 12,3, 8,2 e 4,8, respectivamente. Para os meninos o fator Função teve média de 11,0, o fator Família de 12,0, e os fatores Lazer e Autonomia de 7,6 e 5,6, nessa sequência. Entre os adultos os homens apresentaram menor valor no domínio Físico com média de 13,7, as mulheres tiveram menores médias nos domínios Físico e Meio ambiente, com valores iguais a 13,8. Nos escores gerais o sexo masculino obteve maior valor quando comparado ao sexo feminino, 14,0 e 13,6, respectivamente.

Conclusão: O estudo demonstrou que entre as crianças o fator Familiar apresentou maiores valores médios, seguido dos fatores Função, Lazer e Autonomia, respectivamente. Ao estudar os adultos, o domínio com melhor escore foi o de Relações sociais, por outro lado, o domínio Físico apresentou o pior escore para homens e mulheres. Contudo, investigações realizadas referentes à qualidade de vida em quilombolas representam um número ainda baixo, dificultando a compreensão das possibilidades de melhoria da qualidade de vida nessa população.

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Publicado

2018-06-26

Edição

Seção

Artigos Originais